Imagine caminhar entre os becos e vielas da cidade dentro de um jogo. Pegar uma moto, cortar de giro e de quebras, escutar uma música e ver um show do Traper Da Lua no metaverso do Fortnite.
Uma parceria brasileira entre a produtora de jogos Salve Games, empresa que aborda diversidade e cultura periférica nos games, e a produtora musical MBB Diamond, traz esse cenário em um dos jogos mais populares do mercado, o Fortnite.
No mapa, “Sonho TrapStar”, os jogadores poderão vivenciar um game com uma estética única, desenvolvida por uma equipe de profissionais que não apenas vivenciam, mas também entendem a realidade das periferias.
O ‘modo criativo’ do jogo oferecerá aos jogadores a chance de explorar um mapa que combina elementos de geografia, história e raciocínio lógico, com uma narrativa que destaca a importância das periferias no universo dos jogos.
Cria do Peri, na zona norte de São Paulo, Gui Senna, 29, foi o responsável pelo design do mapa. Ele conta que essa foi a primeira oportunidade de realizar um trampo a nível mundial, com o objetivo principal de colocar as periferias no centro do mundo.
“Sempre quis ver a quebrada em um game, e poder fazer o meu próprio bairro é um sonho realizado”, pontua Gui, que vive no bairro que faz parte do distrito da Vila Nova Cachoeirinha.
‘Além do mercado dos games ter uma grande presença nas periferias, infelizmente ainda não temos muitos profissionais vindo delas, trabalhando nessa área’
Gui Senna, responsável pelo design do mapa
O desejo é maior do que comprar uma casa própria ou ser atleta profissional de futebol.
Para Bruno Oliveira, A&R [Artístico e de Repertório] da produtora musical MBB Diamond, conhecido no meio artístico e cultural como “Garoah”, essa parceria também vai ser uma forma de destacar outros artistas da cena musical e colocar os bairros periféricos em outros espaços.
“Essa foi a primeira parceria que fizemos com a Salve Games, dentro do Fortnite e estamos muito felizes com o resultado. Queremos que os nossos artistas, que em sua maioria são de periferia, se vejam de fato dentro do jogo e se identifiquem com a estética”, explicou Garoah.
“Também queremos que a mulekada veja que além de jogar, eles também podem produzir e criar coisas sobre a vivência diária deles” , completou.
Sonho TrapStar
O jogo o “Sonho TrapStar”, se passa em uma São Paulo futurista dominada por uma empresa de segurança que exige toque de recolher e proíbe a realização de shows. Além disso, os jogadores enfrentam uma cidade devastada por uma pandemia de zumbis. A missão principal nesse game é desbloquear um show exclusivo enquanto luta pela sobrevivência e compete online.
No mapa, além de explorar detalhes icônicos da cidade, como o Copan e a Ponte Estaiada, o jogador também vai poder se ambientar em uma estética das periferias da cidade.
“É o desejo de toda uma geração que cresceu jogando game em cidades americanas se ver representado no mundo dos games”, diz o jornalista, ilustrador e empresário Alexandre De Maio, um dos desenvolvedores do jogo.
Alexandre De Maio é também um dos responsáveis pela criação do Mapa de Zumbi dos Palmares no Fortnite. Criado em parceria com a Preta Hub, o jogo aborda a luta dos antepassados em prol da liberdade. A missão é defender o território do Quilombo dos Palmares contra os invasores.
Além das armas e da experiência imersiva dentro das favelas e de todas as ferramentas que o Fortnite oferece aos jogadores, os desenvolvedores também irão promover o primeiro show de Trap de um artista brasileiro dentro do Fortnite.
Em um teste exclusivo para a Agência Mural, foi possível assistir a um trecho do show do trapper Da Lua, que está sendo programado dentro do mapa. Nos testes, foi possível ver uma prévia de como vai ser a estética do show do Da Lua, dentro do Fortnite.
O game é gratuito e está disponível para smartphone, pc e consoles. Para jogar, basta procurar pelo nome “Sonho TrapStar” ou colocar o código: 4808-2174-7271.