Protetores dos animais de Cotia se juntam para pagar cirurgia de animais abandonados que resgatam das ruas
Arquivo pessoal/Roseli Lima
Por: Halitane Rocha | Ariane Costa Gomes | Jessica Silva
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Publicado em 21.07.2021 | 20:04 | Alterado em 22.11.2021 | 16:15
Você verá aqui:
- Moradores de Cotia fazem abaixo-assinado cobrando serviço de castração
- Em Osasco, indenização após morte do cachorro Manchinha financia ações
- Mogi das Cruzes retoma serviço em 2021
- Serviço: onde levar seu pet nessas cidades
Desde o início da pandemia, em março de 2020, a campanha de castração gratuita de cães e gatos em Cotia, na Grande São Paulo, segue suspensa.
A falta do serviço tem causado impacto nas periferias da cidade e moradores estão divulgando um abaixo assinado nas redes sociais para cobrar a retomada do trabalho. Antes da pandemia, mais de 3.600 animais eram esterilizados por ano pelo departamento de zoonoses, segundo a prefeitura.
“Não tem castração, há dois anos que Cotia não tem mais vacina antirrábica e muito mais animais abandonados, principalmente nas periferias”, lamenta Roseli Lima, 51, que criou o abaixo-assinado e procura outros meios para ajudar os animais.
“A falta do poder público é muito difícil nesse momento. Quem está fazendo esse trabalho são os protetores independentes.”
Ela conta que os protetores têm recorrido a uma ONG na cidade vizinha de Vargem Grande Paulista para prestar o serviço.
Segundo o veterinário Guilherme Dornelas Teles, 31, a castração de animais beneficia o comportamento e evita doenças do sistema reprodutor.
“As fêmeas tendem a desenvolver problemas no sistema reprodutor, principalmente na terceira idade, tumores de mama [neoplasias mamárias] e infecções, cistos e sangramentos”, diz.
Essas doenças podem ser evitadas ao castrar o animal ainda jovem, reduzindo estes riscos a praticamente zero.
Já em relação aos machos, Guilherme diz que o ganho do ponto de vista de saúde é menor, mas a questão comportamental melhora bastante. “Temos animais menos agressivos, menos territorialistas e que não correm o risco de tentar fugir de casa se alguma fêmea estiver no cio próximo a ele.”
A castração também reduz os riscos para doenças sexualmente transmissíveis que esses animais podem contrair, assim como risco de brigas que podem ocasionar atropelamentos nestes processos.
Apesar da falta de castração gratuita, a zoonoses de Cotia continua atuando contra maus tratos dos animais. Em abril, mais de cem animais estavam alojados aguardando adoção.
Em nota, a prefeitura diz que ainda não há data prevista para retomada da castração “para evitar risco de exposição e contaminação pelo coronavírus”. A campanha de vacinação antirrábica foi suspensa em julho de 2020, também por causa da pandemia.
Em cidades vizinhas como Itapevi, Barueri e Osasco, as campanhas de castrações gratuitas já foram retomadas neste ano.
MANCHINHA
Em Osasco, 536 animais foram castrados em 2020 por meio do Hospital Veterinário. O número representa um aumento em relação ao ano anterior. Segundo informações da Prefeitura, em 2019, foram castrados 238 cães e gatos dos moradores.
A cidade conta com duas unidades de Hospital Veterinário Público, ambos inaugurados em 2019.
Este ano também começou a circular pelos bairros o Castramóvel, criado por conta da indenização após a morte do cachorro Manchinha, no Carrefour.
Em 2018, o animal foi espancado por um segurança da rede de supermercados. O caso levou o Ministério Público a firmar um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) com o Carrefour que teve de pagar R$ 1 milhão ao município.
O valor prevê, dentre outras coisas, a destinação de R$ 500 mil para a esterilização (castração) de cães e gatos. A estimativa da prefeitura é que 4.000 animais sejam castrados pelo serviço.
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Ainda na cidade, a ONG Avama (Ação Pró Vida Animal e Meio Ambiente) realiza castrações a preços acessíveis na cidade. Quando o dono de um animal não tem recursos financeiros, a ONG procura um apadrinhamento, para levantar o dinheiro da cirurgia.
“O custo do tratamento de um animal é caro e as pessoas já estão sem emprego e ainda aumentou o custo com alimentação”, lamenta a presidente da Avama, Jacy Malagoli, 66. Segundo ela, a Ong fez 25 mil castrações desde 2013.
MOGI DAS CRUZES
Em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) mantém um programa permanente e gratuito de castração de cães e gatos, onde os proprietários recebem o incentivo à posse responsável dos animais.
O serviço ficou suspenso por causa da pandemia do novo coronavírus de março até junho de 2020. Em março deste ano uma placa indicava que o hospital público veterinário Mogi das Cruzes atenderia somente casos de emergência e urgência.
“O atendimento está mantido normalmente, apenas com a exclusão de atividades que anteriormente eram realizadas em grupo, como as palestras, substituídas por atendimentos individuais para cadastro do animal e orientação ao cuidador”, diz nota da Prefeitura de Mogi.
Em 2020, foram realizadas 4.355 castrações de cães e gatos, sendo a grande maioria animais de moradores da cidade. No primeiro quadrimestre de 2021, entre janeiro e abril, foram realizados 1.656 procedimentos.
Além de atender os mogianos, a cidade também realiza procedimentos em animais com donos residentes de outras cidades do Alto Tietê – é a única a contar com clínica para atendimento gratuito, o “Centro do Bem Estar Animal”.
O centro oferece atendimento clínico e cirúrgico gratuito para cães e gatos de mogianos, além de oferecer o serviço “Petmóvel”, que realiza castrações e ações educativas itinerantes.
Também atua na cidade o Grupo Fera (Frente pela Educação e Responsabilidade Animal), que realiza castrações para animais em situação de vulnerabilidade.
“A castração a preço popular tem o intuito de diminuir o número de ninhadas e animais abandonados pela cidade, sem fins lucrativos”, relata o grupo, que realiza cerca de 30 castrações por mês.
OSASCO
Os moradores interessados na castração gratuita de animais devem entrar em contato com a Central 156 (ou 3651-7080) para fazer a solicitação e saber os próximos locais e datas que o serviço irá funcionar.
A Avama possui parceria com três clínicas veterinárias para promover os mutirões de castração. Os valores para castração de gatos vão de R$ 65 a R$ 80 e para cachorros os preços vão de R$ 80 a R$ 130 (depende do tamanho do animal). Contato: (11) 96734-9878.
MOGI DAS CRUZES
O processo de castração gratuita de cães e gatos pode ser realizado pelos moradores da cidade via agendamento. É necessário comparecer ao Centro de Controle de Zoonoses (Estrada Santa Catarina,2540 – Cezar de Souza), segunda, quarta ou sexta-feira, das 14h às 16h.
As cirurgias serão agendadas em dias úteis, e o morador deverá levar seu animal às 8h na CZC e retirá-lo às 15h. É preciso apresentar documento pessoal com foto, comprovante de endereço no nome ou cartão SIS, além do comprovante de vacinação do animal.
GRUPO FERA
Os preços variam de acordo com o peso e sexo do animal. Cães machos de até 10kg tem o valor de R$ 90, de 25 até 30kg o valor é R$ 200. As fêmeas de até 10kg tem o valor de R$ 11, de 25 até 30kg o valor é R $220,00. Em relação aos felinos, o valor é fixo de R $60,00 para machos e R$ 80 para fêmeas.
Os interessados podem obter os descontos acessando o link https://grupofera.org.br/cupom-de-desconto-para-castracao-2/. Informações sobre o serviço de castração gratuita em Mogi podem ser obtidas pelo telefone 4792-8585 ou pelo e-mail [email protected]
SÃO PAULO
Na capital, é possível fazer o agendamento online. É preciso buscar o serviço “Castração de cães e gatos” no menu do Portal SP156 e fazer o cadastro. Em seguida, basta preencher um formulário online informando os dados do animal que deseja castrar.
Outros detalhes estão disponíveis no site da Prefeitura.
Produtora do podcast Próxima Parada e correspondente de Cotia desde 2018. Mãe de gêmeas e 2 gatas. Família preta e do axé… muita treta!
Jornalista, acredita que a informação e a educação são ferramentas fundamentais para transformar as pessoas e a sociedade. Gosta de aprender e conhecer coisas novas, estar ao lado das pessoas que ama, ouvir música e ficar junto de suas duas cachorrinhas. Correspondente de Osasco desde 2015.
Jornalista formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, Pedagogia e Mestra em Educação pela PUC-SP. Ama fotografias, séries, filmes e não vive sem Netflix. Correspondente de Mogi das Cruzes desde 2013.
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