Elen Cristina/Arquivo Pessoal
Por: Nubia Anjos
Notícia
Publicado em 06.02.2024 | 17:18 | Alterado em 06.02.2024 | 18:12
No começo do ano, as ruas Capitão Oliveira Carvalho (rua 10), Oduvaldo Viana (rua 11) e na Estrada das Taipas, próximo ao Parque Pinheirinho D’água, no Jardim Rincão, foram afetadas pelas fortes chuvas e ao menos 407 pessoas sofreram com as enchentes. Desde aquele dia, moradores têm receio de que a situação se repita, enquanto uma obra iniciada no ano passado, ainda não foi concluída.
O parque fica na região do Jaraguá, na zona norte de São Paulo. Segundo informações da Siurb (Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras), a reforma que iniciou em março de 2023, está com previsão de finalização para março deste ano. O projeto prevê contenção, limpeza e reestruturação do córrego, mas não foi finalizado antes do começo das chuvas de verão.
Moradores da região relataram sentimentos de desamparo diante da falta de assistência. O ajudante de pedreiro Rogério Santos Gonçalves Dias, 54, compartilhou os momentos durante as chuvas e as dificuldades em obter auxílio apropriado.
“O alagamento foi repentino, o rio transbordou e a água subiu atingindo 1,55 metro de altura. Infelizmente, conseguimos salvar apenas o que foi possível e ainda não consegui recuperar meus móveis”, lamenta Rogério, cuja casa está localizada às margens do rio.
Após moradores perderem pertences em um alagamento no começo do ano na região do Jaraguá, na zona norte de São Paulo, a comunidade local se uniu para amparar as famílias afetadas.
A professora Ketelyn Moreira Vieira, 24, e o autônomo Rodrigo Henrique da Cruz Silva, 30, lançaram uma campanha de ajuda nas redes sociais, o que resultou no apoio de diversos voluntários e no auxílio com kits de higiene pessoal, doação de alimentos e itens básicos para as famílias afetadas.
“Nós começamos a compartilhar os vídeos que os próprios moradores gravaram, houve muita repercussão, com isso, nos unimos para fazer uma vaquinha online.”, afirma a professora.
Apesar da união na comunidade, a moradora da rua 11, Sabrina Alves, 30, ressaltou a falta de informações fornecidas às vítimas pela Subprefeitura Pirituba/Jaraguá e enfatizou a distribuição desigual do auxílio de R$ 1.000. Além disso, ela apontou conhecer pessoas ainda mais necessitadas, sem itens básicos como fogão, geladeira e cama, que permanecem desamparadas até o momento.
“Fiquei o dia inteiro para fazer o cadastro e receber o auxílio de R$ 1.000. Conheço muitas famílias que estão aguardando ajuda da Subprefeitura”, reforça a moradora.
Segundo informações dadas pela Smads (Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social) equipes foram mobilizadas para atender 114 famílias, totalizando 407 moradores afetados.
A gestão afirma que diversos itens essenciais foram distribuídos, incluindo colchões, cobertores, cestas básicas, kits de higiene e limpeza. Além disso, 26 famílias receberam auxílio financeiro de mil reais da Sehab (Secretaria Municipal de Habitação). Contudo, moradores destacaram divergências na distribuição do auxílio entre os afetados.
No último 10 de janeiro, a capital paulista entrou em estado de alerta por volta das 21h, com 19 pontos de alagamento após uma tempestade atingir diversos distritos da cidade. Um deles foi o Jardim Vista Alegre, na Brasilândia, zona norte, onde há anos os moradores convivem com enchentes fortes – e por consequência com o medo, perdas materiais e danos à saúde. A população se articula para exigir ações de combate a enchentes do poder público.
Jornalista. Apaixonada por ouvir histórias. Gosta de contribuir com a evolução social através de ferramentas e habilidades da comunicação. Correspondente do Jaraguá desde 2023.
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