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Universidades oferecem serviços de saúde gratuitos ou a baixo custo em SP

Por: Redação

Fazer tratamento médico, dentário, realizar fisioterapia e exames ou mesmo ter o acompanhamento de um psicólogo ou nutricionista. Tudo isso é possível sem precisar passar pela rede pública, criticada pela superlotação e demora no atendimento.

Em clínicas espalhadas pela cidade, universidades oferecem serviços na área da saúde, realizados por alunos dos cursos de graduação, sob a supervisão de professores especialistas. A iniciativa permite que as instituições se relacionem com a comunidade, ao mesmo tempo em que capacitam os estudantes para o mercado de trabalho.

A lista de serviços disponíveis é extensa, sendo a maioria gratuita ou de valor simbólico, cobrado apenas para a cobertura do custo de materiais.

Em geral, as escolas recebem inscrições dos interessados, que passam por uma triagem antes do início do tratamento e aguardam em uma fila de espera, podendo também, em alguns casos, ter atendimento imediato.

Os procedimentos abrangem desde simples extrações de dentes ou aferição da pressão arterial, até outros especializados, como o atendimento a crianças com microcefalia e sobre sexualidade feminina.

Clique aqui para conhecer os serviços, endereços e horários de atendimento de clínicas das seguintes universidades em São Paulo:

Teoria e prática

Para o estudante do oitavo semestre de odontologia da FMU, Luciano Martins da Silva, 41, a experiência na clínica da faculdade é fundamental para humanizar o atendimento e colocar em prática o que já tinha aprendido nas aulas teóricas. “Aqui a gente não cuida só de dente, a gente cuida do ser humano o tempo inteiro”, comenta.

Morador de Ribeirão Pires, Silva estuda no campus Santo Amaro, na Vila Nova Conceição, na zona sul da capital, e diz que o contato com os pacientes e a comunidade é uma das coisas que o deixam mais motivado.

“Tudo aquilo que eu queria devolver para o paciente, que eu ansiava, de poder ajudar o próximo, está se realizando. Isso faz a gente acordar cedo, dormir três horas por dia, trabalhar e atravessar metade da cidade para estar aqui às 7h para atender. É isso que nos motiva.”

O 32xSP também ouviu pacientes e coordenadores das clínicas de fisioterapia, enfermagem e nutrição da Universidade Paulista (Unip), na Vila Guilherme, zona norte. Ali, todos os serviços oferecidos são gratuitos e o agendamento pode ser feito pessoalmente ou pelo telefone 2790-1550.

A dona de casa Andreia Barros, 42, moradora na Vila Guilherme, descobriu há apenas dois meses que a universidade oferecia serviços de saúde.

Vizinha do campus, ela diz que inicialmente passou pela nutricionista e agora foi fazer o exame físico na clínica de enfermagem.

“Foi um amigo que indicou. Por recomendação do médico, procurei uma nutricionista. Agora toda a minha família aderiu ao novo cardápio, mais saudável”

Andreia Barros, moradora na Vila Guilherme, na zona norte

Já o técnico em eletrônica Tercio Messias, 57, morador no distrito do Bom Retiro, na região central de São Paulo, é paciente da clínica de fisioterapia desde 2012. Portador de distrofia muscular, ele faz sessões de exercícios três vezes por semana e elogia a estrutura e a atenção de professores e alunos.

Os resultados têm sido muito bons. Meu equilíbrio melhorou e a evolução da doença ocorre numa velocidade bem menor. Não tomo nenhum remédio, então o meu tratamento tem que ser bem feito.”

O técnico faz questão de recomendar o serviço. “Até o rodízio natural dos alunos é benéfico. A dinâmica sempre muda e o tratamento não fica monótono, chato. Passei por clínicas particulares em que você fica meio abandonado fazendo os exercícios. Aqui o atendimento é individualizado”, fala.

O técnico em eletrônica Tercio Messias faz fisioterapia na clínica da universidade desde 2012 (Sidney Pereira/32xSP)

A coordenadora de fisioterapia Kelly Sanches, 49, diz que a clínica oferece atendimento nas áreas de neurologia e de distúrbios musculoesqueléticos, que abrange ortopedia, reumatologia e traumatologia, além de tratamentos preventivos a idosos e terapia laboral a trabalhadores, por exemplo.

O local recebe crianças com patologias que afetam a parte motora, como paralisia cerebral e síndrome de Down. “No caso de adultos, entre os pacientes há aqueles que sofreram traumatismos, AVC (acidente vascular cerebral); têm o mal de Parkinson ou doenças degenerativas”, afirma.

Coordenadora da clínica de nutrição, Daniela Ventola, 38, explica que, de início, os alunos recebem os pacientes para fazer a avaliação nutricional, seguida de avaliação física e outros exames para então chegar ao percentual de gordura e massa magra, resultando em um cardápio individualizado.

Ela explica que há casos em que toda a família do paciente é “contaminada” e passa a seguir o cardápio sugerido pelos alunos de nutrição.

“O trabalho da clínica de enfermagem é voltado à promoção da saúde e prevenção”, avalia a enfermeira Fabiane Marui, 41.

O paciente que chega pela primeira vez passa por entrevista e avaliação clínica, incluindo a aferição da pressão, glicemia, colesterol e análise do estado geral.

Também serve como um “tira-dúvidas” sobre aspectos da saúde e medicação. Já houve casos em que a equipe detectou problemas desconhecidos pelo paciente e foi recomendada a consulta de um médico especialista. O setor também promove visita às casas de pacientes acamados e ações de saúde na comunidade.

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