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Após mudar o seu status para parque, ‘Pôr do Sol’ vai ganhar conselho gestor

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Por: Redação

Publicado em 14.10.2016 | 13:53 | Alterado em 14.10.2016 | 13:53

Tempo de leitura: 3 min(s)

Era uma vez uma praça da qual se podia ver o pôr do sol mais bonito de São Paulo. Tanta beleza começou a reunir muitos frequentadores e a frequência assídua passou a preocupar e incomodar os moradores do Alto de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista. Há pouco mais de um ano, a praça se tornou o “Parque Pôr do Sol”. Após uma série de polêmicas, como a possibilidade de quem defendesse até mesmo a existência de grades, a ex-praça passará agora a contar com conselho gestor.

As inscrições para os candidatos interessados estão abertas até 30 de outubro. Já eleições ocorrem nos dias 11 de novembro (para trabalhadores) e 13 para entidades e frequentadores. Confira aqui como se candidatar. Os conselhos são formados por, pelo menos, oito representantes titulares e respectivos suplentes, nas seguintes categorias: frequentadores, trabalhadores e poder executivo.

A preservação do parque tem à frente a SAAP (Associação dos Amigos do Alto dos Pinheiros). “O Parque Pôr do Sol está em nosso território de atuação, e, nos últimos anos, temos recebido reclamações recorrentes dos moradores do entorno e frequentadores. Entramos em contato com os órgãos públicos responsáveis para que as providências sejam tomadas”, afirma Márcia Kalvon Woods, vice-presidente da SAAP.

Esses encaminhamentos se referem ao manejo (serviços de limpeza e jardinagem), manutenção dos equipamentos (parquinho e bancos), barulho da madrugada, entre outros. Segundo Márcia, preocupados em atender ao aumento do número dos frequentadores com melhor infraestrutura e serviço, em 2014 foi desenvolvido o projeto para que o local se tornasse um parque pela Secretaria do Verde e Meio Ambiente.  Em 14 de agosto de 2015, o Prefeito Fernando Haddad (PT) assinou o decreto transformando a praça em parque. A implantação ainda não ocorreu de fato, só está no papel.

“Foi uma resposta às reclamações frequentes, e também porque perceberam que o espaço se tornou uma atração turística da cidade e que não mais funciona mais como uma praça de bairro”, esclarece Márcia, também membro da comissão de eleição do Parque Pôr do Sol.

Festa sem o pôr do sol

Morador de Osasco, no mês passado, Juliano Rodrigues pretendia reunir os amigos para festejar seu aniversário no Parque Pôr do Sol. A festa não aconteceu porque o fotógrafo precisou mudar os rumos da comemoração de seus 32 anos.

“Marquei o evento com a galera, mas ele ficou muito grande e resolvi ir até a Subprefeitura de Pinheiros para falar”, afirma. Lá, além de descobrir que o local não era mais uma praça, se deparou com uma série de exigências para a realização do seu evento. Entre elas, a contratação de engenheiro, técnico de segurança e até documento de locação.

“Isso, para a gente, é impossível conseguir, visto que para cada coisa há uma certa cobrança. Só o engenheiro ficaria uns R$ 4.000”. A data continuou a mesma, só não o endereço. Rodrigues transferiu o evento para a Avenida Paulista.

Na ocasião, após divulgar o acontecido na página do Facebook do Parque Pôr do Sol, a SAAP respondeu ao fotógrafo lamentando o transtorno: “Se todos tivessem essa preocupação, a realidade da conservação do espaço seria outra”.

A Associação, que existe há quase 40 anos, segundo Márcia, tem forte atuação junto às áreas verdes do bairro. De acordo com ela, em parceria com os moradores, ao longo desse período, já foram realizadas revitalizações e manutenções em outras praças no Alto de Pinheiros, como a Praça Província de Saitama, Conde de Barcellos e Vicentina de Carvalho.

“Desenvolvemos um projeto pioneiro de mapeamento e identificação de árvores na Praça Província de Saitama. Além disso, temos convênio com a prefeitura para a manutenção de outras três praças, e somos membros dos conselhos gestores dos parques estaduais Villa Lobos e Cândido Portinari”, destaca.

Em meio às polêmicas em possibilidade de instalar grades no Parque Pôr do Sol, Márcia diz que é preciso debate. “Essa é uma questão que ainda precisa ser debatida. Pode ser uma solução aos problemas que o parque tem, mas não é a única”.

Embora Pinheiros seja a região com mais áreas verdes da zona oeste da capital paulista, à frente do Butantã, ela está abaixo da média no quadro geral, de acordo com o Observatório Cidadão. Dos 31,7 km² existentes, a subprefeitura possui 1.845.857 m² de áreas verdes. Já a Cidade Ademar, na zona sul, detém a menor percentagem (326 mil m²), ao contrário do Jaçanã/Tremembé (27 milhões de m²), na norte.

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