Organizações das periferias e investidores sociais se uniram para criar uma plataforma digital que permite conectar as quebradas com os investidores. Essa é, de forma bem resumida, a proposta do Potências Periféricas. Após mais de um ano de planejamento, a plataforma foi oficialmente lançada nesta terça-feira (19).
A ideia é que a plataforma seja um espaço seguro para que as periferias de todo o país consigam encontrar possíveis financiadores e facilitar conexões para doações e prestações de serviços.
“Esta ferramenta permite que um jovem que toca um projeto de agroecologia e hortas comunitárias no extremo leste da cidade de São Paulo possa se conectar com a coordenadora de um grande instituto que invista nesta causa”, exemplifica o gestor de projetos e plataforma da Rede Potências Periféricas, Luís Nascimento, que também é correspondente da Agência Mural, em Diadema.
“Queremos que uma fundação possa buscar em um único lugar diversos projetos das periferias”.
Segundo ele, essa busca será feita tendo como filtro os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU. Antes de inserir esses filtros, que servirão de base para os “matchs” entre projetos e investidores, foram feitas conversas e encontros com 90 potências e 35 financiadores.
Formado a partir de um encontro da Rede de Trabalho de Grantmaking do GIFE (Grupo de Institutos Fundações e Empresas), o Potências Periféricas nasceu em dezembro de 2019. No ano seguinte, o projeto foi finalista de um edital do Fundo Bis, o que viabilizou o desenvolvimento.
A Rede Potências Periféricas, grupo por trás da plataforma que leva o mesmo nome, se propõe a ser um espaço de diálogo entre coletivos, empreendedores, movimentos sociais e organizações sociais. Eles receberam o apoio do Instituto Jatobás, da Fundação ABH e da Fundação Tide Setubal para viabilizar este projeto.
De acordo com Marina Fay, diretora executiva da Fundação ABH, a Plataforma Potências Periféricas tem a capacidade de, além de facilitar a conexão, centralizar iniciativas e desenvolver relações de confiança.
“Como investidora do campo social, tínhamos dificuldade de identificar iniciativas, principalmente as informais, que compõem o ecossistema e estabelecer diálogos com elas. A plataforma torna visível o que era invisível: a imensa potência de atores periféricos”, diz.
Entre as organizações que fazem parte da Rede Potências Periféricas estão o Coletivo Cultural Marginaliaria, o Feminismo Cultural Real Parque, a LabHacker, a PerifaTEC, a Emperifa e a Agência Mural.