Por: Jessica Bernardo | Cleberson Santos
Notícia
Publicado em 08.03.2022 | 19:45 | Alterado em 08.03.2022 | 19:45
Em 2021, 136 mulheres foram vítimas de feminicídio no estado de São Paulo, segundo levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta segunda-feira (07). O crime muitas vezes é o capítulo final de uma série de violências que começam dentro de casa, com companheiros e parentes.
Procurar ajuda para conseguir interromper um ciclo de violência pode salvar a vida de uma mulher. Por isso, na semana do Dia Internacional das Mulheres, a Agência Mural preparou uma lista com lugares onde vítimas de violência podem encontrar acolhimento na Grande São Paulo.
São serviços de atendimento especializado, que estão espalhados pelas várias regiões da capital paulista e de cidades da região metropolitana, e oferecem psicólogos, assistentes sociais, encaminhamento jurídico e até alojamento para abrigar vítimas com risco de morrer.
A lista a seguir explica como cada um deles funciona e traz também falas da coordenadora de Políticas para Mulheres da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, Ana Cristina de Souza, que foi entrevistada para esta reportagem. Confira:
A Casa da Mulher Brasileira é a principal referência no atendimento a mulheres vítimas de violência em São Paulo e funciona todos os dias da semana, 24 horas por dia.
Localizada no centro da cidade, ela reúne em um só espaço equipes de psicólogos, assistentes sociais e representantes do Ministério Público e da Defensoria Pública, que dão orientação jurídica para as mulheres.
O local tem ainda uma DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), onde a vítima pode registrar um boletim de ocorrência contra o agressor; uma equipe do programa Guardiã Maria da Penha, da Guarda Civil Metropolitana, que oferece proteção às vítimas; e alojamentos onde as mulheres podem ficar abrigadas caso estejam sendo ameaçadas de morte.
Endereço: Rua Vieira Ravasco, 26, no Cambuci, Centro, São Paulo
Telefone: (11) 3275-8000.
Os Centros de Cidadania da Mulher são locais de formação e cidadania que oferecem, além do atendimento com assistentes sociais e psicólogos, cursos e aulas voltados para o bem-estar da mulher. “São espaços onde elas podem se organizar, onde essa mulher pode ser estimulada”, conta Ana Cristina.
Os lugares também oferecem cursos profissionalizantes, oficinas sobre temas como autonomia financeira e até aulas de dança e outras atividades físicas. Na capital são cinco unidades, que funcionam de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h.
“Na prática a mulher que procura o Centro de Cidadania está procurando um lugar de escape. Ali ela vai ser incentivada, estimulada a trabalhar suas potencialidades. E ali também ela acaba apresentando essa demanda de violência”, ressalta Ana.
As equipes dos CCMs são treinadas para orientar vítimas de violência de gênero e também podem encaminhá-las para os CRM (Centros de Referência a Mulheres em Situação de Violência).
Endereço: Rua Terezinha do Prado Oliveira, 119
Telefone:: (11) 5921-3665
Endereço: Praça Salim Farah Maluf, s/n
Telefone:: (11) 5521-6626
Endereço: Rua Professor Oscar Barreto Filho, 350 – Grajaú
Telefone:: (11) 5927-3102
Endereço: Rua Ibiajara, 495 – Itaquera
Telefone:: (11) 2073-4863
Rua Aurora Boreal, 53: (11) 3917-5955
Os CRM (Centros de Referência a Mulheres em Situação de Violência) são unidades especializadas para atender as vítimas de violência. Nesses locais, as mulheres são recebidas por equipes que oferecem orientação jurídica e atendimento psicológico e social.
As vítimas de violência podem chegar aos CRMs por encaminhamentos ou de maneira espontânea, sem a necessidade de passar por outros serviços da prefeitura.
“São espaços que trabalham de maneira mais propositiva com o rompimento do ciclo [de violência]. A mulher que chega no Centro de Referência está ciente de que está num relacionamento abusivo e quer romper com aquilo”, explica Ana Cristina.
A capital conta com quatro unidades, que funcionam de segunda a sexta, das 10h às 16h.
Endereço: Rua Dr. Bacelar, 20 – Vila Clementino
Contato:: (11) 5549-9339
Endereço: Rua Sílvio Bueno Peruche, 538 – Brasilândia
Telefone:: (11) 3983-4294
Endereço: Rua Líbero Badaró, 137, 4º andar – Centro
Telefone:: (11) 3106-1100
Endereço: Rua Luiz Fonseca Galvão, 145 – Capão Redondo, zona sul
Telefone:: (11) 5524-4782
Os Postos Avançados de Apoio à Mulher são espaços localizados em lugares de grande circulação e têm como objetivo oferecer acolhimento e orientação para as vítimas de violência.
A capital conta com três postos deste tipo, sendo um no Terminal de Ônibus Sacomã, na zona sul, um na estação Santa Cecília, da Linha 3-Vermelha do Metrô, e um na estação Luz, da Linha 1-Azul. Nestes locais as mulheres são atendidas por psicólogas e assistentes sociais, e podem denunciar agressões e receber informações sobre seus direitos.
As vítimas de violência que são acolhidas nos postos avançados são encaminhadas para outros serviços da rede, como os CRMs e a Casa da Mulher Brasileira, para terem acompanhamento.
As unidades do Metrô funcionam de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h. Já a unidade do Terminal Sacomã funciona de segunda a sexta, das 10h às 17h.
O Ônibus Lilás é uma unidade móvel de atendimento para mulheres em situação de violência que circula pela cidade de São Paulo. Se você mora longe das unidades citadas acima, vale a pena conferir o caminho que o Ônibus Lilás vai fazer nos próximos dias no site da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania.
No dia 21 de março, o ônibus estará na Praça da Sé, no centro da cidade, em uma ação de apoio a mulheres em situação de rua.
Assim como a capital paulista, algumas cidades da região metropolitana também oferecem serviços de acolhimento à mulher vítima de violência.
É o caso, por exemplo, do Crevim (Centro de Enfrentamento da Violência contra a Mulher), em Carapicuíba. O espaço ligado à secretaria de Assistência Social oferece serviço de apoio, acolhimento, atendimento multidisciplinar, psicológico, social e orientação jurídica.
O centro promete atuar no “fortalecimento da autoestima das mulheres” e oferer um acolhimento “feito com sensibilidade e sem julgamento”. O Crevim está aberto de segunda à sexta-feira, em horário comercial.
Endereço: Av. Celeste, 186 – Centro, Carapicuíba
Em Guarulhos, este tipo de serviço é oferecido pela Casa das Rosas, Margaridas e Beths, um centro de referência de atendimento às mulheres em situação de violência doméstica, que funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
Segundo a Prefeitura, 37,5% das mulheres atendidas pelo espaço relatam sofrer agressões físicas e psicológicas.
Endereço: R. Paulo José Bazani, 47 – Macedo, Guarulhos
Na cidade de Mauá, no ABC Paulista, existem oito Cram (Centros de Referência de Atendimento à Mulher), além do Navis (Núcleo de Atenção à Violência Sexual), administrado pela Secretaria de Saúde e que oferece um “acompanhamento multiprofissional” às mulheres.
Endereço: Avenida Presidente Castelo Branco, Nº2982 – Jardim Zaíra
Endereço: Rua Remo Luiz Corradini, Nº115 – Macuco (Zaíra)
Endereço: Rua Salvador, Nº266 – Jardim Oratório
Endereço: Rua Estados Unidos, Nº84 – Parque das Américas
Endereço: Avenida Barão de Mauá, Nº4050 – Vila São João
Endereço: Avenida Benedita Franco da Veiga, Nº1085 – Jardim Feital
Endereço: Rua Cícero Rodrigues da Silva, Nº443 – Vila Mercedes
Também no ABC, mas em São Bernardo do Campo, as mulheres vítimas de violência podem procurar o Cram Marcia Dangremon. Eles atendem em horário comercial, de segunda a sexta-feira, mas pedem que seja realizado um primeiro contato por telefone.
Endereço: Rua Dr. Fláquer, 208 – 2° Andar – Centro, São Bernardo do Campo
Osasco também possui um centro de referência, o CRMVV Marcia Ribeiro. Em dezembro passado, a cidade divulgou a construção de uma Casa de Passagem. Segundo a Prefeitura, o lugar será um “refúgio provisório às mulheres vítimas de violência e seus filhos, caso os tenha”.
Endereço: Av. Capistrano de Abreu, 274 – Jaguaribe, Osasco
Jornalista, cria de uma família de cearenses. Apaixonada por São Paulo, bolos e banhos de mar. Correspondente do Grajaú desde 2017.
Correspondente do Capão Redondo desde 2019. Do jornalismo esportivo, apesar de não saber chutar uma bola. Ama playlists aleatórias e tenta ser nerd, apesar das visitas aos streamings e livros estarem cada vez mais raras.
A Agência Mural de Jornalismo das Periferias, uma organização sem fins lucrativos, tem como missão reduzir as lacunas de informação sobre as periferias da Grande São Paulo. Portanto queremos que nossas reportagens alcancem outras e novas audiências.
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