Dados da prefeitura mostram como a doença se espalhou pelo município; Vila Ayrosa, Vila Menck e Rochdale tiveram mais perdas
Paulo Talarico/Agência Mural
Por: Ariane Costa Gomes | Paulo Talarico
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Publicado em 10.07.2020 | 15:10 | Alterado em 10.07.2020 | 22:19
Dados da prefeitura mostram como a doença se espalhou pelo município; Vila Ayrosa, Vila Menck e Rochdale estão tiveram mais perdas
Tempo de leitura: 3 min(s)A analista de atendimento Bruna Cavalcante, 22, diz estar em um ‘beco sem saída’. Ela vive na Vila Ayrosa, na zona norte de Osasco, bairro perto da capital, e que é onde houve mais mortes por Covid-19, no município – foram 28.
“Estou de quarentena há quase quatro meses, sem sair de casa e mesmo assim tem muita gente nas ruas, bares da região se aglomerando, cada vez mais só vai aumentar o número”.
Osasco tem uma das maiores taxas de mortalidade por causa do novo coronavírus. Até 7 de julho, eram 520 perdas em todo o município – cerca de 74 por 100 mil habitantes – mais do que a cidade de São Paulo.
O bairro de Bruna não é uma exceção. Dos seis bairros com mais mortes em Osasco, cinco estão na zona norte. Entre eles estão a Vila Menck (28 perdas), o Rochdale (25), o Munhoz Júnior (24) e o Helena Maria (20). Eles ligam de ponta a ponta a região, saindo do limite com São Paulo até o limite com Barueri, cidade vizinha.
“Os moradores parecem viver em um mundo paralelo. As ruas estão sempre cheias e movimentadas”, conta a assistente administrativa Stefany da Silva Braga, 35, que vive na Vila Menck.
">Covid-19 em Osasco | ||
">Bairro | ">Casos | ">Mortes |
">Vila Menck | ">322 | ">28 |
">Ayrosa | ">250 | ">28 |
">Rochdale | ">331 | ">25 |
">Veloso | ">324 | ">25 |
">Munhoz Júnior | ">296 | ">24 |
">Helena Maria | ">211 | ">20 |
">Bandeiras | ">228 | ">15 |
">Novo Osasco | ">302 | ">14 |
">Jardim Conceição | ">281 | ">14 |
">Padroeira | ">232 | ">14 |
">Santa Maria | ">204 | ">14 |
">Mutinga | ">194 | ">14 |
">Jardim Elvira | ">184 | ">14 |
">Jardim D’Abril | ">145 | ">14 |
">Bela Vista | ">105 | ">14 |
">São Pedro | ">219 | ">13 |
">Jardim Roberto | ">210 | ">13 |
">Aliança | ">176 | ">13 |
">Piratininga | ">242 | ">12 |
">Bussocaba | ">136 | ">12 |
">Vila Yolanda | ">128 | ">11 |
">Quitaúna | ">124 | ">11 |
">Centro | ">188 | ">10 |
">Santo Antônio | ">141 | ">10 |
">Vila Campesina | ">41 | ">9 |
">Jaguaribe | ">189 | ">8 |
">Jardim das Flores | ">116 | ">8 |
">Vila Osasco | ">116 | ">8 |
">Portal D’Oeste | ">113 | ">8 |
">Vila Yara | ">92 | ">8 |
">Baronesa | ">164 | ">7 |
">Pestana | ">139 | ">7 |
">Km 18 | ">110 | ">7 |
">Cidade das Flores | ">93 | ">7 |
">Cipava | ">92 | ">6 |
">Bonança | ">77 | ">6 |
">Remédios | ">63 | ">6 |
">Presidente Altino | ">131 | ">5 |
">Umuarama | ">125 | ">5 |
">Três Montanhas | ">41 | ">5 |
">IAPI | ">100 | ">4 |
">Continental | ">106 | ">3 |
">City Bussocaba | ">54 | ">3 |
">Adalgisa | ">75 | ">2 |
">Industrial Anhanguera | ">33 | ">2 |
">Bonfim | ">16 | ">2 |
">Santa Fé | ">15 | ">2 |
">Metalúrgicos | ">92 | ">1 |
">Raposo Tavares | ">53 | |
">Setor Militar | ">14 | |
">Industrial Remédios | ">5 | |
">Jardim Nogueira | ">2 | |
">Jardim Paulista | ">2 | |
">Total | " data-sheets-formula="=SOMA(R[-53]C[0]:R[-1]C[0])">7442 | " data-sheets-formula="=SOMA(R[-53]C[0]:R[-1]C[0])">511 |
Por outro lado, ela diz concordar com a reabertura gradual do comércio, se tomadas as medidas de prevenção.
Nesta sexta-feira (10), Osasco passou para a fase amarela do chamado Plano São Paulo, que permite a reabertura de bares e restaurantes. Antes, alguns estabelecimentos como shoppings já tinham iniciado a reabertura.
“Estão autorizados a funcionar seis horas por dia e foram orientados a organizar o revezamento de seus funcionários, a fim de evitar a lotação do transporte público nos chamados horários de pico”, afirma a Prefeitura de Osasco.
No entanto, mesmo antes de avançar para a nova fase, a reabertura desses comércios era vista em boa parte da cidade.
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“Não acho que chegamos em um nível de decaída segura ou estabilidade para reabrirmos. Mas entendo a necessidade de alguns comerciantes”, diz Vitoria Ferreira, 19, desempregada, moradora do Rochdale.
Bairro marcado por enchentes no começo do ano, o Rochdale é onde houve mais casos confirmados da Covid-19, são 331, até esta semana. A região cresceu ao redor de afluentes do Rio Tietê e vive há décadas com obras em andamento que prometem o fim das enchentes.
Este ano, além das chuvas, a Covid-19 tem sido o desafio. Para Vitória, apesar das orientações “não houve aceitação ou cumprimento por boa parte dos moradores”.
ZONA SUL
Apesar da zona norte ter registrado locais com o maior número de vítimas, em geral, a Covid-19 se espalhou por todo o município. A prefeitura registra casos em 52 bairros, 48 deles tiveram ao menos um óbito.
Do outro lado do rio Tietê, na zona sul, o Jardim Veloso é o que concentra mais casos com 324 e 25 mortes. Vizinho dele, o Novo Osasco também ultrapassou os 300 moradores com coronavírus e foram 14 óbitos.
Sobre a situação da cidade, a Prefeitura diz que acompanha dia a dia a situação da doença. “Desde 19/5, a Prefeitura testa pacientes nas Unidades Básicas de Saúde. A realização dos testes permite o acompanhamento diário, mesmo dos pacientes que ficam em isolamento em casa”, afirma a gestão.
Atualmente, a ocupação de leitos é de 49,4% nas UTIs e de 22% na enfermaria. “A Prefeitura também tem condições de ampliar o número de leitos, caso necessário”, diz a gestão, que diz ter 93% de índice de pacientes curados.
Jornalista, acredita que a informação e a educação são ferramentas fundamentais para transformar as pessoas e a sociedade. Gosta de aprender e conhecer coisas novas, estar ao lado das pessoas que ama, ouvir música e ficar junto de suas duas cachorrinhas. Correspondente de Osasco desde 2015.
Diretor de Treinamento e Dados e cofundador, faz parte da Agência Mural desde 2011. É também formado em História pela USP, tem pós-graduação em jornalismo esportivo e curso técnico em locução para rádio e TV.
A Agência Mural de Jornalismo das Periferias, uma organização sem fins lucrativos, tem como missão reduzir as lacunas de informação sobre as periferias da Grande São Paulo. Portanto queremos que nossas reportagens alcancem outras e novas audiências.
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