A partir de quinta-feira (21), andar de ônibus em Osasco, na Grande São Paulo, ficará mais caro. Apesar do anúncio em dezembro de que não haveria alta, o prefeito Rogério Lins (Podemos) autorizou o aumento da tarifa para R$ 5 em decreto publicado nesta segunda-feira (18). Depois do anúncio, cidades vizinhas como Carapicuíba, Itapevi e Barueri também anunciaram a alta.
De acordo com o decreto nº 13.335, está autorizado o aumento “para utilização dos veículos que operam no Sistema de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros na Cidade de Osasco”. Antes o valor da tarifa era de R$ 4,50.
Também diz que o desconto de 50% sobre o valor da tarifa para estudantes permanece, assim como a gratuidade para idosos.
Desde o começo do ano, ao menos outras 15 cidades aumentaram o preço da passagem do transporte municipal, alegando a crise econômica e alta no preço dos combustíveis como justificativa. Com o preço de R$ 5, Osasco terá uma tarifa mais barata apenas do que São Bernardo do Campo e Diadema, que elevaram o preço a R$ 5,10.
A alta em Osasco pode levar outras cidades vizinhas a também reajustarem o valor. “A Prefeitura de Osasco, a exemplo das demais cidades da região oeste, segurou o reajuste da tarifa esperando pelos subsídios do governo federal, que não vieram”, afirmou a administração.
A prefeitura cita que o último reajuste na cidade foi feito em 2019, quando saiu de R$ 4,35 para R$ 4,50. “A cidade não teve aumento em 2020, 2021 e em 2022.” A gestão alega também que as empresas defendiam um reajuste para R$ 6,94.
A decisão de Lins contraria o anúncio feito pelo governo municipal no final do ano passado. Em dezembro, o gestor publicou em sua rede social que a cidade iria segurar pelo quarto ano consecutivo (2021) o aumento na tarifa de ônibus.
Na publicação o prefeito sinalizou que em 2022 iria atrás de subsídios do Governo Federal “para o diesel ou para as gratuidades para que o sistema de transporte coletivo não entre em colapso financeiro”.
No final de novembro, Lins esteve em Brasília junto com outros prefeitos para solicitar dinheiro aos governos estadual e federal para custear as despesas tendo em vista os constantes aumentos no preço da gasolina e do diesel.
Ali o prefeito já sinalizava que, caso não acontecesse o subsídio, as empresas de ônibus poderiam aplicar um reajuste. “A prefeitura, se for necessário, subsidiará com recursos municipais parte do reajuste solicitado, para reduzirmos o máximo possível, o impacto à nossa população”, disse.
Apesar da alta no preço, demandas da população com relação ao transporte público ainda estão pendentes na cidade.
Em 2019 foi implantado o Bilhete Único na cidade. No entanto, o modelo não prevê integração com os trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e com os ônibus da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo).
No modelo atual, o passageiro consegue fazer até duas integrações diárias durante a semana pagando apenas uma tarifa. No entanto, há um limite de até uma hora de diferença entre o primeiro e o segundo embarque. Aos fins de semana, o tempo da integração tarifária é de até duas horas.
Questionada sobre o andamento do projeto de integração no transporte público, a prefeitura respondeu que não houve avanços.