Os prefeitos das setes cidades do ABC Paulista recuaram da decisão da paralisação total da frota de ônibus municipais. A medida começaria a valer a partir do dia 29 de março e foi anunciada como forma de impedir aglomerações e retardar a propagação do novo coronavírus.
No entanto, os gestores acataram pedido do governo do estado e a redução será de 50% da circulação.
Desde o anúncio, a situação causou preocupação em moradores do ABC que dependem do transporte e ainda estão no trabalho.
A mudança foi decidida em assembleia extraordinária do Consórcio Intermunicipal do ABC, realizada por videoconferência, nesta terça- feira (24). Os chefes dos executivos se reuniram com os secretários do estado de Transporte Metropolitano, Alexandre Baldy, e de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, quando foi firmado um realinhamento da medida de suspensão do transporte público no ABC.
Foi decidido que na madrugada do dia 29, a frota será reduzida em 50% de segunda a sexta-feira, nos horários de pico (em outros horários, será 30%). Segundo os gestores, a ideia é que o transporte seja destinado para quem não pode evitar sair de casa, como os profissionais da saúde, segurança pública e limpeza.
Nos fins de semana e feriados, haverá 30% dos ônibus em circulação no horário de pico e 15% no restante.
Nas setes cidades do ABC, São Bernardo do Campo, Santo André, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, circulam 200 linhas de ônibus municipais, que transportam cerca de 500 mil passageiros diariamente. Os intermunicipais também serão reduzidos, mas não da mesma forma.
O presidente do Consórcio ABC e prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão, diz que o realinhamento protege os profissionais da saúde e segurança pública. Com essa medidas 73% dos usuários do transporte público deixaram de transitar.
Até esta terça-feira (24), a capital contabilizava 745 casos confirmados de covid-19. No ABC Paulista são 23 em seis municípios (São Caetano (11 casos), São Bernardo (9), Santo André (7), Mauá (1), Diadema (1), Ribeirão Pires (1). Apenas Rio Grande da Serra não teve nenhuma confirmação. São 980 casos suspeitos e oito mortes são investigadas.