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Guarulhos e Osasco passam de 400 mortes por Covid-19, e Grande SP chega a 9 mil

Por: Paulo Talarico

Ruas com trânsito lento de carros em diversos bairros da Grande São Paulo. As portas de estabelecimentos que antes abriam discretamente, cada vez mais escancaradas e filas para ida aos shoppings. A Covid-19 foi vencida? 

Não. As 39 cidades da região metropolitana de São Paulo chegaram ao número de 9.051 mortes por causa do novo coronavírus até esta terça-feira (16 de junho). Em uma semana, foram 1.290 perdas, sendo que uma semana antes eram 1.088. Há ainda perto de 6.000 pacientes que não resistiram, mas seguem com os casos em investigação. 

O número de pessoas contagiadas pelo vírus voltou a saltar 23% e são 146 mil na Grande São Paulo. Os dados foram levantados pela Agência Mural com base nas 39 prefeituras e em consórcios intermunicipais. O período corresponde à terceira semana da mudança nas regras de isolamento físico por parte do governo do estado.

Os números são um alerta de que a volta à circulação deve ser feita com cuidado. E quem não pode parar por causa da falta de renda, precisa seguir se protegendo. 

A quarentena foi prorrogada até o dia 28 de junho, mas foi iniciada a reabertura do comércio, o que tem levado algumas regiões a um clima de ‘liberou geral’ tendo em vista o cansaço do isolamento e as necessidades de conseguir dinheiro para pagar contas e comer de vários moradores das periferias. 

Trânsito intenso na periferia de Osasco, na Grande São Paulo @Paulo Talarico/Agência Mural

No dia 12, Dia dos Namorados, a região metropolitana de São Paulo teve a menor taxa de isolamento desde o mês de março. Apenas 43% não se deslocaram. A última vez que houve tanta gente na rua foi em 19 de março, ainda antes do governo do estado ter decretado medidas de quarentena. 

A chamada fase laranja do Plano São Paulo permite a abertura de lojas como shoppings, mas com controle da ocupação. Bares e restaurantes seguem sem poder abrir e com atendimento delivery.

Nas primeiras semanas, apenas a capital foi incluída nessa etapa menos rigorosa, mas a gestão decidiu incluir as demais cidades em 27 de maio.


A flexibilização foi iniciada, segundo o governo, porque a capacidade de atendimento para pacientes de Covid-19 suporta a entrada de novos pacientes. 

No entanto, há receios de que uma nova alta possa acontecer, caso a reabertura saia de controle. 

As cidades de Osasco e de Guarulhos, por exemplo, retornaram nos últimos dias às atividades comerciais. Ambas passaram de 400 mortes por conta do coronavírus e possuem cerca de 5.000 casos – os dois municípios são os que tiveram mais casos depois da capital paulista. 

A situação revela um dos problemas em detectar o real avanço da Covid-19. A demora nos resultados dos exames e a subnotificação. Até aqui a capital concentra 63% das mortes e 73% dos casos. Guarulhos passou a ser a segunda cidade com mais perdas.

Dos 418 guarulhenses que morreram, 32 tiveram os testes concluídos apenas na segunda-feira (15). Três dos casos demoraram dois meses para saber se foi por contágio do coronavírus. Outros 16 foram no mês de maio e 13 neste mês. 

Tanto Guarulhos quanto Osasco afirmam que houve alívio na capacidade hospitalar. “Os leitos municipais de UTI para atender pessoas com suspeita ou confirmação de Covid-19 estão com a taxa de ocupação em 73,13%”, disse a prefeitura de Guarulhos.

No mês passado, o município havia atingido o limite. No caso dos leitos clínicos há 75% de ocupação. 

No caso osasquense, a prefeitura afirma que há 36% dos leitos de UTI livres e 72% dos respiradores da cidade estão disponíveis para uso dos pacientes contagiados pelo novo coronavírus. 

Vizinha de Osasco, Barueri é o município com maior taxa de mortes por 100 mil habitantes. Há 140 pacientes internados. 

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