“Graças a Deus”, comemora aliviado Renan Higgor da Silva, 20, ao descobrir que a subprefeitura em que mora é uma das recordistas negativas em número de mortes com bicicleta na capital paulista. Guaianases e Ermelino Matarazzo, ambos no extremo leste, estão praticamente empatadas, com duas mortes, para uma população de 260 mil e 205 mil, respectivamente, segundo o Observatório Cidadão.
Morador do bairro Jardim Aurora, em Guaianases, hoje aos 20 anos, Silva afirma que sempre andou de bicicleta pela região. Dono de veículos motorizados, resolveu deixá-los de lado para pedalar por dois quilômetros rumo ao trabalho. “Tenho carro e moto, mas vou todos os dias de bike porque é mais saudável. Sei que faz bem para mim. É um exercício diário”, diz.
Na capital, os óbitos de ciclistas diminuíram, enquanto o total de bikers aumentou muito mais do que a quantidade de mortes, acompanhando o aumento populacional da cidade. No ano passado, 35 pessoas morreram em um total de 11 milhões e 500 mil habitantes. Ante 2014, quando 46 perderam suas vidas em um total de 11 milhões e 453 mil.
De acordo com a pesquisa do Dia Mundial sem Carro, realizada pelo Ibope em parceria com a Rede Nossa São Paulo e com a Fercomercio-SP, 7% da população usou a bicicleta em 2015. Entre os que não usaram, 44% afirmaram que utilizariam caso sentissem mais seguranças, 18% pontuaram a necessidade de melhorias da sinalização nas ruas e 13% destacaram a existência de mais ciclovias.
Sem ciclovias no distrito onde mora, Silva destaca que aprendeu a “se virar” no itinerário. “Conforme vou e volto ao trabalho, peguei as malandragens”, diz. “Para mim é normal andar de bike na minha área, mas já tive que escapar várias vezes de acidentes”.
Em São Paulo, seis subprefeituras, a maioria na zona sul, detém os piores índices em relação à quantidade de mortes no quesito: Ermelino Matarazzo, Guaianases, Capela do Socorro, Parelheiros, Penha e Lapa. Duas estão abaixo da média: Mooca e M’ Boi Mirim.
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