Neste domingo (25), vai ao ar a cerimônia do Oscar 2021, em Los Angeles (EUA). Com a pandemia, a premiação do cinema norte-americano vai ser transmitida em dois locais diferentes e terá um número reduzido de convidados.
Criticado por vezes pela falta de diversidade entre os premiados, desde 2015 a campanha #OscarsSoWhite (“Oscar muito branco”, em tradução livre) chama atenção nas redes sociais por apontar a quantidade de candidatos brancos indicados por uma Academia composta principalmente por homens idosos de mesma cor.
No ano seguinte, a entidade mostrou que, naquela época, 6.000 membros na ocasião eram 93% brancos e 76% homens, com idade média de 63 anos. A instituição anunciou que pretendia dobrar o número de mulheres e integrantes de origens diversas até 2020. No ano passado, tiveram 33% de mulheres e 19% de membros de “minorias sub-representadas”, como negros.
Neste ano, em busca de visibilizar outras produções, a Agência Mural ouviu quatro profissionais envolvidos no audiovisual das periferias de São Paulo para saber quais obras eles indicariam como candidatas a ganhar o Oscar e que merecem igual destaque.
JULIANA SANTANA, microfonista, indica PERIFERICU
Direção | Nay Mendl, Rosa Caldeira, Stheffany Fernanda e Vita Pereira
“O filme ‘Perifericu’ merecia ganhar o Oscar por sua linguagem narrativa extremamente cinematográfica, mostrando a realidade periférica, perpassando lindamente pela religião, colocando ela em outro lugar de interpretação. Mostra o real sentido da amizade”.
LINCOLN PÉRICLES, cineasta, indica VIDEOLÊNCIA
Direção | Coletivo de realizadores audiovisuais Núcleo de Comunicação Alternativa
“Merece destaque porque mostra a possibilidade de autonomia do nosso cinema enquanto morador de quebrada. É um registro precioso e raro dum movimento de independência audiovisual, que nóis vem a muito tempo lutando pra se fazer cotidiano para os nossos”.
INDIRA FACHO, produtora, indica FARTURA
Direção | Yasmin Thayná
“O documentário diz muito sobre a nossa cultura periférica: cozinha e festa. Através de registros antigos, vemos as semelhanças do partilhar de alimentos, músicas, espaços, com familiares e amigos, do que é ancestral e se faz natural para ritualizar esses encontros”.
VITA PEREIRA, diretora, indica NEGRUM3
Direção | Diego Paulino
“Uma produção sobre novas possibilidades de mundo. Trabalha nas impossibilidades. Esse filme me atravessou de diversas formas e continua me ajudando a atravessar os fins do mundo”.