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Comerciantes veem queda no desemprego e indicam que devem contratar mais

Por: Artur Ferreira

Para Francisnei Fiori Machado, 44, a diminuição na taxa de desemprego  já começa a ser percebida onde trabalha, no Jardim São Luís, na zona sul de São Paulo. “Acabamos de contratar mais um rapaz para a equipe, e caso necessário vamos contratar mais no Natal e Ano Novo”.

Ele é gerente do petshop Clube dos Bichos e, apesar do otimismo em realizar mais contratações, ainda há algumas dificuldades.

“Nós recebemos muitos currículos, mas faltam profissionais especializados”, diz, citando a necessidade de médicos veterinários para expandir o negócio. “Quanto mais qualificado, mais as pessoas vão para outros bairros, mesmo quando moram aqui na região”.

Francisnei em frente a recepção de seu petshop que está em reforma @Artur Ferreira/Agência Mural

De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no segundo trimestre de 2023 houve uma queda de 0,8% no número de desempregados em relação ao primeiro trimestre do ano. 

Ao todo são 13,1 milhões de brasileiros que estão sem carteira assinada. Cerca de 990 mil pessoas passaram a ter um emprego formal no período.

Mesmo com a alta, ainda são mais de 3 milhões de pessoas em todo o estado que não possuem uma ocupação. 

Mas como essa percepção da queda do desemprego chega nas periferias? A Agência Mural percorreu a avenida Maria Coelho Aguiar, um dos principais centros comerciais do Jardim São Luís, para ouvir os proprietários e gerentes sobre as expectativas para novas contratações.

Próxima ao Terminal João Dias, a avenida é o endereço do Centro Empresarial de São Paulo, e possui lojas e estabelecimentos de diversos setores.

Roupas e acessórios, lojas de conveniência, mercados, farmácias, gráficas, eletrônicos, bicicletarias, bares e restaurantes. E essa gama de serviços na região é movida, em muitos casos, por moradores da zona sul que procuram por emprego nos empreendimentos ao longo da avenida.

David Reis, 53, é técnico em eletrônica e proprietário da Betel Eletrônica e explica que atualmente a equipe fixa é composta por ele e o filho. “Contrato muitos prestadores de serviço terceirizados, mas este ano ainda quero contratar um funcionário fixo para loja”, afirma David.

Enquanto no ramo de petshops da região a especialização está escassa no momento, o mesmo não ocorre em outros setores, como na área de eletrônicos.

“É comum aparecerem pessoas aqui na loja, pedindo emprego com currículo na mão, gente qualificada e assim que possível eu quero contratar”, conta David, que deseja expandir o negócio ainda em 2023.

Odete usa o sistema da loja de roupas que é gerente @Artur Ferreira/Agência Mural

Outro problema do comércio para viabilizar novas contratações é o valor disponível em caixa e os horários de trabalho. Odete Vilaça, 52, que é gerente de uma loja de roupas, desabafa que encontra dificuldades para completar o quadro de funcionários.

“Algumas pessoas não gostam da vaga pelo valor ou pelos horários, já que precisa fazer plantão, mas nós ainda estamos contratando”, afirma a gerente.

Odete também pontua que iniciativas como o Jovem Aprendiz são essenciais para conectar jovens trabalhadores com médios e pequenos negócios na região.

Murilo na recepção da farmácia em que trabalha @Artur Ferreira/Agência Mural

Outro estabelecimento da avenida é uma farmácia de manipulação onde trabalha Murilo Oliveira, 36. O serviço ligado a saúde conseguiu passar pela fase de aumento do desemprego durante a pandemia de Covid-19 sem perder funcionários.

Neste ano, o local já teve novas contratações. “A expectativa é manter a nossa atual equipe, este ano já contratamos mais uma profissional, somos 7 no total, e temos estagiários [de farmacologia]”, conta Murilo.

Diferentemente de outras gamas de serviço, Murilo afirma que a farmácia não contrata por temporada, e sempre opta pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Ele conta que “as vagas mais rotativas são os estagiários, por haver um tempo de contrato determinado”.

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