O primeiro dia da vacinação contra a gripe, nesta segunda-feira (23), foi complicado em cidades da Grande São Paulo.
Em meio às preocupações por conta da propagação do novo coronavírus, a campanha foi destinada em especial aos idosos, com filas e reclamações em várias partes da região metropolitana. Ao menos em Osasco, Diadema e Embu das Artes, o estoque acabou e a sequência da vacinação dependerá de uma nova remessa.
Na cidade de Diadema, o prefeito Lauro Michels (PV) reclamou o volume de vacinas enviadas pelo governo do estado. No final do dia, as sete cidades do ABC anunciaram a suspensão da campanha. Ao todo, a região recebeu 107 mil doses.
O casal formado por Ivonete Regina Klaen, 71, e Amadeu Klaen, 74, aguardava a vacinação. Eles vivem há 35 anos no bairro Serraria, em Diadema. Ambos são hipertensos e tentariam fazer a imunização na UBS Serraria. Os dois têm evitado sair de casa por conta da pandemia.
“Infelizmente já não tinha mais. Eu tenho pressão alta, tenho diabete, problema no rim e não posso estar saindo. Infelizmente ainda não foi dessa vez”, comentou Ivonete.
A mesma situação foi vista em Embu das Artes, segundo a prefeitura. As vacinas acabaram ainda pela manhã. A expectativa é que um novo lote seja recebido na quarta-feira (25) de tarde, quando pessoas com mais de 60 anos podem se dirigir à UBS (Unidade Básica de Saúde) mais próxima de suas casas.
A partir de 16 de abril, professores e pessoas que têm doenças crônicas podem ir às unidades.
No caso de Osasco, o município informou que eram 22 mil doses disponíveis e que todas foram aplicadas. A gestão afirma que o coronavírus aumentou a busca pela imunização.
“Houve uma procura muito acima do registrado em anos anteriores. Todos os anos é preciso reforçar a necessidade de comparecer aos postos para tomar a vacina. Neste ano, em razão do coronavírus, a procura foi imensa, causando filas nas unidades de saúde e no Drive Thru montado no estacionamento da prefeitura”, afirmou a gestão em nota.
A expectativa é que um novo lote de chegue a cidade em 26 de março. A campanha irá até 22 de maio. A gestão afirma que a campanha recomeça assim que receber novas doses.
“A compra e distribuição é responsabilidade do Ministério da Saúde em parceria com o governo do Estado. Ao município compete a aplicação”, afirma a prefeitura.
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Procurada, a Secretaria de Estado da Saúde afirmou que montou uma “força-tarefa com as equipes do CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica) e do CDL (Centro de Distribuição e Logística) garantindo envio das grades de vacina contra a gripe com agilidade a todos os municípios”.
O Ministério da Saúde enviou 2 milhões de doses ao estado, o que representa 32% do quantitativo necessário para os grupos prioritários da primeira etapa – idosos e profissionais de saúde.
“Todos os municípios iniciaram a vacinação com grades parciais desta primeira remessa”. A pasta afirma que haverá sequência do reabastecimento nesta terça-feira (24) das novas grades. “A pasta está em diálogo contínuo com o Ministério para garantir o abastecimento”.
O começo da campanha tem objetivo de facilitar o diagnóstico da covid-19 e também não sobrecarregar os sistema de saúde, no momento em que a busca por atendimento tende a aumentar com o avanço da pandemia.
Em Osasco, a vacinação foi dividida em etapas e os primeiros dias tinham como foco idosos e profissionais da área da saúde.
A segunda etapa será no dia 16 de abril e atenderá professores de escolas públicas e privadas e profissionais de segurança e salvamento, que poderão procurar as UBSs.
Já no dia 9 de maio, será realizada a terceira e última fase da campanha para o público infantil, que será atendido no Centro de Referência Edmundo Campanha Burjato, no Cipava. Gestantes e puérperas serão atendidas na Maternidade Amador Aguiar, no Piratininga.
As UBSs da Vila dos Remédios, do Jardim Aliança, do Portal D’Oeste, Quitaúna, da Vila da Justiça/Conceição e do Novo Osasco não realizarão atendimento para vacinação, por conta do atendimento exclusivo de sintomas respiratórios leves de casos suspeitos da Covid-19.