Em 2023, 318 escolas da capital paulista começaram o ano letivo oferecendo educação em tempo integral, possibilitando que alunos e professores permaneçam mais tempo dentro da sala de aula.
A Agência Mural mapeou a localização de todas as escolas (confira ao final da reportagem) e conversou com mães sobre as percepções do modelo de ensino.
“Meu filho estuda no período integral, com direito a café da manhã, almoço e lanche no final da tarde”, conta a subgerente de loja Raquel Fonseca, 29, moradora da zona leste. “Com esse método de ensino, as notas melhoraram bastante, acho que é devido a maior carga horária. Quero que ele permaneça nesta escola.”
Dois modelos
O sistema de ensino integral do estado de São Paulo conta com dois modelos. No Escola de Tempo Integral (ETI), o estudante pode participar de aulas, atividades esportivas e culturais durante o contraturno.
Já o Novo Modelo de Escola de Tempo Integral (PEI) é um dos programas prioritários da Secretaria da Educação do estado. Nele, os alunos possuem uma jornada de até nove horas e meia, incluindo três refeições diárias. Além das aulas regulares, os alunos contam com disciplinas eletivas e podem participar de grupos de jovens, como de teatro ou literatura.
Outra característica é a presença do professor tutor, docente escolhido pelo aluno para acompanhar o desenvolvimento individual do estudante.
“O ensino integral traz uma série de vantagens para os estudantes e professores”, explica Bruna Waitman, gestora do programa de ensino integral do estado de São Paulo. Ela conta que o objetivo a longo prazo é que qualquer aluno que deseje estudar em uma escola PEI tenha essa opção
“O resultado de aprendizagem dos estudantes do ensino médio dessas escolas é 60% mais alto do que o das outras. Tem muita gente que acha que ensino integral é só sobre o tempo, mas na verdade há muitas oportunidades de desenvolvimento”, completa.
O filho de Maria Letícia Santos, 32, começou estudando em uma escola estadual de ensino regular, mas mudou para outra de ensino integral. “A diferença é evidente. As professoras conhecem as particularidades de cada aluno. Ele tem aulas diferenciadas como horta, educação socioemocional, cultura do letramento e ainda atividades dirigidas no horário do intervalo”, conta.
“Acho que vale muito a pena esse método, pois além de ajudar os pais que precisam trabalhar o dia todo, o aluno ainda tem a possibilidade de imersão total no aprendizado.”
Implementação
ara que uma escola passe a oferecer o Novo Modelo de Escola de Tempo Integral é necessária a adesão da comunidade escolar, que é formada por professores, diretores, estudantes, pais e funcionários da escola.
De acordo com Bruna, os conselhos escolares fazem reuniões nas quais manifestam o desejo da comunidade de ingressar ao programa e enviam as atas para Secretaria de Educação, que analisa os documentos e vê a possibilidade de integrá-las ao programa. A prioridade da escolha estão sendo escolas maiores e com índices de vulnerabilidade mais altos.
Alunos que já estudavam nas escolas que passaram a oferecer o ensino integral são prioridade para matrícula, mas a gestora explica que qualquer aluno que tiver interesse pode estudar em uma das unidades que oferecem o ensino integral.
Confira os endereços das escolas públicas de ensino integral de São Paulo: