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Mães apoiam greve dos professores contra reforma de Doria

Estima-se que mais de 90% das escolas estejam paralisadas. Proposta de reforma da Previdência deve ser discutida na Câmara Municipal nesta terça (20)

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Por: Redação

Publicado em 19.03.2018 | 15:07 | Alterado em 19.03.2018 | 15:07

Tempo de leitura: 3 min(s)
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Ato na DRE Ipiranga contra a reforma da Previdência municipal (Gustavo Molina)

O ápice da greve dos professores da rede municipal da cidade de São Paulo aconteceu nesta quarta-feira (14), quando os profissionais de educação foram às ruas e se concentraram em frente à sede da prefeitura, na região central da capital paulista, para protestar contra a reforma da Previdência municipal. A greve em si começou uma semana antes.

A proposta de reformadeve entrar na pauta de discussão da próxima sessão da Câmara Municipal de São Paulo, que acontece na terça-feira (20).

No dia 7, a operadora de telemarketing Luana Macedo foi comunicada que os professores da Escola Municipal de Educação Fundamental (Emef) Mario Schonberg, no distrito de Cidade Ademar, na zona sul, entrariam em greve e sua filha de sete anos ficaria sem aulas por pelo menos uma semana.

O mesmo aconteceu com a autônoma Juliana Duarte, que tem um filho matriculado em uma escola municipal de educação infantil (Emei) em Parelheiros, também na zona sul. “A escola da minha filha avisou sobre a paralisação via bilhete, na agenda”, afirma.

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Como o seu trabalho é autônomo, Juliana tem conseguido ficar com a filha nesses dias de paralisação. Luana, que trabalha fora, teve que contar com a ajuda da família. “Minha filha tem ficado com a tia durante esses dias”, explica.

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação (SME) confirma que a greve dos servidores municipais começou na quinta-feira (8). Mas houve escolas que só pararam depois, como o Centro de Educação Infantil (CEI) do CEU Parelheiros, onde estuda a filha de três anos da vendedora Juliana Oliveira, que parou na segunda-feira (12).

A greve afetou apenas as 1.550 unidades de ensino de gestão direta – que são administradas pela Prefeitura e contam com profissionais concursados. As 1.500 com gestão indireta – administradas pela prefeitura em parcerias com ONGs e outras instituições – funcionaram normalmente.

A SME informa à reportagem os balanços feitos na última terça (13) e quarta (14). Na terça, das 1.550 escolas de gestão direta, 6% abriram normalmente; 47% parcialmente e 46% foram paralisadas totalmente. Na quarta, os números mudaram: 18% abriram normalmente, 43% parcialmente e 39% foram paralisadas. A Secretaria Municipal de Educação lamenta os transtornos causados pela paralisação de servidores.

Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, a greve de professores já havia atingido 93% das escolas municipais de SP.

GREVE NA VISÃO MÃES

A paralisação dos professores faz com que os alunos percam aulas e os seus responsáveis tenham que dar um jeito caso trabalhem fora. Mesmo assim, as mães ouvidas pela reportagem mostraram entender o lado dos profissionais de educação.

“Acho justo a greve, desde que não seja longa e prejudique o ensino das crianças. O professor deve reivindicar sim os seus direitos, afinal de contas quem está no poder hoje, está lá graças ao ensinamento de um professor”, diz Luana. A Secretaria Municipal de Educação afirmou que todas as aulas serão repostas.

Juliana Duarte entende a reivindicação dos professores, mas acredita que a greve não deveria ser geral. “Na creche da minha sobrinha parou somente meio período”, afirma. “Acho que eles têm que lutar pelos direitos deles”, diz Juliana Oliveira.

Os profissionais de educação que foram às ruas protestam contra a reforma da Previdência municipal. De acordo com o Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal (SINPEEM), a aprovação da reforma afetaria 220 mil servidores.

Segundo o sindicato, a contribuição previdenciária passaria dos 11% de hoje para até 19%. A reforma da Previdência municipal deverá ser debatida durante todo o semestre na Câmara Municipal.

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Para justificar a reforma, a prefeitura afirma que gasta R$ 1 bilhão por mês pagando o salário de 120 mil funcionários ativos. Há ainda, segundo o órgão, 97 mil servidores que não estão mais ativos e representam um custo de R$ 650 milhões para os cofres públicos mensalmente. 11% do dinheiro do município, cerca de R$ 4,7 bilhões, foram usados para cobrir o rompo com esses gastos, em 2017.

VOLTA ÀS AULAS

A SME afirma que os pais, mães e responsáveis devem verificar com a direção da unidade de ensino onde seu filho está matriculado quando as aulas retornarão.

Juliana Duarte diz que sua filha teria aula normal na última sexta-feira (16).

Luana acredita que as aulas de sua filha voltariam na sexta também, mas nada estava confirmado. Juliana Oliveira vai entrar em contato com a escola. “Me mandaram ligar na sexta-feira pra saber se retorna na segunda-feira ou continua (a greve)”, explica.

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