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Como não cair em notícias falsas sobre seu bairro

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Por Lara Deus | 08.12.2017

Publicado em 08.12.2017 | 15:31 | Alterado em 22.11.2021 | 16:15

Tempo de leitura: 3 min(s)

Se aquela notícia for afetar muito seu dia a dia e você não confia na veracidade do veículo que está publicando, por que não apurar?

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Créditos: Marina Lopes

Uma mentira contada mil vezes se torna verdade. Talvez, por isso, “notícias falsas” ou fake news, foi eleita a palavra do ano pelo dicionário em inglês da editora britânica Collins, mesmo não sendo uma palavra. A divulgação de informações falsas em forma de notícias preocupou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que cunhou a expressão e a repetiu diversas vezes durante a campanha presidencial dos EUA. Mas a prática não incomodou só a ele.

Há pouco mais de um mês, o Facebook anunciou que irá contratar uma equipe de mil pessoas para impedir que essas mentiras em forma de reportagens sejam propagadas na rede social. O foco dessa força-tarefa serão as eleições presidenciais de alguns países, incluindo o Brasil.

As notícias falsas têm um grande impacto na vida política dos países, porque, diferentemente de simples boatos, elas dão o selo da credibilidade jornalística a informações que não foram apuradas.

Nos bairros, não é diferente. Entre os veículos e páginas bem intencionados que buscam informar os moradores sobre a realidade local, há aqueles que estão surfando na onda mundial e espalham mentiras ou informações não apuradas.

Há alguns meses, uma página do Facebook sobre Pirituba divulgou o fim de uma importante linha de ônibus do bairro. Isso gerou alarde, compartilhamentos e revolta, até que dias depois a SPTrans desmentiu a informação nos comentários do próprio post. A postagem foi apenas apagada sem nenhum tipo de retratação.

Outro jeito comum de propagar boatos é criar abaixo-assinados ou petições online que protestam contra alguma mudança que, na verdade, não vai acontecer. Nessas plataformas, é fácil fazer cobranças vagas e propor soluções mágicas para problemas complexos. Por isso, mesmo sabendo que não há rigor algum para sua publicação, compartilhar pode ser tentador.

Separamos dicas para evitar que as notícias falsas se propaguem sobre os bairros:

1 — Desconfie sempre. O jornalismo funciona com base na credibilidade, que é a confiança que um público dá ou não àquele veículo. E isso é construído no dia a dia. Publicar notícias falsas pode ser apenas um dos costumes de veículos com baixa qualidade jornalística. Outras práticas comuns são, por exemplo, desrespeitar os direitos humanos, publicando imagens de pessoas mortas ou expondo suspeitos de crimes sem se preocupar com as consequências.

2 — Atente-se às datas. Muitas notícias publicadas não são falsas, mas compartilhadas fora de contexto para confundir o leitor. Olhe sempre a data em que a matéria foi publicada para entender se aquilo significa um novo problema, ou apenas algo que já aconteceu. Uma chamada anunciando o aumento de passagens de ônibus pode se referir a um ajuste do ano anterior.

3 — Leia além da manchete. As redes sociais como o Facebook e o Twitter favorecem que a gente se prenda aos títulos, sem clicar em nada que vá levar a outro site. É nessa lógica que as notícias falsas ganham força. Às vezes uma chamada com um título sensacionalista esconde uma matéria que explica que não é bem assim.

4 — Cruze informações. Se aquela notícia for afetar muito seu dia a dia e você não confia na veracidade do veículo que está publicando, por que não apurar? Tanto as secretarias da Prefeitura quanto as Prefeituras Regionais disponibilizam telefones e e-mails para responderem a estas dúvidas. Há também como consultar as páginas de informações dos órgãos públicos. Toda mudança em linhas de ônibus, por exemplo, é anunciada na página de notícias da SPTrans (http://www.sptrans.com.br/noticias/).

5 — Não alimente esses veículos. Por que há sites e páginas que distorcem ou inventam notícias sobre a realidade dos nossos bairros? A resposta é simples: há dinheiro envolvido. Sites têm propagandas que pagam a eles quanto mais visualizações tiverem. Nas páginas do Facebook, quanto mais interações, mais populares elas ficam para os próximos posts. No Youtube, o pagamento também está atrelado ao número de reproduções. Ao se deparar com uma notícia falsa, o mais importante é não continuar dando visualizações e popularidade para aquele veículo. A credibilidade está em jogo todo o tempo.

Lara Deus é correspondente de Pirituba.

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