Covid-19: Osasco, Barueri e Caieiras têm mais mortes por 100 mil habitantes do que a capital
Grande São Paulo chega a 28 mil casos e tem 2,5 mil mortes pela enfermidade; prefeituras apontam mais de 2 mil curados da enfermidade
Paulo Talarico/Agência Mural
Por: Paulo Talarico
Notícia
Publicado em 05.05.2020 | 14:27 | Alterado em 27.02.2024 | 16:22
RESUMO
Grande São Paulo chega a 28 mil casos e tem 2,5 mil mortes pela enfermidade; prefeituras apontam mais de 2 mil curados da enfermidade
Tempo de leitura: 4 min(s)
A cidade de São Paulo é o epicentro no Brasil da Covid-19. São 20 mil casos confirmados na capital e 1.775 mortes até a última segunda-feira (4). No entanto, o avanço do novo coronavírus em cidades da Grande São Paulo já provoca mais estragos proporcionalmente do que na capital e indica que a situação segue se agravando.
Ao menos três municípios registraram mais óbitos por 100 mil habitantes do que a capital paulista, aponta levantamento feito pela Agência Mural nos dados divulgados pelas 39 prefeituras da região metropolitana. Apontam situação pior Osasco, com 134 mortes, Barueri, com 51, e Caieiras, com 17.
Até aqui, a capital registra 14 mortes para cada 100 mil moradores por conta da Covid-19. Esse número tende a variar nas periferias, onde o risco de morrer por causa da doença tem sido maior do que a média nacional.
Embora em números totais a cidade de São Paulo lidere, essas cidades são menos populosas. Com 700 mil habitantes, Osasco, por exemplo, tem quase 20 vítimas por 100 mil habitantes.
Em Barueri, cidade vizinha, a situação é semelhante. São 18 óbitos por 100 mil moradores. Vivem por lá 274 mil habitantes. Por outro lado, as duas prefeituras dizem que mais de mil moradores se curaram da Covid-19.
Prefeitos da região oeste disseram semana passada que o perfil das cidades pode influenciar no número de casos, com moradores do interior e de outras partes da Grande São Paulo que circulam pelos municípios para trabalhar.
Em Caieiras, 18 bairros tiveram registros de infectados pelo novo coronavírus e são 17 vítimas na cidade que tem cerca de 100 mil habitantes.
ISOLAMENTO E LEITOS
Com o avanço do novo coronavírus na Grande São Paulo (todas as cidades têm casos confirmados e 37 tiveram mortes), prefeitos seguem reforçando a necessidade do distanciamento social nos próximos dias, enquanto tentam ampliar a oferta de leitos. Nesta semana, se tornou obrigatório o uso de máscaras para circular no transporte público pelo estado.
A região metropolitana tem 28 mil casos confirmados, e as cidades estimam que ao menos 26 mil ainda estão em investigação (sem contar a capital).
Nesta segunda-feira (4), Osasco recebeu mais 20 novos leitos de UTI com respiradores, no Hospital Regional, de responsabilidade do governo do estado.
Em Guarulhos, os hospitais estaduais chegaram no limite nos leitos de UTI disponíveis. Na rede municipal, a ocupação dos leitos clínicos é de 41,2%, enquanto que a de UTI já é de 69,2%.
Em Taboão da Serra, o prefeito Fernando Fernandes (PSDB) fez um apelo para que as medidas de distanciamento sejam cumpridas. “Nosso hospital de campanha está com 36 leitos ocupados. Só os quatro da sala de emergência que não. E não estão ocupados porque são reservados para quem fica muito grave”, afirmou. Outros 12 pacientes na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) estão em estado grave.
Segunda região com mais casos na Grande SP, o ABC paulista teve a entrega do novo Hospital Anchieta, em São Bernardo do Campo, com 100 leitos, sendo 19 de UTI. Na cidade foram mais de 600 casos e mais de 60 mortes pela Covid-19.
Perto dali está uma das poucas cidades que ainda não tinham registrado vítimas, Rio Grande da Serra. No entanto, foram duas mortes desde a semana passada. “A propagação do vírus está acontecendo, e a única forma de a evitarmos é fazendo o isolamento social e tomando todas as precauções necessárias”, divulgou a prefeitura.
">Cidades
">População
">Casos confirmados
">Óbitos
" data-sheets-numberformat="">Mortes por 100 mil habitantes
Diretor de Treinamento e Dados e cofundador, faz parte da Agência Mural desde 2011. É também formado em História pela USP, tem pós-graduação em jornalismo esportivo e curso técnico em locução para rádio e TV.
A Agência Mural de Jornalismo das Periferias, uma organização sem fins lucrativos, tem como missão reduzir as lacunas de informação sobre as periferias da Grande São Paulo. Portanto queremos que nossas reportagens alcancem outras e novas audiências.
Se você quer saber como republicar nosso conteúdo, seja ele texto, foto, arte, vídeo, áudio, no seu meio, escreva pra gente.