A diarista Rosangela Rosa, 48, moradora do Jardim Piratininga, distrito de Cangaíba, na zona leste da capital, tinha o sonho de comer um porco no Natal.
Há quatro anos, um amigo deu essa oportunidade a ela. Dono de um sítio, ele separou um dos animais e vendeu para a diarista, que em poucas semanas desistiu do plano e nomeou o porco de João, em homenagem a um vizinho. “Comprei para comer e não consegui. Então, ele virou o meu mascote”, conta Rosangela.
A história lembra o filme ‘Babe – O Porquinho Atrapalhado’, de 1995, quando o fazendeiro Arthur Hogget tem a rotina alterada com a chegada de Babe. No filme, quando chega o Natal e o leitão vai ser sacrificado para servir a família, Hogget que já havia se afeiçoado ao animal, desiste de matar o porquinho (não tão feliz é a história, porque outro animal da fazenda se torna o prato principal da ceia).
Babe no fim desafia a própria natureza para virar pastor de ovelhas.
No caso de João, no Cangaíba, ele se tornou um dos moradores mais queridos da rua, segundo os próprios vizinhos. Com cerca de 170 quilos, além de dormir cerca de 12 horas por dia, o porco tem uma dieta regada à arroz, feijão, salada e pão.
Estudante de direito, João Expedito lembra o motivo do seu nome ter sido adotado no porco também. “Quando eu era mais novo eu era atentado e deixava ela [Rose] de cabelo em pé”, comenta. “A gente tinha uma raiva que virou carinho e depois ela fez essa homenagem”.
Com João, ela conta que assistir TV e passear pelas ruas do bairro são as atividades que o animal de estimação mais gosta. E o porquinho não é o único pet da casa. Mãe de três filhos, Rosangela tem galos e galinhas, além de cachorros e gatos.
*As entrevistas e as imagens foram feitas antes da pandemia de Covid-19