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Coronavírus: temendo contaminação, atendentes de call center protestam em SP

Funcionários de empresas de telemarketing exigem álcool em gel e possibilidade de trabalhar em casa para evitar aglomeração nas operações

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Por: Redação

Publicado em 20.03.2020 | 21:34 | Alterado em 20.03.2020 | 21:34

Tempo de leitura: 3 min(s)
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Operadores da Almaviva do Brasil protestam em São Paulo (Reprodução)

Funcionários de empresas de call center iniciaram protestos e paralisações nas operações de diversas cidades do Brasil, desde ontem (19), pedindo medidas de proteção contra o novo coronavírus (COVID-19).

Em São Paulo, atendentes da Almaviva do Brasil protestaram em frente a uma das sedes da companhia, na rua da Consolação, região central da capital, na manhã desta sexta-feira (20). Eles se recusavam a entrar no prédio enquanto a empresa não se posicionasse ou oferecesse a possibilidade de trabalhar de casa.

“É um completo absurdo manter o telemarketing funcionando. Juntar muita gente numa sala com pouca ventilação, compartilhando computador e fones de ouvido é a receita ideal para multiplicar o vírus”, dizia um informe que circulou pelas redes sociais convocando operadores para o ato.

Um funcionário que não quis se identificar disse que o grupo estava reivindicando itens básicos, já que as condições para trabalhar atualmente na operação são péssimas.

“No mínimo, disponibilizar o álcool em gel pra gente. A empresa dá um limpador Veja e um único pano para toda a equipe usar na P.A. [posto de atendimento do call center]”, conta.

Segundo ele, há quatro casos suspeitos de COVID-19 na operação. “A gente tá bem preocupado”, diz.

RECOMENDAÇÕES PARA EVITAR AGLOMERAÇÃO

Como medida para evitar a circulação e aglomeração de pessoas, a Prefeitura e o governo do estado de São Paulo passaram a cancelar gradativamente as aulas em creches, escolas e universidades, eventos culturais e esportivos, além de recomendar o fechamento de shoppings e academias.

Na última quarta-feira (18), o prefeito Bruno Covas (PSDB) também decretou o fechamento de estabelecimentos comerciais na capital. São mantidos apenas estabelecimentos que prestam serviços essenciais à população, como mercados, padarias, postos de gasolina, lojas de conveniência, restaurantes, lojas de produtos para animais, feiras livres e bancas de jornais.

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Apesar de não serem incluídos no decreto, os funcionários de empresas de telemarketing contestam a continuidade dos trabalhos nos postos de atendimento.

“Onde trabalho, na Konecta Brasil, a única medida foi colocar álcool em gel [na área de operação]. O RH está fechado por tempo indeterminado, mas a operação está funcionando mais do que antes”, relata uma colaboradora que não quis se identificar.

“Tem sete casos suspeitos no prédio do Bom Retiro [no centro de São Paulo] e nada foi feito. Lá continua funcionando normalmente”, comenta outra atendente da mesma companhia.

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Protesto ocorreu nesta sexta-feira (Reprodução)

Pelo Facebook, operadores da Almaviva do Brasil contaram que, durante a tarde, a gerência conversou com eles. “Nos deram uma resposta furada: disseram que já encomendaram o álcool em gel, mas que ainda não chegou”, explica o post. “Dispensaram o ‘grupo de risco’ e mandaram todo mundo voltar a trabalhar”.

“O risco não é só pra gente. As pessoas têm parentes em casa, crianças pequenas, avós…”, comenta uma atendente que também trabalha na operação. Ela tem uma filha de quatro anos, que tem imunidade baixa, e os pais fazem parte do grupo de risco ao coronavírus, pois têm pressão alta e diabetes.

“Pela política da empresa, eu posso entregar apenas sete dias de atestado como acompanhante da minha filha. Mas depois disso, não posso tentar ficar com ela porque eles não aceitam”, finaliza.

A empresa, por sua vez, disse que está tomando medidas para possibilitar o home office dos funcionários, mas que ainda estão em fase de teste.

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