Por: Matheus Oliveira
Notícia
Publicado em 21.10.2022 | 13:13 | Alterado em 21.10.2022 | 14:48
Na votação do primeiro domingo de outubro, a divisão entre esquerda e direita permaneceu entre os mais votados nas periferias de São Paulo. Membros de famílias locais foram reeleitos, porém candidatos com grande votação em 2018 perderam votos em 2022 nas 33 zonas eleitorais que ficam nas quebradas da capital.
A principal mudança foi a troca de quem liderou a votação em bairros periféricos. Enquanto Janaína Paschoal (PRTB) e Eduardo Bolsonaro (PL) foram os principais votados em 2018, este ano Guilherme Boulos (PSOL) e Eduardo Suplicy (PT) foram os principais puxadores de votos nas periferias.
Além disso, Boulos teve 293.353 votos neste pleito, mais que os 219.994 mil votos que o deputado Eduardo Bolsonaro teve em 2018.
Os dados foram levantados pela Agência Mural no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), e mostram que os votos nas regiões periféricas tiveram diferença com relação à capital como um todo. Foram analisadas as 33 zonas eleitorais que estão fora do centro expandido da cidade.
Os dez deputados federais mais votados foram eleitos. Do grupo, Eduardo Bolsonaro, Alexandre Leite, Rui Falcão, Nilto Tatto e Marcos Pereira seguiram entre os primeiros quando se leva em conta as periferias somadas.
Guilherme Boulos, Carla Zambelli, Delegado Palumbo, Alfredinho e Delegado Bruno Lima aparecem pela primeira vez no ranking no lugar de Joice Hasselmann (PSDB), que perdeu a eleição, e de Celso Russomanno (Republicanos), Tiririca (PL), Kim Kataguiri (União Brasil) e Carlos Zarattini (PT), reeleitos que tiveram mais votos em outras regiões.
Além disso, nomes como Ricardo Salles (PL), Tabata Amaral (PSB) e Erika Hilton (PSOL), que ficaram entre os deputados federais mais votados na capital do estado, mas estão fora entre os mais votados nas margens da cidade de São Paulo.
Tabata, porém, foi a segunda mais votada na região de Cidade Ademar, bairro onde tem domicílio eleitoral e obteve mais votos em Indianópolis. Erika foi mais votadas nas áreas do centro da cidade.
Entre as forças políticas, a direita tem seis deputados federais entre os mais votados, enquanto a esquerda está com quatro representantes. Na última eleição, os conservadores contavam com sete deputados entre os mais votados, já os progressistas tinham três.
Além disso, a votação mais uma vez mostra nomes sem relação com os territórios, casos de Carla Zambelli, Eduardo Bolsonaro, Delegado Palumbo e Marcos Pereira. Também se repete a manutenção de famílias tradicionais na política paulistana como os Leite e os Tatto.
No caso da Assembleia Legislativa, não houve grandes mudanças na lista dos mais votados a deputados estaduais entre 2018 e 2022. Se mantiveram entre os mais escolhidos os deputados Milton Leite Filho, Enio Tatto, Carlos Giannazi, Edna Macedo e Dr Jorge do Carmo.
Quanto aos mais votados, aparecem os candidatos Eduardo Suplicy, Reis, Delegado Olim, Rui Alves e Paula da Bancada Feminista.
Os mais votados em 2018, Janaina Paschoal e Arthur do Val não aparecem no levantamento, pois a deputada se candidatou ao Senado e do Val não concorreu às eleições.
Entre os deputados estaduais, os eleitores das periferias também seguiram a escolha municipal. Suplicy e Milton Leite também são os mais votados na cidade de São Paulo. Paula da Bancada Feminista foi a terceira mais votada em todo o estado e aparece na décima colocação nas 33 zonas eleitorais das periferias.
Os deputados estaduais mais votados nas periferias Enio Tatto, Edna Macedo, Delegado Olim, Rui Alves e Dr Jorge do Carmo tiveram melhor colocação do que os bem votados em toda a cidade. É o caso de Ediane Maria (PSOL), sétima mais votada na capital. Líder do Movimento Sem Terra de Santo André, ela teve votações espalhadas pela cidade, em especial em Piraporinha e Campo Limpo, na zona sul, mas na soma dos 33 distritos não aparece.
O número de progressistas e conservadores está dividido entre sete representantes para a esquerda e três parlamentares para a direita nessa eleição. Em 2018 a separação foi de seis deputados de esquerda e quatro de direita, entre os mais votados nas periferias.
Jornalista, educomunicador e correspondente de São Mateus desde 2017. Amante de histórias e de gente. Olhar sempre voltado para o horizonte, afinal, o sol nasce à leste.
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