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Agência de Jornalismo das periferias

Ira Romão/Agência Mural

Por: Redação

Notícia

Publicado em 02.10.2022 | 18:52 | Alterado em 03.10.2022 | 13:00

Tempo de leitura: 3 min(s)

A votação nas periferias da Grande São Paulo neste domingo (02) foi marcada por longas filas, demora para registrar o voto e ruas cheias dos famosos “santinhos” – panfletos com propaganda de candidatos.

Em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, a ​escola estadual Francisco Prestes Maia ficou lotada de eleitores ao meio-dia. As longas filas para acessar as seções eleitorais fizeram com que algumas pessoas desistissem de registrar o voto naquele horário.

O mesmo ocorreu no bairro Jardim Cipava, em Osasco. Na escola municipal Oscar Pennacino, uma urna teve problemas às 8h e só foi substituída às 10h30. No restante do dia, a escola seguiu com filas – por volta das 14h, eleitores esperavam até 1h para conseguirem votar.

Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), 3.222 urnas foram substituídas, o equivalente a 0,68% do total.

Em Guarulhos, segunda maior cidade do estado, as filas avançaram para os corredores da escola estadual Brigadeiro Haroldo Veloso. Eleitores que chegaram às 11h no local passaram 40 minutos para conseguir registrar o voto.

Em Guarulhos, panfletos com propaganda de candidatos se espalham pelas ruas @Mateus Fernandes/Agência Mural

No CEU (Centro Educacional Unificado) Feitiço da Vila, no Capão Redondo, zona sul de São Paulo, algumas filas chegaram a se misturar com as de outras salas, o que causava uma pequena confusão para o eleitor se localizar.

Os arredores da escola também tiveram fluxo intenso de pedestres e automóveis. Além do CEU, há outros dois colégios eleitorais na própria rua Feitiço da Vila e nas vias paralelas, o que fez o trânsito piorar consideravelmente.

Na escola municipal José Querino Ribeiro, no Parque do Carmo, zona leste da capital, a fila de eleitores já estava formada desde a manhã, antes mesmo dos portões serem abertos.

O diretor-geral do TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), Claucio Corrêa, atribuiu o atraso em algumas seções eleitorais ao uso da biometria para identificação dos eleitores.

“A biometria não é um meio ágil de votar, é um meio seguro de votação. Ela serve para garantir que o eleitor que comparecer perante a mesa receptora de votos realmente é de fato quem diz ser. É este o objetivo da biometria: trazer mais segurança para o resultado das eleições”, afirmou.

Depois de uma ampla campanha pelo cadastramento biométrico em 2019, o número de eleitores com biometria registrada aumentou de 45,15% do eleitorado de São Paulo, em 2018, para 67,13% neste ano.

Em Osasco, chão de creche também acumulou os chamados santinhos @Ariane Costa Gomes/Agência Mural

Outro destaque da votação nas periferias neste domingo foi a sujeira das ruas. Na zona sul, a rua da escola municipal Cassiano Ricardo, no Parque Bristol, região do Sacomã, ficou repleta de santinhos. O cenário foi o mesmo na região da EMEF (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Ricardo Vitiello, no Capão Redondo.

Em Osasco, a reportagem da Agência Mural flagrou pessoas fazendo boca de urna na EMEF General Antônio de Sampaio, em Quitaúna, para o candidato a deputado estadual Gerson Pessoa (Podemos). O político é cunhado do prefeito Rogério Lins, do mesmo partido. A distribuição de santinhos e outros materiais impressos é proibida no dia das eleições.

Apesar dos problemas para a votação e da sujeira nas ruas, eleitores se mostraram animados com o pleito. A aposentada Joventina Maria Alves Lima, 79, votou no bairro Jardim São José, no Capão Redondo, e disse que a data é importante para a democracia.

“Só parei de votar na época da Ditadura Militar porque não se votava, mas depois eu continuei votando. Não deixo de votar em nenhum ano, para mim é importante”, afirmou.

Votando pela primeira vez, o jovem João Guilherme, 18, acredita que a eleição é um momento relevante para a escolha dos próximos representantes. Ele votou na escola estadual Professor Firmino Ladeira, em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo.

“Acho importante as pessoas votarem porque elas podem escolher o candidato que mais se encaixa no que elas querem para a cidade e o país”

João Guilherme, morador de Mogi das Cruzes

Roselicomemora o movimento de pessoas em Perus @Ira Romão/Agência Mural

Em Perus, na zona noroeste de São Paulo, a vendedora de pipocas Roseli Sousa comemorou o movimento na escola estadual Brigadeiro Gavião Peixoto. “Tem muito eleitor aqui, então rende bastante”, contou a vendedora.

A votação em todo o país terminou às 17h. Os resultados serão divulgados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ao fim das apurações.

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