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Como empreendedores das periferias podem usar as redes sociais para ajudar negócio

Criada por moradora da zona leste de São Paulo, empresa indica caminhos para quem quer atuar na rede

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Arquivo Pessoal

Por: Everton Pires

Notícia

Publicado em 09.09.2021 | 17:38 | Alterado em 09.09.2021 | 17:38

Tempo de leitura: 4 min(s)

Divulgar produtos e serviços na internet tem sido uma alternativa para o andamento de inúmeros negócios, principalmente durante a  crise sanitária. 

A décima edição da pesquisa “O Impacto da Pandemia de Coronavírus”, realizada em março deste ano pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e FGV (Fundação Getulio Vargas), aponta que, desde maio de 2020, 70% das empresas recorreram à internet no Brasil. É o caso de micro e pequenos empreendedores localizados na periferia. 

Pensando em facilitar a vida dos comerciantes que utilizam a internet, a Agência Mural conversou com Camila Cunha, 30, publicitária e especialista em empreendedorismo periférico. “[O empreendedor nas periferias] é o profissional que compra farinha, bate a massa, assa o pão e vende. É o cara que, de fato, faz todas as etapas do processo do seu negócio”, diz Camila Cunha.

Essa foi uma das causas que levaram Camila a criar, ao lado de duas colegas da faculdade de Publicidade e Propaganda, a 2Pcom, uma agência de comunicação voltada para comércios das periferias. O projeto visa, além de auxiliar comerciantes, ser uma ponte entre empreendedores e profissionais freelancers da comunicação. 

Outra motivação dela é que “um a cada quatro negócios fecham antes de completar dois anos”, segundo o “Panorama dos Pequenos Negócios”, elaborado pelo Sebrae em 2018. Ela separou cinco dicas para ter sucesso e lucratividade nas redes:

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Quando se fala em negócios que surgem nas periferias, a publicitária acrescenta que “um a cada dois negócios fecham antes de completar um ano”.

O uso das redes sociais é um recurso importante para que esses negócios caminhem por mais tempo e alcancem mais clientes. A agência de Camila tem como missão educar profissionais para o mundo digital. 

“As pessoas precisam entender como a comunicação pode mudar o negócio, se elas fizerem da forma mais eficiente possível dentro da sua realidade.”

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Camila Cunha é criadora da 2pcom @Arquivo Pessoal

USO DAS PLATAFORMAS

Segundo dados do Sebrae e FGV de novembro de 2020, as redes sociais mais buscadas para fins comerciais são o Whatsapp (84% das empresas), Instagram (54%) e Facebook (51%). Aplicativos mais recentes e em ascensão também atraem a atenção de comerciantes. É o caso do TikTok, que, na visão de Camila, “caminha para ser um forte concorrente”.

Não há dúvidas de que as redes sociais dão fôlego para pequenos negócios. Entretanto, apenas uma pequena parcela de microempreendedores consegue um bom retorno financeiro. 

A décima primeira edição da pesquisa “O Impacto da Pandemia de Coronavírus”, realizada em junho de 2021, mostra que apenas três em cada dez negócios alcançam mais de 50% do faturamento com vendas online. Entre Micro e Pequenas Empresas (MPE), apenas 22% atingem mais da metade do faturamento, enquanto Microempreendedores Individuais (MEI) somam 31%.

Os dados refletem uma dificuldade no uso das plataformas. Uma das principais dúvidas destes comerciantes é a conversão de seguidores e visualizações em clientes. Uma tarefa que exige comprometimento diário com o engajamento e relacionamento com a audiência.

A solução seria, em tese, o investimento em anúncios. Porém não faz parte do perfil de pequenos comerciantes utilizar mídia paga. “O empreendedor investe pouco e, quando investe, talvez ainda não saiba muito bem como configurar a ferramenta para ser eficaz”, explica Camila. Um simples investimento, de baixo valor, se bem aplicado e configurado, poderia atingir melhores taxas de conversões, atraindo público ao negócio.

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Rafael Carvalho é pintor e criou negócio na zona leste de SP @Arquivo Pessoal

PINTANDO OPORTUNIDADES

Inúmeras são as motivações para começar o próprio negócio. No caso de Rafael Carvalho, 37, pintor profissional e morador de Itaquera, zona leste de São Paulo, a insatisfação em ser funcionário o fez arriscar. Em 2018, saiu da empresa em que trabalhava e abriu ao lado de sua esposa, Jéssica Oliveira, 30, a RK Pinturas Finas.

A divulgação do projeto nas redes sociais veio em sequência. Entre fotos de serviços e cursos de aprimoramento na pintura, essas mídias se tornaram grandes aliadas. Jéssica é responsável por administrar os perfis da empresa no Facebook, Instagram, Whatsapp e Google Meu Negócio.

“Se não fossem as redes sociais, eu estaria parado, ou estaria trabalhando para empresas. As redes sociais me deram todos os clientes”, afirma Rafael.

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No feed do Instagram, estão publicados serviços que extrapolam os limites do bairro. Pintor dedicado, já trabalhou em áreas nobres, como Anália Franco, e, também, na Grande São Paulo. Por essas e outras, Rafael é franco ao destacar os benefícios das plataformas digitais.

“Hoje em dia é vídeo, fotos, arrumar colaboradores, patrocinadores. Virou um negócio na real, né? Ficou muito bom. Nem sempre está bom para todos, mas, para mim, tá muito bom”, comemora.

COMO MEXE NISSO AQUI?

Com os benefícios também surgem as dificuldades. As constantes atualizações e mudanças das principais plataformas ocasionam dúvidas em quem não consegue ou não tem tanto tempo assim para acompanhar a dinâmica das redes sociais. Entre uma publicação e outra, paira sobre a cabeça de Rafael questionamentos “como mexer no Kawai, TikTok, ferramentas, editar vídeo, como colocar músicas certas. Essas são as dúvidas que, praticamente, a maioria tem, né?” , reflete o pintor.

Outro desafio é a linguagem, com a presença de termos em inglês que dificultam a compreensão de quem não domina a língua. “É uma série de situações que tornam as redes sociais um pouco inacessíveis, sim. Acredito que isso acaba trazendo uma barreira de certa forma para o uso das redes sociais”, reflete a publicitária.

Se pudesse mandar um recado para as grandes plataformas, Rafael gostaria de mais facilidade no uso de “ferramentas, acessibilidade de rede, essas coisas estão numa crescente muito rápida. Se fosse mais fácil de mexer, para que uma pessoa que não entenda ler e começar a fazer as coisas, seria maravilhoso”, finaliza.

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Everton Pires

Jornalista, apaixonado por histórias, música, fotografia, futebol e pelo bairro. Correspondente de Itaquera desde 2019.

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