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Subprefeituras avisam lojistas sobre fechamento do comércio

Por: Redação

A sexta-feira de Leni da Silva Torres, 54, amanheceu diferente. Há 32 anos, ela é dona de uma loja de presentes e papelaria no bairro Jardim Nordeste, na zona leste da cidade. Pela primeira vez, precisou fechar as portas do negócio.

Quem andava pela rua se deparou com uma cartolina amarela informando que a loja atenderia apenas via WhatsApp devido determinação do governo. 

Comunicado deixado por Leni Torres em sua loja (Lívia Silva/32xSP)

Na última quarta-feira (18), o prefeito Bruno Covas (PSDB) decretou o fechamento de estabelecimentos comerciais de bens e mercadorias na cidade de São Paulo para conter a proliferação do novo coronavírus. 

De acordo com o último boletim divulgado na quinta-feira (19) pelo Ministério da Saúde, a maior parte dos casos da doença COVID-19 se concentra no município. Dos 621 confirmados, 286 estão em São Paulo, que registrou também quatro mortes em decorrência da doença.

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A medida começou a valer nesta sexta-feira (20) e vai até dia 5 de abril. Os estabelecimentos que descumprirem o decreto terão interdição imediata das atividades e, em casos de persistência,  poderão ter a Licença de Funcionamento cassada. Entretanto, vendas por meio de aplicativos, internet ou instrumentos similares são permitidas.

De acordo com a medida, cabe às subprefeituras fiscalizar o cumprimento do decreto, bem como a suspensão dos Termos de Permissão de Uso (TPUs) de profissionais autônomos que atuem em áreas de grande concentração de ambulantes.

INFORMAÇÃO VIA REDE SOCIAL

Para avisar os comerciantes sobre a medida, as subprefeituras utilizaram as redes sociais. No facebook, a subprefeitura de São Miguel Paulista, na zona leste, foi a primeira a alertar sobre o decreto, no dia 18. 

Das 32 subprefeituras, 25 fizeram posts na plataforma sobre o assunto, exceto Campo Limpo, Capela do Socorro, Jaçanã/Tremembé, Lapa, Mooca, Perus e Santo Amaro. 

Algumas subprefeituras utilizaram também outros recursos. A sede da  Cidade Ademar usou um carro de som para alertar os moradores e comerciantes da região. 

De acordo com a Secretaria Municipal das Subprefeituras, ontem (19) agentes percorreram comércios para orientar os lojistas a respeito da determinação de fechamento.

Subprefeituras usaram, principalmente, redes sociais para avisar sobre fechamento do comércio (Léu Britto/32xSP)

Para a comerciante Leni Torres, porém, a medida não foi bem divulgada pelas subprefeituras. Ele ficou sabendo que teria que fechar a loja por meio da televisão. 

“Não  fomos informados de nada sobre o decreto. Tudo que sabemos é  pela televisão ou amigos que ouviram”.
Leni da Silva Torres, dona de loja na zona leste

A empreendedora está preocupada com o prejuízo financeiro que poderá ter, mas acredita que a medida foi necessária. “Precisa bloquear o comércio, mas também precisamos pagar as contas. Fico triste porque muitos comércios não têm estrutura. Como faremos sem ganho?”.

SUPERMERCADOS, SERVIÇOS E FARMÁCIAS FICAM ABERTOS

Apesar de fechar o comércio, o decreto prevê que serviços, como salões de cabeleireiro e oficinas mecânicas, podem continuar abertos. Além disso, hipermercados, supermercados, padarias, postos de gasolina, lojas de conveniência, restaurantes, pet shops, feiras livres, óticas e bancas de jornais também.

Porém, esse tipo de comércio terá que adotar alguns cuidados: intensificar a limpeza, disponibilizar álcool gel aos clientes, divulgar informações sobre prevenção da COVID-19 e manter espaçamento mínimo de 1 metro entre mesas, no caso de restaurantes e lanchonetes.

Fica suspenso também o funcionamento de casas noturnas e demais estabelecimentos dedicados à realização de festas, eventos ou recepções.

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