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Com conexão lenta de internet, moradores recorrem à operadora local na zona sul

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Por Tiago Ferreira | 08.08.2018

Publicado em 08.08.2018 | 17:27 | Alterado em 04.11.2018 | 21:23

Tempo de leitura: 3 min(s)

Dona de uma loja de doces no Jardim Santa Bárbara, Nidalva Mendes tinha problemas com a conexão de internet na zona sul de São Paulo. “Por muitos anos usei a Vivo e era muito ruim. Pagava R$ 89 e, quando minha filha usava o tablet, mal dava para a outra usar o computador”, conta.

Na região situada no distrito de Cidade Dutra, o sinal de cabeamento telefônico mal chega a 2.5 Mbps (megabit por segundo), abaixo de bairros vizinhos como o Parque América e o Jardim Guaembú, com mais de 4 Mbps. A média nacional é de  6,8 Mbps.  A solução encontrada por ela foi apostar numa rede local.

Sem cabeamento de operadoras como a Net ou planos de 4G da Claro ou Tim, Nidalva contratou a VGS Net. A empresa sediada no Jardim Kika tem três meses de operação, e surgiu com a proposta de atender à demanda dos moradores de bairros próximos.

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Empresa da região instalou rede no bairro (Tiago Ferreira/Agência Mural)

O serviço atua com rede mista: há o cabeamento de fibra óptica instalado nas ruas, feito pela própria empresa, e a conexão para a residência é realizada com cabos. O plano mais básico é de 5 Mbps, a partir de R$ 69,90. Também há planos de 10 Mbps (R$ 89,90), 15 Mbps (R$ 129,90) e 20 Mbps (R$ 149,90). 

Contudo,a VGS ainda não aparece registrada no site da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) como empresa outorgada para prover serviços de internet. Questionada pela Agência Mural sobre o assunto, a VGS Net não se pronunciou.

Uma das primeiras a contratar o serviço foi a dona de casa Damiana de Jesus, 37. “Já não aguentava mais ter que ficar um tempão carregando vídeos pelo celular. A internet era muito ruim”. Após instalado, ela conta que a conexão teve instabilidades no início, mas o serviço foi normalizado. “Está funcionando direitinho agora”.

Presidente da Abrint (Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações), Basilio Perez, afirma que é comum a operação de provedores regionais em bairros mais afastados. “Dentro de sua estrutura mais enxuta, ela consegue o retorno necessário para prestar um bom serviço e atender à população”.

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Imagem do Jd. Sta. Bárbara, um dos bairros prejudicados pelo precário serviço de internet da empresa Vivo (Tiago Ferreira/Agência Mural)

“Não é vantagem atrair as grandes operadoras, pois elas têm preços elevados e o atendimento deixa a desejar quando comparado aos provedores regionais regularmente constituídos”, complementa Perez. O executivo afirma que as grandes operadoras preferem atender em locais de alto poder aquisitivo, “onde podem obter um tíquete médio mais elevado”.

FOLHETOS

Para usufruir do novo serviço, Damiana teve que pagar uma taxa de R$ 150 para instalar o cabeamento ao roteador de wi-fi que já possuía. A taxa de instalação com roteador wi-fi fica por R$ 200, dividido em até duas vezes no cartão segundo a propaganda.

Inicialmente satisfeita com a conexão, Damiana espalhou folhetos de divulgação da nova solução encontrada. Foi assim que Nidalva, que tem Damiana como uma de suas clientes na loja de doces, acabou convencida a mudar de plano de internet. “Muita gente aqui da rua está começando a pedir”, conta a microempreendedora. “Tem casos de pessoas que tinham até ‘gato’ para puxar a Net e estão desistindo, pra usar essa nova internet mais rápida”.

Damiana diz que pessoas dos bairros vizinhos também estão contratando essa solução de internet por fibra óptica. “O que não dá mais é pra ficar dependendo do serviço ruim da Vivo, que era a única que pegava aqui na minha casa”, exclama.

Procurada pela Agência Mural, a Vivo enviou nota nesta quinta-feira (9). A empresa afirma que “o Jardim Santa Bárbara, próximo à região do Grajaú, é 100% atendido pela rede de banda larga da Vivo, com velocidades de até 8MB, e no futuro poderá receber investimentos para implantação de fibra ótica da empresa“.

A Vivo diz também que avalia constantemente a possibilidade de ampliações de sua rede “considerando a demanda e critérios técnicos para expansão de seu atendimento”.

Tiago Ferreira é correspondente do Jardim Santa Bárbara
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