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Agência de Jornalismo das periferias
“Queriam destruir essa igreja sem se importar com as ovelhas que estavam dentro, e o Senhor me usou para edificá-la”, conta

O retrato de mulheres das periferias em três religiões

Daniela Ferreira/Agência Mural

Levantamento do IBGE revela que as regiões periféricas concentram mais centros religiosos do que a média nacional

Por: Daniela Ferreira

Notícia

Publicado em 05.09.2025 | 17:08 | Alterado em 10.09.2025 | 16:51

Tempo de leitura: 3 min(s)

A religião está muito presente na vida de uma grande parcela de mulheres das periferias. Segundo o Censo Demográfico de 2022, realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 5,3% dos estabelecimentos nas áreas periféricas são religiosos.

Ao todo, foram contabilizadas 50.938 instalações ligadas a algum tipo de religião nas favelas e comunidades urbanas, acima das unidades de ensino (7.896) e de saúde (2.792). Além disso, outro levantamento também feito pelo IBGE aponta que 51,7% da população periférica é feminina.

Nesta fotorreportagem, a Agência Mural registra como diferentes mulheres periféricas de São Bernardo do Campo, se identificam com diferentes religiões e se relacionam com a fé.

Usamos como base três delas, baseada em levantamento da Mural nos dados do IBGE sobre as 17 milhões de pessoas que se autodeclararam religiosas na Grande São Paulo:

  • A católica, que na Grande São Paulo é a mais presente com 8,9 milhões de praticantes, apesar de ter perdido 8,2% dos seguidores entre 2010 e 2022.
  • A evangélica, religiões que cresceu 18% no mesmo período e possui 4,8 milhões;
  • Umbanda e Candomblé, religiões de matriz africana e que foram a que mais cresceram (299% na região metropolitana e que agora possui 364 mil seguidores.

As imagens mostram as histórias por trás dessa presença da fé nas periferias. Clique na seta no canto superior direito para acompanhar melhor a galeria.

A pastora Josilene Gertrudes, 46, da Igreja Assembleia de Deus, se converteu aos 22 anos ao cristianismo e o segue desde então @Daniela Ferreira/Agência Mural

Josilene está a frente da pequena igreja pentecostal há dois anos. Ela assumiu o cargo eclesiástico depois que o antigo pastor foi embora do estabelecimento religioso @Daniela Ferreira/Agência Mural

Ter mulheres pastoras não é algo comum na denominação. Entretanto, Josilene conta que decidiu ocupar a posição de liderança porque não queria ver a sua igreja ser desfeita @Daniela Ferreira/Agência Mural

“Eu me considero um Neemias; o livro dele mexe muito comigo, porque eu me vejo como uma reconstrutora de um muro”, fala a religiosa @Daniela Ferreira/Agência Mural

“Queriam destruir essa igreja sem se importar com as ovelhas que estavam dentro, e o Senhor me usou para edificá-la”, conta @Daniela Ferreira/Agência Mural

Um estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que, em 2021, 52% dos estabelecimentos religiosos no Brasil eram de igrejas pentecostais ou neopentecostais @Daniela Ferreira/Agência Mural

Luiza Perez Cabra, 18, se converteu para a Umbanda ainda quando era criança, depois que a mãe dela começou a frequentar um terreiro @Daniela Ferreira/Agência Mural

“Desde a primeira vez que a minha mãe me levou, foi amor à primeira vista — nunca mais eu deixei de ir”, revela a jovem @Daniela Ferreira/Agência Mural

Atualmente, Luiza ocupa o cargo de Ogã em sua comunidade religiosa. Isso significa que ela é responsável por tocar o atabaque, realizar os cantos religiosos e chamar as entidades @Daniela Ferreira/Agência Mural

“Eu sou Ogã e o canto é a minha maior paixão. Eu passaria a vida inteira fazendo isso”, afirma ela @Daniela Ferreira/Agência Mural

Luiza usa um colar com o símbolo do guia Zé Pilintra durante os ritos religiosos. Ela também possui um colar com o símbolo de Oxóssi @Daniela Ferreira/Agência Mural

“Se tem alguma coisa acontecendo ou se estou um pouco mal, a primeira coisa que eu faço é me conectar com a minha religião. Ela é que me dá forças para enfrentar ocasiões ruins”, diz Luiza @Daniela Ferreira/Agência Mural

Segundo dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, em 2024 a Umbanda foi a religião que mais sofreu ataques de intolerância religiosa. Foram 234 casos no ano passado @Daniela Ferreira/Agência Mural

“Eu gostaria que as pessoas soubessem que a Umbanda é caridade, é tudo que a gente pode fazer de melhor pra outra pessoa independente de qualquer coisa”, explica a umbandista @Daniela Ferreira/Agência Mural

Norma Lúcia Barreto de Oliveira, 54, operadora de caixa em um mercado. Ela se mudou da Bahia para São Paulo há quase 40 anos atrás @Daniela Ferreira/Agência Mural

Nascida em uma pequena cidade na Bahia, Norma conta que cresceu em uma família de católicos praticantes @Daniela Ferreira/Agência Mural

O relacionamento dela com o catolicismo sempre foi algo muito natural para ela. “Eu já nasci e católica”, afirma @Daniela Ferreira/Agência Mural

“A minha religião é que me sustenta. A minha fé é o que me dá esperança”, declara a operadora de caixa

Norma é devota a Nossa Senhora das Graças, por já ter se sentido ouvida pela Santa em momentos de dificuldades @Daniela Ferreira/Agência Mural

A religiosa explica que dentro do catolicismo os santos são intercessores pelas pessoas para Deus @Daniela Ferreira/Agência Mural

“Eu tenho um respeito de mãe com a Nossa Senhora… Assim como eu tive uma mãe na terra, ela é uma mãe no céu para mim”, diz Lúcia @Daniela Ferreira/Agência Mural

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Daniela Ferreira

Jornalista e fotojornalista. Apaixonada por histórias. Ama ler, tirar fotos e conhecer pessoas e lugares novos.

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10.09.2025Uma das imagens traz a guia de Zé Pilintra e não de Oxossi como publicado inicialmente

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