Distribuição dos alimentos começou em abril em Itaquera e Guaianases; demais regiões serão notificadas pelas unidades de ensino
Por: Redação
Publicado em 20.05.2021 | 21:26 | Alterado em 20.05.2021 | 21:26
Com início em abril e avanço lento, a Prefeitura de São Paulo promete fazer a distribuição de um milhão de cestas com alimentos saudáveis para bebês, crianças e demais estudantes da rede municipal de ensino. O programa “Cesta Saudável” prevê a entrega de uma unidade para cada aluno, incluindo jovens e adultos matriculados no EJA (Educação de Jovens e Adultos).
A entrega começou na região de Itaquera, como um projeto-piloto na EMEI Floriano Peixoto, no dia 14 do mês passado. Segundo a SME (Secretaria Municipal de Educação), agora a distribuição ocorre em Guaianases. Ambas as regiões ficam na zona leste da cidade.
“Depois ocorrerá em outros bairros da zona leste e demais regiões da cidade. As escolas [onde o estudante estiver matriculado] informarão às famílias sobre as datas e horários de retirada para que não haja aglomeração”, afirma a secretaria, em nota à reportagem do 32xSP. Não há um calendário fixo para acompanhamento.
O QUE VEM NAS CESTAS?
A composição das cestas saudáveis vem de alimentos adquiridos da agricultura familiar (tipo de agricultura desenvolvida em pequenas propriedades rurais, realizada por grupos de famílias e pequenos agricultores).
Cada estudante receberá uma caixa contendo os seguintes itens: 1 kg de feijão, 5 kg de arroz, 1 kg de macarrão, 0,5 kg de farinha de mandioca, 1 kg de açúcar mascavo, leite em pó, 1 kg de batata, 0,5 kg de cenoura, 0,5 kg de beterraba, 0,5 kg de chuchu, 1 dúzia de bananas, seis maçãs, doce de banana sem açúcar e suco de frutas.
A analista de sistemas Carolina Borges faz parte do CAE (Conselho de Alimentação Escolar) e é mãe de duas meninas matriculadas na rede municipal. Ela avalia positivamente o conteúdo das cestas e o intuito do programa em levar alimentação saudável para as crianças.
“Como mãe, percebo muito que, de acordo com o que minhas filhas comem, elas ficam menos ou mais preparadas para começar uma atividade escolar. Tem alimentos que agitam mais a criança (como aqueles com muito açúcar) e deixam o corpo mais preparado para um grande gasto energético do que para sentar e estudar”, diz.
Segundo ela, a discussão acerca das cestas começou em agosto de 2020 e envolveu reuniões com o CAE, a sociedade civil e funcionários das DREs (diretorias regionais de ensino) e da prefeitura. Quase um ano depois, ela celebra a entrega para uma parte dos estudantes – apesar da demora.
“Vai completar um ano que elas estão sendo feitas. Que bom que materializaram as cestas, mas acho que a proposta do programa poderia ser mais bem conversada”, fala.
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Carolina aponta que as cestas têm mais de 10 kg e, por isso, a entrega dos produtos poderia ser separada para que fosse mais fácil carregar.
“Poderia ter sido feita de outra forma, ouvindo mais as pessoas na escola. Uma cesta muito pesada pode inviabilizar o transporte. Uma mãe de criança de colo, como que ela vai levar uma caixa que pesa mais que o filho dela?”, questiona.
ENTREGA DURANTE A PANDEMIA
De acordo com a prefeitura, as cestas saudáveis começaram a ser entregues durante o período de suspensão das aulas em razão da situação de emergência decorrente da pandemia da Covid-19, com recursos do PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar ). O programa segue mesmo após a retomada das aulas presenciais.
Na cidade de São Paulo, os estudantes da rede municipal recebem o cartão-merenda – com valores de até R$ 101 – e cestas básicas (no caso de famílias de alunos em situações de maior vulnerabilidade e extrema pobreza).
A Secretaria Municipal de Educação também orienta que os pais, mães e responsáveis estejam com os dados atualizados na unidade de ensino onde o estudante está matriculado para facilitar o contato telefônico.
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