Conheça seis artistas das trans das periferias de São Paulo que são potências criativas no universo da arte, moda, música e cultura
Arquivo pessoal
Por: Isabela Alves
Notícia
Publicado em 27.06.2025 | 17:47 | Alterado em 01.07.2025 | 10:33
A representatividade importa e pode transformar vidas. O mês de junho, dedicado ao Orgulho LGBTQIAPN+, é um período de celebração, mas também de conscientização sobre os direitos de uma população que segue em luta por melhores condições de vida e visibilidade.
Entre os grupos que compõem essa sigla, destaca-se a população trans, que inclui mulheres travestis e transexuais, homens trans e pessoas não binárias. Ou seja, aqueles cuja identidade não corresponde ao gênero que lhes foi atribuído ao nascer.
E neste 28 de junho, Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+, a Agência Mural preparou uma lista com artistas trans das periferias de São Paulo para celebrarmos. Eles, elas e elus são potências criativas que se expressam por meio da arte, moda, música e cultura. Conheça:
Taróloga, cantora, diretora de arte no cinema e fundadora da marca de moda Linhas Tortas, Darlene Maravilha é moradora do Grajaú, na zona sul da capital.
Em 2025, lançou seu novo EP com três faixas: Retorno, Bote Fé e Quebra, que abordam sua jornada espiritual e reafirmam a presença e a força dos corpos trans em espaços religiosos.
No cinema, fez a direção de arte de curtas como Echarpe Noir e Erguida, na websérie Atroz e no documentário Sagrados Invisíveis.
Nascido no Grajaú, Kboclomaria se considera um fruto ancestral de Amburana, no Ceará, território originário da sua família @Instagram/@kboclomaria
Kboclomaria é homem trans, indígena em contexto urbano e morador do Grajaú, extremo sul da cidade. Teve a rua como espaço de formação e iniciou sua trajetória artística ainda jovem, no grafite, no rap e na poesia marginal.
É guardião do Movimento Refloresta, CEO do Projeto Pindorama que resgata saberes e identidades indígenas por meio da arte, e fundador do Sarau da Retomada, espaço de cultura, acolhimento e conexão entre identidades indígenas e periféricas.
Artista da zona leste, Meduda mora em Guaianases e faz da música um instrumento de resistência trans.
Seu trabalho mais recente, o EP URBANA, mescla sonoridades do pop, rock, soul e alternativo. A produção ganhou ainda um álbum visual, disponível em seu canal no YouTube.
Multiartista e produtora cultural, Céu Costa atua no Núcleo de Moda da Fábrica de Cultura do Jardim São Luís. Modela, atua e customiza roupas, tudo a partir da zona sul paulistana.
Em 2025, integrou o desfile SP: Entre Tramas & Dramas e também participou de um videoclipe do álbum CAJU, da cantora Liniker.
Charlie Gustavo é poeta e empreendedor @Arquivo pessoal
Charlie Gustavo é um artista e empreendedor trans e indígena em retomada.
Fundador da marca de roupas Bearsized, ele também é conhecido por suas miniaturas de casas inspiradas em periferias e favelas, que resgatam memórias afetivas e realidades muitas vezes invisibilizadas.
Charlie também criou miniaturas de galerias de arte, onde realiza mini exposições de artistas trans, indígenas e periféricos, grupos que frequentemente enfrentam barreiras para acessar os espaços institucionais de arte.
Modelo, cabeleireira e produtora, Yela Evangelista vive na Brasilândia, zona norte de São Paulo.
Em 2023, participou da homenagem aos 50 anos do rapper Sabotage, trançando os cabelos de modelos negros. No ano seguinte, desfilou como modelo para a Pina Store, marca voltada à moda periférica.
Jornalista e cineasta da quebrada. Pós-graduanda em Mídia, Informação e Cultura e em Gestão de Projetos Culturais pelo CELACC/USP. Fundadora da Parasita Filmes, produtora independente dedicada a contar histórias do extremo sul de São Paulo.
A Agência Mural de Jornalismo das Periferias, uma organização sem fins lucrativos, tem como missão reduzir as lacunas de informação sobre as periferias da Grande São Paulo. Portanto queremos que nossas reportagens alcancem outras e novas audiências.
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