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Obras do metrô na Freguesia do Ó completam mais de 1 ano paradas

Por: Redação

Placa da obra parada na avenida Miguel Conejo, Freguesia do Ó (Ronaldo Lages/Agência Mural)

Dos milhares de moradores que receberam uma “ducha de água fria” com a notícia da paralisação das obras na Linha-6 Laranja, na Vila Brasilândia, na zona norte, está a funcionária pública Ana Gori, 50, que via na chegada do metrô a oportunidade de ganhar em qualidade de vida e economia de tempo.

“Se o metrô fosse concluído no prazo inicial, me ajudaria muito porque faria interligação e eu levaria no máximo meia hora para chegar ao trabalho, não precisaria acordar tão cedo. A gente viu um sonho morrer por conta do descaso do governo”, ressalta, com pessimismo, a moradora.

A mesma frustração afeta o pedagogo Rodrigo Lins, 37, que trabalha no bairro da Liberdade , na região central. Ele gasta diariamente, entre ida e volta, mais de quatro horas. “Isso se não estiver no período de chuvas, quando a previsão aumenta para até seis.  Com a obra pronta, o trajeto estimado seria de 23 minutos”, diz.

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Depois de décadas aguardando por uma linha de metrô, em 2015 a população da Freguesia do Ó e Brasilândia finalmente recebeu a confirmação de que chegariam suas respectivas estações, um projeto que beneficiará mais de 400 mil pessoas da região.

Após muita especulação, a obra foi iniciada em abril do mesmo ano, e o que parecia um sonho distante começou a se realizar: desapropriações, limpeza do terreno e a inclusão de tapumes ao redor para resguardar o espaço em que centenas de trabalhadores ali ficariam até a conclusão do serviço.

No entanto, nem ao menos havia começado a obra que estava orçada em R$ 9, 69 bilhões, a tal “ducha de água fria” caiu sobre a população. A tão esperada obra da Linha 6-Laranja, que ligaria Vila Brasilândia até a estação São Joaquim Linha 1-Azul (centro), foi paralisada por falta de repasse do governo federal.

A construção, que deveria ser entregue em 2020, ficará pronta um ano mais tarde, em 2021, segundo afirmou o governo estadual à época da paralisação.

Visão interna do terreno de desapropriação na Vila Brasilândia (Ronaldo Lages/Agência Mural)

PORTAS FECHADAS

Ainda mais complicada é a situação de quem teve que sair às pressas do local em que nasceu e se criou para ter que procurar outra residência próxima dali, na mesma Vila Brasilândia.

Este é o caso da professora de educação infantil, Evelyn dos Santos Domingues, 34, ex-moradora do local em que estará situada futuramente a estação de Vila Brasilândia.

“Tive que sair de onde morava em minha casa própria. Não foi um dos melhores períodos, até mesmo porque tivemos que resolver tudo em cima da hora. Nos deram apenas um mês de prazo”, ressalta a professora.

Os problemas não parariam por aí: Evelyn hoje tem que pagar aluguel, pois o valor da rescisão pago pela casa em que morava com sua família não era o bastante para adquirir outra.

“Como muitos outros não tivemos escolha: ou sai, ou sai. O valor pago foi dividido por quatro herdeiros e que não alcança o valor da casa que um dia tivemos. Procuro não lembrar muito”, explica a moradora, emocionada.

Ainda segundo Evelyn, muitos moradores desapropriados conseguiram comprar outra casa com valor inferior, mas outros estão pagando aluguel por conta da obra, agora parada há mais de um ano.

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