Segundo levantamento, metade da população da região utiliza o serviço. Na Cidade Tiradentes, reclamações via WhatsApp são alternativas para moradores
Por: Redação
Publicado em 14.08.2018 | 17:21 | Alterado em 14.08.2018 | 17:21
A zona leste é a que mais usa o portal de atendimento 156, canal oficial da Prefeitura de São Paulo, segundo a pesquisa “Viver em São Paulo: Transparência e Participação Social”. O relatório foi apresentado nesta terça-feira (14) pela Rede Nossa São Paulo e o Ibope Inteligência.
O estudo mostra que 50% da população da região leste aciona o serviço (disponível via chamadas, pela Internet e aplicativo) para realizar denúncias e demandas ligadas à quase 20 serviços da cidade, como limpeza, transportes, segurança pública, documentos e licenças.
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Naila Sabina, 31, moradora da Cidade Tiradentes, no extremo leste da capital paulista, sempre recorre ao portal SP 156. Em uma das solicitações, pediu que a vigilância sanitária apurasse se um supermercado do bairro desligava o freezer à noite, após comprar alimentos estragados.
“Demoraram cerca de dois meses para me responder e só enviaram uma resposta automática dizendo que o problema foi resolvido”, reclama.
No ranking de acesso ao SP 156, atrás da zona leste, vem a zona sul (41%), em seguida as regiões norte (40%), oeste (39%) e centro (32%). Já a média do município é 43%, especialmente pra quem tem de 35 a 54 anos.
Segundo dados abertos do portal 156, a zona leste representa quase 30% do total de solicitações da cidade, com mais de 113 mil demandas no primeiro semestre de 2018.
A taxa de atendimento regional foi de 57,36%– índice um pouco abaixo da média município, 58,23%.
Na Cidade Tiradentes, essa taxa é ainda maior. Pouco mais de 63% das quase 2.500 solicitações ao 156 foram atendidas, nos seis primeiros meses do ano.
Apesar do número de resoluções, Vinicius Vicente, 28, também morador da zona leste, se diz insatisfeito com a demora no atendimento.
“Demorou muito para atender, e quando consegui falar senti que era mais para fazer um relato do que uma reclamação. Não tive retorno nenhum, nunca mais usei o serviço”, comenta ele ao usar o canal para reclamar sobre uma linha de ônibus.
ZAP-ZAP
Na Cidade Tiradentes, até junho deste ano, a população utilizou os canais do 156 para realizar quase 2.000 solicitações — 1.616 delas apenas por telefone.
O total de denúncias e demandas é o que recebe, em dois meses via WhatsApp, o prefeito regional Oziel Souza, à frente da região desde janeiro de 2017.
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De acordo com informações da assessoria, cerca de mil mensagens são recebidas diariamente no número de celular cedido ao público exclusivamente para isso.
Apesar de não ser um serviço oficial da Prefeitura de São Paulo, o órgão esclarece que o canal tem sido muito usado para reclamações sobre perturbação do sossego.
“Uma vez entrei em contato para reclamar de um vizinho que estava com o som muito alto. O prefeito regional me atendeu prontamente. Não resolveu o problema, mas me orientou a fazer um boletim de ocorrência”, relata Aracelli Figueiredo, sobre sua experiência com o serviço “Whats Denúncia”.
http://32xsp.org.br/2017/09/27/viver-na-cidade-tiradentes-e-ter-que-pagar-pedagios-simbolicos/
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