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Na V. Prudente, moradores pedem transporte público com maior acessibilidade

Por: Redação

Durante os dias 26 e 28 de junho, as 32 prefeituras regionais abriram as portas para sediar audiências públicas sobre a licitação do transporte coletivo. Nesses encontros, a população teve a oportunidade de conhecer e discutir os rumos do transporte público na cidade. Parado desde 2015 por decisão do TCM (Tribunal de Contas do Município), o processo de licitação representa novos contratos com empresas operadoras e, consequentemente, melhoria no sistema de ônibus de São Paulo.

 

Cerca de 25 pessoas estiveram presentes na audiência pública da Prefeitura Regional da Vila Prudente. Uma das preocupações apresentadas foi em relação à acessibilidade. Moradora da Vila Califórnia, bairro do distrito da Vila Prudente, Maria Izabel Verdura, 60, é deficiente física e conta com o uso do transporte público para ir aos centros de reabilitação. Segundo ela, é necessário sair duas horas antes para pegar um ônibus, pois muitas vezes os motoristas não param.

 

“Falta capacitação dos motoristas para atender esse público. E não é só ele. É também no atendimento com idosos, mães com crianças. A SPTrans precisa colocar deficientes reais para fazer os treinamentos no ônibus”, afirma Maria, que teve parte do braço da cadeira motorizada quebrado por conta da dificuldade de acessibilidades nos transportes públicos.

 

Em resposta, a SPTrans afirma que tem parceria com associações de deficientes para realizar testes nos transportes, e no CMTT (Conselho Municipal de Transporte e Trânsito) há reuniões abertas de câmaras temáticas para discutir as necessidades da população. Outra possibilidade é a utilização do serviço da Atende, que é uma modalidade de transporte gratuito, porta a porta, destinado às pessoas com deficiência física severa que utilizam cadeira de rodas.

 

Outra questão levantada na audiência foi se o custo que as novas operadoras terão poderá ser revertido em um possível aumento de tarifa para a população. Segundo representantes da SPTrans, responsável pela gestão dos ônibus na capital paulista, o custo da licitação não está ligado ao aumento de passagem e, quando a mesma acontece, é por outros fatores, como o corriqueiro ajuste anual e as decisões políticas.

 

Entre as diretrizes que vão constar no edital da licitação estão a revisão da rede de linhas, o uso de combustíveis menos poluentes – com metas de redução da poluição –, a atualização das tecnologias dos veículos e de controle operacional, bem como a revisão dos custos e índices de ponderação da remuneração dos operadores. As empresas contratadas também terão a possibilidade de serem responsáveis pela manutenção do pavimento dos corredores e da rede aérea dos trólebus.

 

Detalhes das mudanças nas redes não foram especificadas nas audiências, mas estarão disponíveis no edital. O material será publicado na página da Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes em julho e ficará disponível para consulta e sugestões pela população durante 45 dias. A apresentação feita nas audiências regionais pode ser acessada aqui.

Foto: Laiza Lopes

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