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93% dos paulistanos não acompanham atividades da Câmara Municipal

Moradores da zona leste são os que menos acompanham a vida legislativa do município; 64% sequer lembram em quem votaram para vereador, mostra pesquisa

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Por: Redação

Publicado em 04.02.2019 | 17:42 | Alterado em 04.02.2019 | 17:42

Tempo de leitura: 3 min(s)
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Plenário da Câmara Municipal de São Paulo (Lucas Landin/32xSP)

93% dos paulistanos não participam de nenhuma atividade da Câmara Municipal, mostra a pesquisa “Viver em São Paulo: Qualidade de vida”, divulgada em janeiro pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o Ibope Inteligência.

Em 2018, os moradores da zona leste foram os que menos acompanharam a vida legislativa do município (95%), seguidos pelos moradores da zonas sul (93%), norte (92%), oeste (90%) e centro (86%).

O correspondente bancário Mayke Oliveira, 23, vive em São Miguel Paulista, a 28 km do Palácio Anchieta, sede da Câmara Municipal. Nunca participou de atividades da Casa de Leis e também não a conhece pessoalmente.

“Não é por falta de interesse, mas acho que as atividades da Câmara são mal divulgadas. Particularmente, eu nunca ouvi falar de nenhuma atividade aberta ao público”, diz.

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A manicure Maria da Graça dos Santos, 47, que mora no Itaim Paulista, também não acompanha a rotina dos vereadores.

“Para te falar, eu não sei nem onde fica a Câmara de São Paulo. Antes a gente ficava sabendo de algumas notícias porque tinha vereador do bairro, hoje não tem mais.”

O afastamento entre os representantes e os representados é visível: 64% dos entrevistados na pesquisa sequer lembram em quem votaram para vereador em 2016. Maria da Graça, por exemplo, confessa que já não se recorda mais em quem depositou o voto, enquanto Mayke afirma ter votado em branco.

A estudante de políticas públicas Andreia Pereira, estagiária da Câmara, opina que aproximar a população continua sendo um grande desafio do Legislativo.

“É o maior desafio. Acredito que existe uma distância histórica entre parlamento e o povo, que só se quebra quando há uma relação clientelista. Ou seja, o cidadão é induzido a procurar o vereador apenas para pedir favores.”

Para Maria Victória Oliveira, embaixadora do movimento Politize!, esse distanciamento surge da indisponibilidade de tempo dos paulistanos e da dificuldade que os cidadãos têm de entender o funcionamento da Câmara.

“É muito difícil conciliar envolvimento político e social com a nossa rotina. Tenho certeza de que parte desses 93% têm uma vida sobrecarregada, o que acaba os tornando cidadãos desinformados, e o pior, desinteressados”, argumenta.

“O fato de que a política é difícil de entender e pouco atrativa também espanta as pessoas. A nossa política não é feita para interessar a população, é feita entre quatro paredes e não é nada convidativa.”

Em 2015, a Câmara Municipal iniciou o projeto “Câmara no seu bairro”, que visava levar as sessões legislativas para os bairros, aproximando as discussões da população. Porém, segundo o próprio site da Casa de Leis, a última atividade descentralizada ocorreu em novembro de 2015.

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“A participação popular na Câmara é extremamente importante para acompanhar o que está sendo pautado e os posicionamentos. É necessário criar mecanismos para que a população se interesse mais pela política”, afirma Victória.

CÂMARA SEGUE MAL AVALIADA PELOS PAULISTANOS

Ainda segundo a pesquisa, 59% dos paulistanos consideram a atuação da Câmara Municipal como “ruim ou péssima”, uma leve queda em comparação com 2017, quando esse número chegou a 67%.

O número de entrevistados que considera a atuação da Câmara como “ótima ou boa” passou de 5% em 2017 para 8% em 2018; e os que acreditam que ela seja “regular” passaram de 22% para 23%.

Em 2008, no primeiro ano do levantamento, apenas 26% dos paulistanos avaliaram a Câmara como ruim ou péssima. Em dez anos, o número mais que dobrou.

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