Composta pelos distritos de Campo Limpo, Vila Andrade e Capão Redondo, vivem na Subprefeitura do Campo Limpo cerca de 650 mil paulistanos
Por: Redação
Publicado em 29.08.2016 | 18:15 | Alterado em 29.08.2016 | 18:15
Considerada a mais populosa da cidade, vivem na Subprefeitura do Campo Limpo, na zona sul, em torno de 650 mil pessoas, de acordo com a Coordenação de Subprefeituras. A região é também líder no número de residências em favelas no município, com 185 mil, segundo levantamento do Mapa da Desigualdade. São 120 vezes mais que na Sé e em Pinheiros, no centro expandido.
Composta pelos distritos de Campo Limpo, Vila Andrade e Capão Redondo, a Subprefeitura do Campo Limpo está localizada entre as subprefeituras do Butantã, Santo Amaro e os municípios de Itapecerica da Serra e Taboão da Serra.
O alto número de casas em favelas não é à toa. Dentro do distrito da Vila Andrade está Paraisópolis, maior favela de São Paulo de acordo com o último Censo do IBGE de 2010, com 42.826 habitantes. Essa estimativa, no entanto, é considerada imprecisa pela União de Moradores e Comércio de Paraisópolis, que calcula mais de 100 mil pessoas.
No Brasil, cerca de 12 milhões de pessoas moram em favelas, aponta o IBGE, ou seja, 6% da população do país.
CONTRASTES
Vizinhos, Paraisópolis e Morumbi, também pertencente ao distrito da Vila Andrade, escancara alguns dos principais contrastes sociais de São Paulo. A favela divide seus “muros” com o bairro considerado um dos dez mais ricos da cidade.
Uma das principais demandas de Paraisópolis é a criação de um hospital. Por lá, as mais de 25 mil famílias precisam se deslocar às unidades mais próximas, a maioria ao Hospital Municipal do Campo Limpo. Sobrecarregado, a unidade foi a número um em quantidade de reclamações dentre outros 17 hospitais municipais, segundo levantamento realizado pelo Fiquem Sabendo, entre 2013 e 2015.
“Em Paraisópolis, temos alguns postos de saúde e uma AMA [atendimento médico ambulatorial], mas eles não são suficientes para atender a quantidade de moradores”, afirma a dona de casa Maria Antonia dos Santos, 34.
DE OLHO NAS METAS
Atualmente sob gestão do engenheiro Antonio Carlos Ganem, 59, a Subprefeitura do Campo Limpo tem um dos piores índices em relação às demandas atendidas de vagas em pré-escolas do município, com 14.336 matrículas efetuadas mais vagas solicitadas — 84,54% do total atendido.
O menor índice fica com Itaquera, na zona leste, com 99,9% das vagas atendidas, segundo o Mapa da Desigualdade.
Ao todo, são 26 projetos que podem ser monitorados dentro do Plano de Metas na região. Desse total, somente oito foram concluídos como a CAPS infantil (Centro de Atenção Psicossocial Infantil), inaugurada ainda em 2014, o CEI Jardim Maria Sampaio e o Ecoponto Olinda.
Ainda em andamento, estão projetos como a criação do CEU Piracuma, inserida dentro da meta 16, que pretende ampliar a Rede CEU em 20 unidades, expandindo a oferta de vagas para a educação infantil, e o Centro de Iniciação Esportiva.
Outros projetos sequer tiveram início, como a implantação de conexão wi-fi aberta na Praça João Tadeu Priolli, mais conhecida como Praça do Campo Limpo.
A Agência Mural de Jornalismo das Periferias, uma organização sem fins lucrativos, tem como missão reduzir as lacunas de informação sobre as periferias da Grande São Paulo. Portanto queremos que nossas reportagens alcancem outras e novas audiências.
Se você quer saber como republicar nosso conteúdo, seja ele texto, foto, arte, vídeo, áudio, no seu meio, escreva pra gente.
Envie uma mensagem para [email protected]