O Hospital Municipal Waldomiro de Paula, popularmente conhecido como Hospital Planalto, em Itaquera, na zona leste, é o principal equipamento de saúde da região. Apesar da sua importância, moradores e funcionários da unidade criticaram a situação do local, que sofre com falta de médicos e estrutura.
Moradora da região há 40 anos, Maria Claudia, 67, afirmou ao 32xSP que há muitos anos a situação do hospital não é das melhores. “O Hospital Planalto sempre foi assim. Troca a gestão municipal e nada muda. Faltam médicos, enfermeiros e equipamentos. É triste. A gente que vive aqui não sabe mais a quem recorrer”. Sob a condição de anonimato, funcionários também relataram falta de materiais hospitalares.
Já Roberto Siqueira, 30, pede mais velocidade em casos onde há necessidade da realização de exames em outras unidades de saúde. “Meu sogro precisa fazer uma endoscopia, mas ainda não há vaga. Sei que existe uma fila de urgência, mas o tempo nessas horas é a diferença entre um agravamento da doença. É preciso mais vagas e agilidade nesses exames, sem falar de melhorias na própria estrutura do hospital”.
Durante a audiência devolutiva do Programa de Metas – elaborado pela gestão do prefeito João Doria (PSDB) –, realizada no dia 3 de agosto, os moradores de Itaquera reclamaram da falta de detalhamento referente às ações que serão realizadas no Hospital Planalto.
Na ocasião, foi destacada a contratação de 25 médicos para as UBSs localizadas na região, mas não foi especificada a quantidade de profissionais que seriam contratados para o Hospital Planalto. “A falta de atenção com o principal hospital do bairro mostra o descaso do órgão público com a região” reclamaram os presentes.
Em nota, a Prefeitura de São Paulo informou que atualmente 220 médicos e 563 profissionais de enfermagem atuam no Hospital Planalto para atendimento da população. Além disso, o Executivo autorizou a abertura de concurso público de 948 vagas para a AHM (Autarquia Hospitalar Municipal). O concurso contempla diversos cargos para os níveis fundamental, médio e superior, que devem ser distribuídos nas unidades da autarquia, como é o caso do Hospital Planalto.
Com relação à falta de materiais, a Prefeitura informou “que podem acontecer casos pontuais em decorrência do aumento no fluxo de pacientes em determinados momentos, porém a AHM atua de forma enérgica na compra e distribuição de suprimentos e materiais hospitalares para manter a rede abastecida e em plena capacidade de atendimento”.
Sobre o transporte de pacientes para realização de exames e avaliações, a nota afirma “que a unidade presta atendimentos de média complexidade e sempre que o paciente necessita de um serviço que não está disponível no local, o caso é inserido na Central de Regulação que, após avaliação, realiza busca em serviço compatível com vaga disponível na cidade. Neste processo é levado em consideração a urgência de cada caso, assim como em qualquer unidade de saúde, seja ela pública ou privada. Os casos mais graves e urgentes são priorizados.
A prefeitura afirmou também que “está finalizando a elaboração de um projeto de reforma geral para o Hospital Planalto, com previsão de início ainda este ano”. A compra de diversos equipamentos para “atualizar e modernizar os serviços prestados na unidade, com um investimento de cerca de R$ 2,2 milhões” também está em processo, segundo o Executivo.
Foto principal: Jordan Mello