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Regional restringe eventos com mais de 250 pessoas em praças do Butantã

Por: Redação

Criada em homenagem à cantora com das maiores vozes femininas da música brasileira, a Praça Elis Regina, no Butantã, na zona oeste da capital paulista, atrai diariamente visitantes que buscam tranquilidade, ora agito, por também servir como palco de ocupações culturais.

Desde o início de abril, no entanto, eventos com mais 250 pessoas passaram a ser restritos na Elis e em todas as praças públicas da região, após decreto da prefeitura regional.

“A Feira DElas, por exemplo, já não acontece mais lá; o [evento] Autor na Praça, que comemorava da Elis, também não”, afirma a moradora e conselheira cultural Camila Fernanda Souza, 40, que critica a proibição, que, segundo ela, censura e impede a população de se manifestar em espaços públicos.

Uma portaria, publicada pelo prefeito regional Paulo Vitor Sapienza no Diário Oficial  no início de abril, estabelece a criação de uma comissão específica para analisar e autorizar os eventos nas praças locais. Inicialmente, o decreto excetuava iniciativas populares e tradicionais, mas foi revogado posteriormente, ou seja, qualquer iniciativa deve ser antes, comunicada à regional.

Ao 32xSP, a assessoria de imprensa do Butantã afirma que a decisão foi baseada na opinião de moradores que reclamavam de pancadões e festas nas praças, mas ressalta não “haver juízo de valor” na decisão.

 

Os interessados em promover eventos devem, a partir de agora, se submeter a uma banca, que avaliará tecnicamente se poderá ou não ser realizado um determinado evento. Ainda conforme a pasta, o decreto visa ter um “controle sobre as coisas que acontecem” na região.

De acordo com dados da Secretaria do Verde e Meio Ambiente, a capital paulista possui 5.000 praças públicas ou áreas ajardinadas.

A prefeitura do Butantã lidera o ranking com mais metros quadrados de servidos de praças em toda a cidade, com 878.000 m². Em segundo e terceiro lugares estão as regionais da Capela do Socorro (679,633 m²) e de Pinheiros (587,513 m²). Veja aqui a relação completa.

A decisão divide a opinião de moradores. Joana de Meneses, 48, que brincava à tarde com o filho de três anos em um dos brinquedos no playground na Praça Elis Regina, que também dispõe de equipamentos esportivos e wi-fi gratuito, não sabia da proibição. A moradora concorda com o controle por parte da regional. “Eu não sabia da existência dessa portaria, mas acho que é preciso ter o mínimo de estrutura para a segurança dos visitantes”, aconselha.

“Não aceitamos que esta autoridade [o prefeito local] monte uma comissão arbitrária, sem nenhum membro da sociedade civil e representantes dos moradores, pois, para que haja uma avaliação mais ponderada, todas as partes devem ser contempladas”, reclama Camila.

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