“A mobilidade urbana é pauta essencial nas grandes cidades”, aponta José Armelin, 49, especialista em energia e eficiência energética e professor em Mecatrônica na rede Salesiana Dom Bosco e na empresa Banda CO2 Zero.
Com quase 12 milhões de habitantes somente na cidade de São Paulo, a rotina de muitos trabalhadores de resume a horas e horas no trânsito. É o caso de da assistente administrativa Bruna Carla, 27, que gasta duas horas para chegar ao serviço, de Itaquera, na zona lesre da capital, até Moema, na zona sul. “Saio de casa as 7h da manhã e entro às 10h. Prefiro usar somente ônibus, pois não gosto muito de metrô, por causa da lotação”, afirma.
De acordo com Armelin, conseguir movimentar a maior quantidade de pessoas em menor tempo e com o menor impacto ambiental é o desafio em São Paulo.
Segundo o especialista, termo mobilidade urbana em si é designado como a necessidade de se deslocar de um ponto ao outro, que normalmente se inicia com uma caminhada até embarcar em uma máquina motorizada ou não. “A escolha da máquina que nos transportará está intimamente ligada ao impacto ambiental que causará, sendo a de menor impacto a bicicleta e causando os maiores danos o automóvel individual”, define o especialista.
No caso de Bruna, o trajeto da jovem começa com um ônibus que vai do bairro até o terminal Pq. d. Pedro, em cerca de 1h. No destino, toma outro em direção ao terminal Santo Amaro, com duração de 40 minutos. Em seguida, são mais 15 minutos de percurso realizado a pé.
Para a jovem, uma das maneiras de facilitar o trajeto é a ampliação da linha metroviária na cidade. “Em frente ao shopping Ibirapuera terá uma nova estação de metrô, pode ser que isso diminua o tempo de viagem para quem mora longe”, diz. Mesmo com a previsão de melhora na situação, afirma Bruna, o problema não é tanto o transporte, mas sim o percurso que é longo mesmo.
Mais faixas de ônibus
Um levantamento divulgado em abril de 2014 pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) revelou que a iniciativa das faixas exclusivas de ônibus na capital paulista aumentou em 68,7% a velocidade média nos 59,3 km de faixas exclusivas de ônibus implantadas naquele ano. Ainda segundo o órgão, a variação na velocidade saltou de 12,4 km/h para 20,8 km/h.
Para Bruna, a solução para minimizar o tempo gasto no trânsito “seria conseguir um jatinho que me deixasse na porta do serviço”. Já Armelin reforça que “as pessoas precisam trabalhar cada vez mais perto de casa para descongestionar o trânsito”.
De acordo com a atual gestão do prefeito Fernando Haddad, a pretensão é entregar à cidade cerca de 150km de vias exclusivas ao transporte público até o final do mandato, em outubro deste ano.
A Agência Mural de Jornalismo das Periferias, uma organização sem fins lucrativos, tem como missão reduzir as lacunas de informação sobre as periferias da Grande São Paulo. Portanto queremos que nossas reportagens alcancem outras e novas audiências.
Se você quer saber como republicar nosso conteúdo, seja ele texto, foto, arte, vídeo, áudio, no seu meio, escreva pra gente.
Envie uma mensagem para [email protected]