Léu Britto/Agência Mural
Por: Gabriela Carvalho
Notícia
Publicado em 14.03.2023 | 16:38 | Alterado em 14.03.2023 | 16:38
Não é de hoje que o preço da carne vermelha está em alta (em fevereiro deste ano o valor médio caiu 1,22%, mas cortes como a picanha custam por volta de R$ 50 o kg). O produto virou luxo na mesa de muitos brasileiros e até mesmo item de prêmio em rifa. Essa foi a alternativa encontrada pelo vendedor de pisos laminados Izack Cândido da Silva, 53, para ter uma grana extra.
“A ideia surgiu de uma conversa com o meu sobrinho. Estávamos falando de arrecadar um valor extra para o orçamento familiar e então pensamos nas rifas”, explica ele, que é morador de São Mateus, na zona leste de São Paulo.
Não foi difícil pensar no prêmio ideal: pacotes de picanha e barris de cerveja, que eram oferecidos a amigos e conhecidos. A cada rifa, o investimento ficava em torno de R$ 750 com a compra dos produtos e o vendedor conseguia lucrar, em média, R$ 500.
Além disso, a época do ano ajudou o negócio a decolar. “Tudo começou próximo à Copa do Mundo [em novembro de 2022] e das festividades de fim de ano”, diz Izack.
Conhecida como uma alternativa de arrecadação para projetos, ONGs e causas sociais, as rifas têm se tornado cada vez mais presentes por motivações pessoais. E o que tem ajudado é a facilidade para tirar a ideia do papel.
Para Izack, o WhatsApp tem sido uma ferramenta importante, já que ele não precisa vender as cartelas pessoalmente. Cada rifa é composta por 25 grupos (com quatro dezenas em cada um) e são vendidos pelo valor de R$ 50. Tudo é pago via Pix.
“Vendo as cartelas muito rápido e tenho até pensado em transformar isso em uma renda permanente”, conta.
Quanto ao sorteio, o vendedor explica que concilia o resultado da Loteria Federal [todas as quartas e sábados] com as rifas da semana. “A dezena sorteada no primeiro prêmio é a ganhadora”, explica ele, que divulga o resultado pelo WhatsApp, onde tem o contato dos compradores.
Essa também foi a solução para Fernanda de Lima Gomes Carvalho, 17, que se deparou com a necessidade de juntar dinheiro durante a gestação do filho.
“Decidi fazer a rifa porque precisava comprar algumas coisas e não tinha o total do dinheiro. Coloquei o valor de R$ 150 como prêmio e fui vendendo pelo WhatsApp mesmo”
Fernanda de Lima, moradora de Itaquera
Moradora de Itaquera, também na zona leste da capital, a jovem está sem trabalho no momento e também pretende transformar as rifas em uma fonte de renda. Neste primeiro caso, ela conseguiu vender 90 dos 100 números disponíveis, cada um por R$ 20.
“Consegui atingir meu objetivo de arrecadar o total que precisava. Como não tenho profissão, quero seguir nisso mais para frente”, completa.
Segundo ela, até mesmo pelas redes sociais, como o Instagram, é possível montar uma rifa sem grandes gastos, apenas compartilhando imagens da cartela a ser sorteada e marcando os números já comprados pelo público.
“Viabilizar as rifas tem sido uma esperança para ganhar o mesmo do que em outros trabalhos, só que de casa, enquanto fico com meu filho”, completa ela.
Jornalista, comunicadora visual, mestra em Mídia e Tecnologia e pós-graduada em Processos Didático-Pedagógico para EaD. É correspondente do Jardim Marília desde 2019. Também é cantora de chuveiro, adora audiovisual e é louca por viagens.
A Agência Mural de Jornalismo das Periferias, uma organização sem fins lucrativos, tem como missão reduzir as lacunas de informação sobre as periferias da Grande São Paulo. Portanto queremos que nossas reportagens alcancem outras e novas audiências.
Se você quer saber como republicar nosso conteúdo, seja ele texto, foto, arte, vídeo, áudio, no seu meio, escreva pra gente.
Envie uma mensagem para [email protected]