Entre março e novembro de 2018, correspondentes da Agência Mural participaram do ciclo de formações do projeto Usina de Valores, realizado na cidade de São Paulo.
O projeto realizou conversas presenciais e produção de conteúdo on-line com o objetivo de disseminar valores essenciais à promoção de uma cultura de direitos humanos no país. Liderado pelo Instituto Vladimir Herzog, contou com apoio de uma rede de movimentos sociais, coletivos de comunicação periférica e organizações da sociedade civil.
Em São Paulo, a primeira atividade depois do lançamento oficial, em março, aconteceu no CDHEP – Centro de Direitos Humanos e Educação Popular de Campo Limpo, local que também foi escolhido para realização do ciclo de formações.
A roda de conversa abordou a “Cultura de direitos humanos vs. Discurso de ódio” e foi mediada pela jornalista Aline Rodrigues, do coletivo Periferia em Movimento, com a participação de Nayra Lays e Denise Alves, rappers e moradoras do Grajaú.
A correspondente do Capão Redondo, Gisele Alexandre, conta que entre as diversas reflexões, foi sobre as interações via redes digitais. “O uso das redes sociais foi um dos pontos mais lembrados, especialmente pelas convidadas, que utilizam a internet como principal meio de divulgação de seus trabalhos”, explica.O segundo encontro realizado em maio, foi sobre as “Armadilhas do Senso Comum: como escapar e aprofundar discussões”, ministrado pelo jornalista Pedro Borges, do coletivo Alma Preta.
A jornalista Caroline Pasternack, correspondente do Campo Limpo, diz que o palestrante citou nomes como Cesário Lombroso e Nina Rodrigues, apontados como os pioneiros nos estudos de criminologia e na criação de um “perfil físico do criminoso”, que logo foi associado à imagem do homem negro. Ele explicou que esses estereótipos reforçaram ainda mais os preconceitos e por anos foram aceitos, justamente por terem sido criados por estudiosos.
O jornalista também citou exemplos de outros pesquisadores que, ao contrário, criticavam essas classificações e foram, aos poucos, conseguindo desacreditar alguns conceitos.
A discussão foi encerrada com uma atividade em que os participantes tentaram desconstruir sensos comuns existentes.
No mês de junho, o tema do encontro foi sobre “oportunidades de diálogo no conflito de valores”. O curso foi dado pelos palestrantes convidados Sabrina Paroli, psicóloga, mediadora em processos Justiça Restaurativa e o jornalista Tony Marlon.
A jornalista Kátia Flora, correspondente de São Bernardo do Campo, explica que o encontro proporcionou uma reflexão sobre medos, familiares, amigos,um exercício de escuta ativa para respeitar a fala do próximo e sobre uma ligação com o primeiro tema falando sobre direitos violados.
“Ambas dinâmicas foram para falar sobre o senso comum e a importância de respeitar o próximo e entender basicamente a necessidade do lugar de fala”, diz Katia.
Para falar sobre “Estratégia de comunicação offline e online para disseminar nossos valores”, o penúltimo encontro aconteceu em agosto e contou com a presença do fanzineiro Roger Beat Jesus, do Sarau Comics Editions, e da Jucilene Dias da empresa Bora lá Comunicação e Marketing.
E para encerrar o ciclo de formação, foi convidada Helena Silvestre, militante de ocupação da Luta Popular. Ela ministrou o curso sobre “A sustentabilidade pela causa”, que os valores são conhecimentos. A correspondente da Brasilândia, Leticia Marques, diz que durante a palestra, Helena explicou que quando estamos enraizados sustentamos melhor nossas lutas e a sustentabilidade ocupa todos os espaços. E finalizou com a frase: “cada lugar é um espaço de ativismo”.
No mês de novembro o Instituto Vladimir Herzog, promoveu em Recife, o Encontro Nacional do Usina de Valores, e contou com a participação das correspondentes Kátia Flora (São Bernardo do Campo) e Gisele Alexandre (Capão Redondo).