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Estudante campeã de karatê golpeia adversidades e mostra a potência do Nordeste de Amaralina

Aos 17 anos, Bianca Santana luta pela carreira na arte marcial e coleciona mais de 20 medalhas em diferentes modalidades do esporte

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Laís Lopes/Agência Mural

Por: Laís Lopes

Notícia

Publicado em 05.02.2021 | 13:17 | Alterado em 27.02.2024 | 16:35

Tempo de leitura: 3 min(s)
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Bianca é o destaque da academia Vulkão Karatê Clube, onde treina desde os 10 anos @Laís Lopes/Agência Mural

Campeã brasileira de karatê em 2019, a estudante Bianca Santana, de 17 anos, conta ter se sentido em um filme quando teve o seu primeiro contato com o esporte aos dez anos. “Eu era uma criança muito briguenta e já assistia as lutas pela internet; tentava reproduzir os golpes em casa. Quando fui na primeira aula, lembro que foi amor à primeira vista. Me senti no filme Karate Kid”, lembra.

Bianca é o destaque da academia Vulkão Karatê Clube, localizada no bairro do Nordeste de Amaralina, onde ela treina e mora. Ao longo dos quase oito anos como atleta, já coleciona mais de dez títulos, e carrega no peito mais de 20 medalhas de vitórias em campeonatos importantes.

Seu primeiro grande desafio foi ultrapassar as dificuldades financeiras para conseguir participar das competições. Sem patrocínio, a filha mais velha de um porteiro e uma mãe autônoma não desistiu do sonho de participar do Campeonato Brasileiro que aconteceu em 2019 em Uberlândia, Minas Gerais. 

”Eu não tinha dinheiro para nada. Comecei a ir atrás de alguns empresários para pedir ajuda, até que o dono de uma pizzaria e o dono de um restaurante em Salvador resolveram me ajudar. Providenciaram meu kimono, hospedagem, passagens, e meus treinos trouxeram resultado. Fui campeã brasileira”, relembra emocionada. 

Em 2020, Bianca teve a ideia de arrecadar os seus próprios fundos para participar das disputas. Com a ajuda da sua mãe, começou a fazer doces e a vender de porta em porta, conciliando seu tempo entre os estudos e os treinos. 

Com a chegada da pandemia, os treinos presenciais foram suspensos dando lugar aos treinos EAD. Os alunos se reuniam em salas na plataforma zoom e eram orientados pela professora Lenise Guedes, 42, que destaca o potencial da atleta. 

“Hoje eu vejo em Bianca um enorme talento. Acredito que ela tem grande potencial para representar a Bahia na Seleção Brasileira. Quando ela treina, e entra para competir, é para valer. Ainda vamos ouvir falar muito dela ao redor do mundo”, afirma Lenise. ’ 

Para Bianca, os treinos à distância vieram acompanhados de algumas adversidades. “Foi um pouco complicado, tive que dividir o meu tempo com o trabalho, os treinos e minhas responsabilidades na igreja. Consegui treinar apenas alguns dias”, conta. 

O falecimento do professor Edilson Montes, fundador da academia Vulkão Karatê Clube, teve grande impacto na vida dos atletas. Para Bianca, ele foi um dos principais incentivadores e mentores. ”Devo muito a ele por ter chegado até aqui. Ele sempre me incentivou e acreditou em mim, nunca me deixou desistir em nenhuma dificuldade”, afirma. 

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Na academia fundada há 15 anos, o professor Edilson ajudou a descobrir novos talentos do esporte que representam a comunidade do Nordeste de Amaralina em campeonatos pelo Brasil afora. Seus ensinamentos seguem lembrados por alunos, hoje, marcados pela saudade.   

Flávia Santana, 33, mãe de Bianca, fala emocionada sobre a filha, motivo de orgulho e alegria para a família. “Minha filha é um presente de Deus. Ela é extremamente sonhadora e tem se esforçado muito nessa nova fase com o karatê. Somos privilegiados em tê-la em nossas vidas”, diz orgulhosa. 

Hoje, as aulas na academia seguem suspensas e os treinos à distância continuam acontecendo. A campeã baiana, e atualmente faixa verde, se dedica diariamente ao esporte e se prepara para mudar para a faixa roxa. Afirma seguir com planos de colecionar mais títulos ao longo da sua carreira e representar o Nordeste de Amaralina nos ringues ao redor do mundo. 

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Laís Lopes

É estudante de Jornalismo e correspondente do Nordeste de Amaralina no Barra/Pituba. Acredita que o jornalismo é revolucionário e uma enorme potência capaz de ouvir a quem precisa falar.

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