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De forma participativa, moradores da ZL criam Plano de Bairro

As reclamações mais presentes entre os moradores foram em relação às enchentes frequentes

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Por: Redação

Publicado em 12.06.2017 | 16:58 | Alterado em 12.06.2017 | 16:58

Tempo de leitura: 3 min(s)

“Alô, alô amigo ouvinte! A rádio comunitária está no ar e hoje vamos falar sobre melhorias para a nossa região”. Foi sob a locução de Mel Cristina, 11, e Ana Beatriz, 12, que o bairro Jardim Lapenna, situado no distrito de São Miguel Paulista, extremo leste da capital, lançou no último sábado (10) a primeira ação do Plano de Bairro Participativo da Várzea do Rio Tietê na cidade.

O objetivo do evento foi ouvir as demandas da população por meio de oficinas na rua. Contou com a participação de um colegiado formado por instituições locais, moradores, e as Fundações Tide Setúbal e Getúlio Vargas. O intuito dessa diversificação foi promover o engajamento popular e, a partir de debates, criar propostas, que posteriormente serão apresentadas à Prefeitura de São Paulo.

“Fizemos um diagnóstico na área para sabermos o que pode ser executado ou não. A expectativa é que essa participação cresça e que outras pessoas consigam criar o seu próprio plano também”, afirma Ciro Biderman, pesquisador da FGV.

As reclamações mais presentes entre os moradores foram em relação às enchentes frequentes. Sempre quando há a ameaça de chuva, a preocupação de quem vive nos arredores da Creche Jardim Lapenna, principalmente, é enorme. De acordo com dados compilados pela FGV, 15% da população que vive no local não tem sistema de esgoto.

“A água dá no joelho quando chove aqui. Em uma das cheias, eu tive contato com uma bactéria e peguei uma úlcera quando ia para o trabalho. Sofremos muito com tudo isso”, conta a comerciante Sônia Barreto, 52.

A situação não é diferente para Wesley Carlos, 12. “Meu pai perdeu toda a aparelhagem de som e ele é DJ”, lembra o garoto, que ainda vive no bairro, mas por conta de outras enchentes, ele precisou se mudar de casa junto com a sua família. Carlos, assim como Mel e Ana Beatriz, participaram de todas as atividades do evento que visavam melhorias. Para eles, ainda há muito a ser feito, mas o primeiro passo já foi dado.

Além da micro drenagem para diminuir os danos causados pelas chuvas, questões como iluminação, segurança, ciclovia, pavimentação, resíduos sólidos, cultura, infraestrutura e pavimentação também entram no Plano de Bairro Participativo.

Em contrapartida, o artista plástico, José Divino, 50, que transforma qualquer material retirado do lixo em obra de arte, pede mais incentivo. “Há muitos artistas aqui que precisam de um espaço público para poder expor as suas obras”.

A história de luta do bairro não é de hoje. Ao longo dos últimos dez anos muita coisa mudou graças ao empenho e à dedicação dos moradores. Entre as conquistas estão a construção de uma Unidade Básica de Saúde com atendimento do Programa Saúde da Família, a construção da CEI Jardim Lapenna e da CEMEI Jardim Lapenna I, um Centro da Criança e do Adolescente, o acesso à estação São Miguel Paulista, além de outros projetos.

“A mobilização dos moradores é um trabalho contínuo e alimentado por nós. Vemos neles o desejo de mudança”, afirma o coordenador de projetos da Fundação Tide Setúbal, José Adeve, 59, mais conhecido na região como Cometa.

Outros três encontros para discutir o Plano de Bairro acontecerão no mês de junho. Serão nos dias 22/06, 24/06 e 25/06. Os locais ainda não foram definidos. Na página do Facebook há mais informações.

Foto: Vans Atalaia

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