O cartão postal da cidade de São Paulo são suas paisagens urbanas, porém, o município possui um percentual de 44% de seu território formado por cobertura vegetal, reunindo mais de 194 milhões em m² de áreas verdes. Os dados são da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) e da Rede Social de Cidades, de 2016.
Por outro lado, a distribuição de área verde por região é muito desigual. A Prefeitura Regional de Parelheiros, no extremo sul, possui 86,5% de cobertura vegetal, enquanto o Itaim Paulista, no extremo leste, possui apenas 6,45%.
A capital paulista também não consegue alcançar o índice considerado adequado de área verde por habitante, recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é um mínimo de 12 m² por morador. Sem isso, a qualidade do ar respirado fica comprometida.
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Com uma população de 12,11 milhões de habitantes, apenas 10 das 32 prefeituras regionais da cidade de São Paulo alcançam o índice adequado, sendo, em sua maioria, distritos localizados nos extremos da cidade, como Parelheiros, no extremo sul, e Jaçanã/Tremembé e Perus, na zona norte, que lideram o ranking de cobertura vegetal.
Tendo 501,73 m² de área verde por habitante, o distrito de Parelheiros lidera, com folga, a cobertura vegetal na cidade. “Moro em Parelheiros desde a década de 1970. Amo este lugar. Há muita área verde com rios, cachoeiras, plantas e animais. Além disso, o ar é menos poluído. Quando saio do serviço, levo de duas a três horas para chegar em casa, mas não troco esse lugar por nada”, diz a doméstica Janira Mendes da Silva, 46.
Na outra ponta da cidade, o contador Alberto Nascimento Chagas, 42, diz que também não trocaria o bairro verde por outro.
“Tenho orgulho de morar no Parque Edu Chaves, próximo à Cantareira. Se eu pudesse, moraria lá em cima, na Serra mesmo. Aqui temos vários parques próximos e uma visão privilegiada de todos os lados”, afirma.
O Jaçanã/Tremembé abriga o Horto Florestal, um dos maiores cartões-postais verdes da região, além do Parque Estadual da Cantareira que abrange a Serra da Cantareira, com 68.800 hectares de terra, e os municípios de São Paulo, Caieiras, Mairiporã e Guarulhos.
“Já morei em outros bairros mais distantes daqui, mas, pela área verde e pela qualidade de vida, voltei. É um lugar muito valorizado por conta disso”, reforça Chagas.
MAIS ÁRVORES
No Plano de Metas 2017-2020 da Prefeitura de São Paulo, a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente promete plantar 200 mil árvores na cidade, com prioridade para as 10 prefeituras regionais com menor cobertura vegetal: Aricanduva, Ermelino Matarazzo, Guaianases, Itaim Paulista, Jabaquara, Mooca, Sapopemba, Sé, Vila Mariana e Vila Prudente.
Em 2017 foram plantadas 18.934 mudas de árvores, sendo 4.550 em São Miguel Paulista, na zona leste, 2.122 no Butantã, zona oeste, e 1.981 no Campo Limpo, zona sul. Por outro lado, Vila Prudente teve apenas 6 mudas plantadas e, em Guaianases, foram 40 novas árvores.
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A projeção é plantar 80 mil mudas de árvores em toda a cidade entre 2017 e 2018, e 120 mil entre 2019 e 2020. A Prefeitura de São Paulo também tem a meta de plantar 175 mil árvores de pequeno porte nos terrenos de linhas de alta tensão e faixas de dutos, e outras 50 mil por meio de doações ou parcerias (8.200 já foram concluídas).
CONSERVAÇÃO
Em janeiro de 2018, a SVMA lançou o Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica, chamado de PMMA São Paulo. O objetivo é apontar ações prioritárias e áreas para a conservação, manejo, fiscalização e recuperação da vegetação nativa e da biodiversidade da Mata Atlântica, baseando-se no mapeamento de remanescentes existentes.
De acordo com a Prefeitura, o PMMA também incentiva experimentos tecnológicos sustentáveis e gestão de ações que conciliem a conservação do bioma com o desenvolvimento econômico e cultural do município, fortalecendo a organização social e a participação do cidadão na gestão das políticas públicas.
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