Entre 2013 e 2014, o território viu o número de mortes saltar de 2 para 10. No ano passado ele caiu para 6.
Por: Redação
Publicado em 21.10.2016 | 14:43 | Alterado em 21.10.2016 | 14:43
Situado na zona norte da cidade, o distrito de Perus está entre as regiões com índice abaixo da média quando o assunto é mortalidade por Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida). De acordo com o Observatório do Cidadão, entre 2013 e 2014, o território viu o número de mortes saltar de 2 para 10. No ano passado ele caiu para 6.
Ao longo dos últimos anos, Perus vinha reduzindo consideravelmente seus índices, chegando a diminuir pela metade, entre 2008 e 2013, a quantidade de óbitos. Já o distrito de Anhanguera, também pertencente à Subprefeitura de Perus, possui números muito menores do que os apresentados pelo vizinho, o que o deixa acima da média, mesmo registrando aumento na parcela de óbitos nos últimos anos, subindo de 2 para 4 casos.
Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo informou possuir uma Comissão de Mortalidade por Aids que analisa todos os óbitos. “Este trabalho nos permite avaliar as razões do crescimento da mortalidade, já que cada caso é investigado. Até o momento, identificamos que o diagnóstico tardio e o abandono de tratamento são importantes questões que levam à morte de pessoas vivendo com HIV/Aids”.
Maria de Lurdes Romualdo, moradora de Perus há 30 anos, é presidente do Projeto Bem–Me Quer, entidade sem fins lucrativos que presta atendimento a pessoas vivendo com HIV/Aids em situação de vulnerabilidade social em Perus e arredores. Para ela, a adesão ao tratamento é uma questão bastante séria e tem sido um dos focos de trabalho da instituição. “Se o paciente precisa do tratamento e não faz, infelizmente, ele irá a óbito mais cedo. Nosso objetivo é que o atendido faça adesão pela vida, assim ele tomará a medicação”.
Ainda de acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, medidas têm sido tomadas, por meio do Programa de DST/Aids, para ampliar o acesso ao Teste Rápido Diagnóstico do HIV e, nos serviços especializados de saúde, resgatar pessoas que abandonam o tratamento.
Com o intuito de recuperar aqueles que optam por não tomar mais a medicação, o Bem-Me-Quer iniciou há cerca de um ano, em parceria com a prefeitura de São Paulo, o Programa “Promoção, Equidade e Saúde.”
“A finalidade do programa é qualificar as visitas que fazemos às famílias, analisando cada caso de maneira mais apurada, identificando demandas e repassando aos demais serviços da região quando necessário. A união da rede de serviços garante um melhor atendimento”, conta Margarete Preto, Coordenadora Técnica do Bem-Me-Quer.
Quando chegam às casas dos pacientes, assistentes sociais ou visitadores percebem que, ligadas ao abandono do tratamento, estão questões de saúde mental. “Geralmente, percebemos que a pessoa abandonou o tratamento por enfrentar problemas com álcool e/ou drogas, ou iniciou um quadro de depressão, entre outros transtornos mentais, pois se vê sozinha. Nesses casos, fazemos uma discussão com os serviços de saúde para saber o que fazer para resgatar este indivíduo em falência terapêutica”, complementa Margarete.
Entre os distritos da zona norte, Freguesia do Ó, Cachoeirinha e Limão estão entre os piores índices de São Paulo. A pior posição no ranking é ocupada pelo distrito da República, no centro, que registrou no último ano 15 mortes por cada 10 mil habitantes. Na outra ponta, com os melhores indicadores da cidade, estão Marsilac, pertencente à subprefeitura de Parelheiros, e Alto de Pinheiros, na subprefeitura de Pinheiros. Os dois distritos não apresentaram nenhum registro de óbito por Aids no último ano.
Segundo dados apresentados pelo Boletim Epidemiológico de HIV e Aids de 2015, em 2014 o Brasil registrou 12.449 mortes por Aids. A OMS (Organização Mundial de Saúde) calcula que, no mundo todo, 34 milhões de pessoas vivem com HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana). Todos os dias, ocorrem 7.400 novas infecções, 45% entre jovens de 15 a 24 anos. No Brasil há 783.185 casos registrados de Aids (condição em que a doença já se manifestou), 236.434 se concentram no Estado de São Paulo. Desses, cerca de 91.733 somente na cidade de São Paulo. As informações são do boletim epidemiológico HIV/Aids de 2014.
Atente-se aos serviços de saúde que realizam atendimento para prevenção e/ou tratamento de DST/Aids em Perus e região:
Anhanguera:
UBS Morro Doce
Endereço: Rua Alberto CallixReferência: Próxima à Avenida Coronel José Gladiador
Telefones: (11) 3911-17563916- 2059
E-mail:[email protected]
Horário de Funcionamento: De segunda a sexta, das 7h às 18h
Horário de Realização de Testes Rápidos: De segunda a sexta,das 8h às 18h.
Atendimento: Realiza exames convencionais de HIV, Sífilis e Hepatites B e C; Testes rápidos de HIV e Sífilis; Distribuição de preservativos femininos e masculinos à população.
Perus:
AMA UBS Integrada Perus
Endereço: Praça Vigário João Gonçalves de Lima, 239. Referência: Praça do Samba
Telefones: (11) 3917-62453978-7588
E-mail:[email protected]
Horário de Funcionamento: De segunda a sábado, das 7h às 19h
Horário de Realização de Testes Rápidos: De segunda a sexta, das 7h às 13h
Atendimento: Realiza exames convencionais de HIV, Sífilis e Hepatites B e C; Testes rápidos de HIV e Sífilis; Distribuição de preservativos femininos e masculinos para a população.; Atendimento DST a mulheres, homens, travestis e transexuais.
Freguesia do Ó
Centro de Referência em DST/Aids Nossa Senhora do Ó
Endereço: Av. Itaberaba,1377
Telefones: (11) 3975-2032/ 3975-9473
E-mail: [email protected]
Horário de Funcionamento: De segunda a sexta, das 8h às 17h
Atendimentos:
Exposição sexual – Presta atendimento de PEP (Profilaxia Pós-Exposição Sexual), a mulheres, homens, travestis e transexuais, realizando também o seguimento do tratamento;
Violência Sexual – Presta atendimento de PEP (Profilaxia Pós-Exposição Sexual) em caso de violência sexual, a mulheres, homens, travestis e transexuais, realizando também o seguimento do tratamento;
Ocupacional – Presta atendimento de PEP (Profilaxia Pós-Exposição Sexual) ocupacional a homens, mulheres, travestis e transexuais, realizando também o seguimento do tratamento. Horário: De segunda a sexta, das 7h às 20h.
Pirituba
AMA Hospitalar Dr. José Soares Hungria
Endereço: Av.Menotti Laudisio,100 Referência: Prox. ao terminal de ônibus
Telefones: (11) 3394-8737
E-mail:[email protected]
Horário de Funcionamento: De Segunda a domingo, 24h por dia
Atendimento:
Exposição sexual – Presta primeiro atendimento de PEP (Profilaxia Pós-Exposição Sexual) a homens, mulheres, travestis e transexuais;
Violência Sexual –Não realiza atendimento de PEP (Profilaxia Pós-Exposição Sexual) em casos de violência sexual;
Ocupacional – Não realiza o atendimento de PEP (Profilaxia Pós-Exposição Sexual) ocupacional.
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