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Dos lampiões ao LED, Guaianases é cheia de memórias e desafios

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Por: Redação

Publicado em 26.09.2016 | 16:18 | Alterado em 26.09.2016 | 16:18

Tempo de leitura: 3 min(s)

Wellington Santos, 33, criou duas páginas no Facebook para resgatar o passado da região onde mora, Guaianases, no extremo leste de São Paulo. A Guaianases City – Fatos e Fotos é a primeira criada por ele. Em seguida, colocou no ar a Esporte Clube Santa Cruz de Guaianases, para reviver a história de um dos times mais antigos da região. “É um registro do bairro — que leva o mesmo nome do distrito — que ainda não vi em lugar nenhum. A história do time, também chamado de Galo Central, estava oculta e esquecida e por isso quis resgatar. Pesquisei e pedi para várias pessoas me mandar fotos”, afirma.

Santos conta que, embora não tenha vivido naquela época, durante as décadas de 50 a 70, os eventos em torno do Santa Cruz foram os mais importantes do bairro. “Tinha um clube onde hoje fica o Viaduto de Guaianases, que organizava os principais eventos e era sede do time”, conta.

Atualmente, composta pelos distritos de Lajeado e Guaianazes (com z), vivem na região que pertence à subprefeitura de mesmo nome, 268 mil pessoas.

Para Santos, o progresso é inevitável, mas, segundo ele, olhar o passado é nostálgico. “Sou nascido em 1983, porém vi muita coisa se modificar. Ainda lembro das construções onde hoje é a estação nova e da danceteria Dannys– o lazer do bairro entre os anos 80 e o início dos anos 90. A estação da CPTM, na época, foi prometida como metrô e no final fizeram estação de trem. Nessa parte achei que o bairro perdeu”, relembra.

Em 1915, 14 lampiões serviam como iluminação pública nas ruas 15 de Novembro (hoje chamada de Salvador Gianetti), XI de Agosto (atual Capitão Pucci), Floriano Peixoto (hoje Hipólito de Camargo) e Santa Cruz (atualmente chamada de Saturnino Pereira). Um século depois, 630 ruas do bairro Lajeado receberam a instalação de 6.800 pontos de iluminação pública com tecnologia LED.

Quando o assunto é transporte, Guaianases conta com os corredores de ônibus Itaim Paulista/São Mateus e Radial Leste (trecho 3), que estão sob licitação. Segundo a subprefeitura local, mais de 16 mil m² de passeios públicos foram restaurados, além da implantação e recuperação da sinalização de trânsito.

Dados do Observatório Cidadão mostram que nos aspectos relacionadas à cultura, a região é extremamente precária, colecionando inúmeros “zeros quando se fala, por exemplo, em acervos de livros e espaços culturais. A subprefeitura, no entanto, destaca a existência da Biblioteca Cora Coralina que, em julho do ano passado, passou a ser a primeira da cidade de São Paulo com a temática feminista, ganhando acervo específico. Além do SPCine Jambeiro, que, de acordo com o órgão, é o “maior circuito público de salas de cinema do Brasil”. No CEU Jambeiro, a sala apresenta filmes recentes com qualidade de projeção e som.

Em Guaianases o número de casas em favelas teve aumento, saltando de 5.663, em 2014, para 6.004, em 2015, de acordo com o Observatório Cidadão. Segundo a subprefeitura, porém, 2.628 famílias foram beneficiadas com habitações, sendo entregues 1037 unidades, enquanto 1.089 estão sendo construídas e 502 esperam o início das obras.

Ainda conforme o Observatório Cidadão, também houve um aumento no índice de gravidez na adolescência entre 2014 e 2015, ampliando de 16,46 para 17,72 — para cada 10 mil habitantes. O que decresceu na região foi a expectativa de vida, de 59,25 para 58,12 no ano passado — uma das piores entre todas as subprefeituras.

Para a subprefeitura, por meio da Arena Móvel Rede Hora Certa Guaianases, houve redução de 90% da fila por exames, além de uma média de 500 procedimentos diários e 260 cirurgias mensais.

Foto: Arquivo Guaianases City – Fatos e Fotos

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