Órgãos responsáveis pela zeladoria da fiação negam a existência de problemas na região
Simony Maia / Agência Mural
Por: Simony Maia
Notícia
Publicado em 11.10.2023 | 18:37 | Alterado em 11.10.2023 | 18:39
Todos os dias os moradores de alguns bairros de Diadema, na Grande São Paulo, têm a tranquilidade colocada em risco quando escutam ao horizonte o som do motor dos caminhões.
Isso porque, de acordo com moradores da região, eles ficam sem internet, telefone e até mesmo energia elétrica quando veículos altos como caminhões passam nas ruas arrancando a fiação.
“Tem que correr todo mundo na rua para não deixar o caminhão passar, porque ele passa arrancando todos os fios”, conta a florista Edna Balthazar, 75, moradora dobairro Jardim Nações em Diadema.
O problema com a fiação é tão preocupante que chegou a afetar Balthazar financeiramente, já que a frequência dos acontecimentos também não respeitam datas comemorativas, período em que há um maior número de vendas.
“Os prejuízos são por nossa conta. Já aconteceu na véspera do Dia dos Namorados”, revela a comerciante.
Basta uma caminhada pelas ruas de Diadema para entender que o problema com a fiação não se restringe a apenas uma área do município do ABC, que atualmente conta com quase 400 mil habitantes.
Além de Edna, o servidor público João Luiz, 55, morador da Avenida Água Funda em Diadema, também passa por problemas quando o assunto é fiação.
“Fios caídos sempre têm. Geralmente tem por conta de caminhões com excesso de altura”, conta ele.
João conta que já chegou a presenciar algumas vezes o momento em que caminhões passaram arrancando a fiação da rua. “O motorista geralmente nem dá atenção, ele vai embora, segue o seu rumo e os fios ficam lá, caídos”, diz ele.
De acordo com a Enel Distribuição São Paulo, o padrão de instalação dos fios de energia elétrica é de 7 metros de altura e para fios de empresas de telecomunicação e internet, o padrão de altura deve ser de 4,5 metros.
A Resolução Contran n° 210/2006, que regulamenta o Art. 99 do Código de Trânsito Brasileiro, define que a altura máxima de qualquer veículo, com carga ou não, é de 4,40m.
De acordo com a Prefeitura de Diadema, caminhões com altura superior a 4,40m precisam de autorização especial do órgão de trânsito para circular sob a via, contendo percurso pré-definido e acompanhamento de agentes de trânsito.
A Prefeitura ainda relatou que os caminhões só são um problema se tiverem uma altura superior a 4,40m, o que, de acordo com eles, é difícil acontecer.
Os fios soltos nas ruas causam não somente a falta de energia e acesso aos serviços de telecomunicações, como também apresentam um risco de vida à população.
“Um caminhão enroscou nos fios e quase atropelou duas moças”, conta Edna.
“O que mais causa problema são os fios da Vivo. Já fiquei quatro dias sem telefone”, ressalta a florista. “Eles falam que vão arrumar e uns dias depois o caminhão entra (na rua) e acontece de novo”, conclui.
Quando questionada sobre as irregularidades na fiação em alguns pontos de Diadema, a Vivo emitiu um comunicado no qual afirma que não foram encontradas irregularidades nas áreas apontadas pelos moradores nesta reportagem:
“A companhia ressalta que monitora permanentemente a qualidade e a segurança de sua rede e orienta a população para que entre em contato pelo número 103 15 caso identifique fios soltos ou rompidos que sejam da operadora.”
Quanto aos problemas relacionados a fiação elétrica, a Enel diz ter realizado uma vistoria nos endereços citados pela reportagem e que não foi constatada nenhuma anomalia nos fios de rede elétrica, que, de acordo com eles, seguem os padrões de instalação de 7 metros de altura.
Em contrapartida, durante a fiscalização foram encontrados fios rompidos em vários pontos que, de acordo com eles, são de responsabilidade das empresas de telecomunicação e internet.
Moradores que têm reclamações ignoradas pelas empresas de telecomunicações ou pela Enel devem encaminhar questões relacionadas à zeladoria da cidade ao aplicativo Colab Diadema, que permite o registro da demanda pelo celular.
Jornalista que se aventura pelo universo das redes sociais falando sobre política, cultura e entretenimento. Em busca de sempre vivenciar novas trocas para contar boas histórias. Correspondente de Diadema desde 2023.
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