A Câmara dos Vereadores de Embu das Artes, na Grande São Paulo, tem recebido eventos evangélicos aos terceiros sábados de cada mês, desde março deste ano.
Para regulamentar a utilização do espaço, em junho de 2015 foi instituída a Resolução 203/2015, que trata dos direitos e deveres para o agendamento público.
A Mural acompanhou um dos eventos nos últimos meses, em que a igreja Menonitas Renovada esteve à frente da organização.
Na abertura, o ministrante deu boas vindas aos membros e convidou as autoridades públicas presentes para se juntar aos oradores na tribuna. Entre os políticos do município, compareceram o vereador e presidente da Câmara, Ney Santos (PSC) e os vereadores Jefferson da Silva Siqueira (PR) e Gilson Oliveira (PT).
Sentados ou em pé, de mãos dadas ou abraçados, os membros formavam correntes e elevavam suas vozes com emoção. O culto é um evento agendado no espaço da câmara, mas não é uma sessão do legislativo.
“Quem disse que não podíamos adorar a Deus aqui dentro?”, perguntou com energia o jovem ministrante.
“É uma casa de Leis, mas quando entramos e oramos, santificamos este lugar. E lugar santificado é lugar de adoração.”
Por três vezes, histórias de fé e milagres abriram brechas para o desabafo do “elevado sentimento de gratidão” à representatividade do Presidente da Câmara e por estarem reunidos dentro da Casa de Leis, adorando ao Senhor.
Nos intervalos dos cânticos e contos, os membros da frente foram convidados a falar. Era comum o gesto de dar glórias pela vida dos irmãos presentes, especialmente pela vida do Presidente da Casa, por tornar possível o evento à comunidade evangélica.
Uma homenagem especial, título de Cidadão Embuense, foi entregue ao Pastor José Eguiny Manente. A honraria já havia sido concedida oficialmente, por Decreto, em sessão plenária, de agosto de 2015.
Em comunicado oficial, a Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal de Embu das Artes informou que não houve trâmite especial para a aprovação dos cultos, uma vez que “o recinto da Câmara Municipal, especialmente o Plenário Mestre Gama e a Sala dos Emancipadores, são comumente cedidas para a realização de eventos de interesse da comunidade embuense”.
Sobre alianças políticas com a comunidade evangélica, a Assessoria alegou não haver relação, mas uma vez que “o acesso é livre e, por se tratar de espaço público, a presença de pessoas que possuam envolvimento político com o evento é hipótese que pode realmente ocorrer”
Sílvia Vieira Martins é correspondente de Embu das Artes
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