Renan Omura/Agência Mural
Por: Tarso Oliveira
Notícia
Publicado em 28.05.2025 | 17:34 | Alterado em 28.05.2025 | 17:35
Com previsão de ocorrer no dia 20 de julho, a 4º edição da Parada LGBTQIA+ de Suzano, na Grande São Paulo, corre risco de não ser realizada. A Frente LGBTQIAP+ de Suzano acusa a prefeitura por falta de assistência para o evento e de não ter assinado um documento que ajude o grupo a receber recursos para a ação.
A gestão municipal, governada por Pedro Ishi (PL), nega ter recebido ofícios sobre o tema, e diz desconhecer pedidos para assinatura de documentação.
A denúncia de que houve uma negativa da solicitação foi postada no Instagram. Uma das organizadoras do evento, Lilian Santos afirma que a comissão organizadora entrou em contato com pedido de recursos para o poder público financiar a 4º edição da Parada.
Primeira Parada na cidade ocorreu em 2022 e houve embate com gestão municipal @paradalgbtsuzano/Divulgação
Sem retorno, eles conseguiram viabilizar uma emenda parlamentar no valor de R$ 400 mil dividido para várias paradas espalhadas pelo Estado.
No entanto, seria necessário documentações, como a assinatura de uma carta da prefeitura da cidade ou pela a Secretaria de Cultura, dizendo terem ciência que a manifestação acontecerá em vias públicas. Os documentos foram negados, segundo os manifestantes.
“Nós não precisamos pedir autorização, pois a manifestação é legítima perante a Constituição. O nosso dever enquanto movimento é informar o poder público para que, dentro da sua competência, garanta segurança para a população”, afirma Lilian.
A organização buscou apoio do deputado estadual Guilherme Cortez (PSOL), que protocolou um ofício da Frente Parlamentar LGBT do Estado de São Paulo solicitando uma reunião por conta da negativa da assinatura deste documento.
Procurada, a Prefeitura afirma que “não tem ciência de verbas parlamentares destinadas à realização da 4ª Parada do Orgulho LGBTQIAP+ no município, tampouco recebeu qualquer ofício sobre o tema.”
A administração municipal diz que só soube do interesse da Frente LGBQIA+ na promoção do evento, conforme as edições anteriores já realizadas e diz “que se coloca à disposição para garantir a segurança e a organização do trânsito durante a parada, mas não assume a responsabilidade pela realização.”
“Cabe ressaltar também que, ao longo dos últimos anos, a Prefeitura de Suzano não prestou apoio institucional a solicitações similares de outras atividades, como carnaval, Marcha para Jesus e Marcha para os Trabalhadores, sempre com base em critérios técnicos e operacionais”, afirma a gestão.
No entanto, até a publicação da reportagem não havia resolução no problema, segundo a Bancada Feminista, grupo ligado ao PSOL que disputou as eleições para a Câmara Municipal em 2024.
Desde a primeira edição em 2022, o evento, que já recebeu mais de 3 mil pessoas nas ruas, tem um histórico de ausência de apoio do governo municipal sobre a organização do trânsito, segurança e higiene.
Lilian relembra que desde a primeira edição da parada, o movimento sempre passou por embates com a prefeitura.
“Considero que na segunda e terceira edição não houve um ataque deliberado como houve na primeira com a tentativa de proibição [por meio da justiça], mas ocorreu de forma velada ao não garantir a estrutura necessária para a manifestação acontecer com a segurança para todos”, afirma.
A ativista reforça que o motivo da Parada LGBTQIA+ busca dar visibilidade e mostrar que nenhum grupo deve ficar à margem da sociedade ou ser atacado pela orientação sexual ou identidade de gênero. Além disso, ter o seu direito a acessos como todos perante a constituição.
‘Essa manifestação não é só para pessoas LGBTQIA+. Ela é feita por pessoas LGBTQIA+ mas ela é para todas as pessoas que concordam com a nossa existência e nossos direitos’
Lilian, uma das rganizadoras da Parada LGBTQIA+ de Suzano
Um dos 100 jornalistas negros mentorado pelo Google Brasil com experiência em reportagens de vídeos e textos. Além de criador de conteúdo preservando a diversidade cultural, racial e também sexual.
A Agência Mural de Jornalismo das Periferias, uma organização sem fins lucrativos, tem como missão reduzir as lacunas de informação sobre as periferias da Grande São Paulo. Portanto queremos que nossas reportagens alcancem outras e novas audiências.
Se você quer saber como republicar nosso conteúdo, seja ele texto, foto, arte, vídeo, áudio, no seu meio, escreva pra gente.
Envie uma mensagem para [email protected]