Por: Jacqueline Maria da Silva
Notícia
Publicado em 14.04.2023 | 13:52 | Alterado em 17.04.2023 | 14:46
Foi em uma reunião de amigos que o nome Komback surgiu. Quem escuta, pode confundir com “come back”, que traduzindo do inglês para português significa “voltar”.
O trocadilho é intencional, afirma Milena Romena Abs, 38, proprietária e social-mídia da balada localizada em Cidade Ademar, na zona sul de São Paulo. “Komback é a união entre Kombi e voltar, é um convite ao retorno”, explica.
Ela e os três sócios que abriram o espaço são apaixonados por esse modelo antigo de veículo, que surgiu na década de 1950 e que não são mais fabricados no Brasil desde 2013.
A história do estabelecimento começa quando o marido e o cunhado de Milena compraram duas Kombis para restaurar, mas descobriram que os chassis já não tinham mais conserto. O jeito foi dar outro destino às carrocerias.
Como o grupo já tinha a pretensão de montar um estabelecimento, a ideia do reaproveitamento veio a calhar. Assim, encomendaram a restauração dos veículos a um marceneiro do bairro.
Em seguida, alugaram um pátio e usaram os carros como decoração e ilhas para preparo dos pratos que são servidos.
O bar, balada, Food Kombi, ou tudo junto e misturado, começou pequeno, sem banheiro e teto. Hoje, mesas e bancos feitos de madeira de pallet e tambor dão o tom rústico e despojado.
A cobertura é decorada com guarda-chuvas coloridos e o espaço musical tem isolamento acústico feito de bandejas de ovos pintadas.
No meio disso tudo há peças de ao menos 11 kombis que te transportam para um ambiente retrô. Uma delas fica na entrada; cinco servem de cozinha e balcão para a produção dos alimentos; outras quatro frentes do veículo decoram o espaço; por fim, uma atração à parte: uma kombi usada para tirar foto estilo cartão postal.
Pelo local passam, semanalmente, 1.500 pessoas. Milena diz que o estabelecimento tem a cara de Cidade Ademar, sobretudo, porque dão preferência para apresentação de bandas locais.
“Às vezes você vai lá pro Itaim Bibi [bairro classe média da zona sul], você tem que se transformar, aqui a pessoa se sente no quintal de casa […] você está no seu bairro, na sua vila e pode vir como quiser”, diz. Para ela, a chegada do Komback, há seis anos, trouxe mais movimentação ao bairro e estimulou a abertura de outros bares.
“Hoje o nosso público não é só do bairro, vem pessoas da zona norte, Guarulhos e até gringo, a gente virou um bar super famoso”.
O local abre entre 15h e 17h e fecha antes da meia noite. Além disso, dispõe de fumódromo e espaço para crianças com fliperama, máquina de pescar pelúcias e videogame retrô.
“Dos filhos aos avós, a gente acabou virando uma balada para a família brasileira do bairro, literalmente, porque você pode trazer criança, é tipo matinê termina cedo”.
Assim como as viagens que Milena já fez com a Kombi, o cardápio do estabelecimento também parece dar uma volta ao mundo. Milk-shake, banana split, comida japonesa, mexicana, hambúrguer.
Um dos especiais, comenta a proprietária, é o de queijo brie empanado com geleia e rúcula. Criação de Milena que é vegetariana e queria oferecer uma opção diferente dos lanches comuns, normalmente feitos com grão.
As comidas mais pedidas, no entanto, são as de boteco. “Imbatíveis, as pessoas gostam de tomar uma cerveja, comer alguma coisa com petisco.”
O cardápio musical também atende a todos os gostos. De quinta a domingo sempre uma banda se apresenta. Quinta, em geral, é o dia do rock, sexta, sábado, samba e pagode. Domingo, o sertanejo toma conta.
Endereço: Endereço do Komback Rua Ailson Simões, 233 – Cupecê São Paulo/SP
Quinta-feira: Das 17h às 22h/ Entrada R$ 10 / Promoção de chopp em dobro (pilsen /ipa / vinho) – rock ao vivo
Sexta-feira: Das 17h às 23h/R$ 10 mulher, R$ 15 homem/ Entrada free até às 20h pagode
Sábado: Das 15h às 23h/ R$ 10 mulher, R$ 20 homem/Roda de samba
Domingo: Das 15h às 22h/ R$ 10 mulher, R$ 20 homem/ Sertanejo e pagode
Repórter da Agência Mural desde 2023 e da rede Report For The World, programa desenvolvido pela The GroundTruth Project. Vencedora de prêmios de jornalismo como MOL, SEBRAE, SIP. Gosta de falar sobre temas diversos e acredita do jornalismo como ferramenta para tornar o planeta melhor.
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