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Educação, segurança e saúde são desafios listados por paulistanos ao prefeito de SP

Pesquisa “A Cidade que Queremos”, divulgada pela Rede Nossa SP e Ibope, mostra o que os moradores mais desejam para a capital paulista nos próximos 4 anos

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Por: Redação

Publicado em 18.12.2020 | 18:55 | Alterado em 18.12.2020 | 18:55

Tempo de leitura: 4 min(s)
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CEU Parque Anhanguera, na zona noroeste de São Paulo (Ira Romão/32xSP)

Melhorar a educação, a segurança pública e o atendimento nos postos de saúde são os três principais desafios a serem enfrentados na cidade de São Paulo pelo prefeito nos próximos quatro anos. Ao menos, de acordo com o que querem os moradores da capital paulista.

Divulgada nesta semana pela Rede Nossa São Paulo e o Ibope, a pesquisa “Viver em São Paulo: A Cidade que Queremos” mostra o que os paulistanos mais desejam em relação a temas como educação, saúde, segurança e igualdade social.

Para 47% dos entrevistados, melhorar a qualidade da educação é o maior desafio – sendo a opção mais citada na pesquisa.

Em relação à segurança, 42% deles citam que os problemas a serem resolvidos são melhorar a segurança pública e reduzir a violência. Já 37% dizem que a próxima gestão precisa ampliar e melhorar o atendimento nos postos de saúde.

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(Reprodução)

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A pesquisa entrevistou 800 pessoas com 16 anos ou mais, sendo 54% mulheres e 46% homens. Desse número, 35% dos entrevistados são moradores da zona leste, 31% da sul, 19% da norte, 10% da oeste e 4% do centro.

EDUCAÇÃO E DESEMPENHO ESCOLAR

Para Amanda Haydn, 36, doutoranda em Educação: História, Política e Sociedade pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), são muitos os desafios que a capital paulista precisa enfrentar para se transformar em uma cidade socialmente equilibrada.

Em relação à qualidade da educação, apontada na pesquisa da Rede Nossa São Paulo e Ibope, a especialista questiona sobre o que é levado em conta quando se fala em ‘qualidade’. “Em vez de ‘qualidade da educação’, devemos recuperar a ideia de termos boas escolas”, diz.

“Isso envolve, fundamentalmente, proporcionar meios materiais e pessoais suficientes que proporcionem experiências educativas e formativas mais requintadas; uma organização escolar que priorize um trabalho colaborativo (não hierárquico) nos processos de gestão; e uma escola que, em vez de formar ‘clientes’, forme cidadãos”
Amanda Haydn, doutoranda em Educação: História, Política e Sociedade

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De acordo com o Programa de Metas do prefeito Bruno Covas (PSDB), a Prefeitura de São Paulo estabeleceu o objetivo de melhorar o desempenho dos alunos do ensino fundamental nas escolas municipais entre 2019 e 2020.

Para isso, a meta a ser atingida era a nota de 6,5 no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) dos anos iniciais do ensino fundamental e 5,8 nos anos finais. O índice é calculado a cada dois anos com base na taxa de aprovação e evasão dos alunos, além do desempenho em uma prova de nível nacional.

Em 2019, a nota dos alunos de São Paulo para os anos iniciais foi fechada em 6,0 – igual à nota obtida na edição anterior, dois anos antes. Já nos anos finais do ensino fundamental, apesar de uma melhora de 0,6 pontos em relação aos resultados de 2017, o índice ficou em 4,8 – abaixo do estipulado.

Embora não seja o suficiente para melhorar, por si só, o desempenho dos alunos nas escola, o Ideb pode apresentar indicadores e causar efeitos na organização do trabalho, aponta Amanda: “Como está sendo as condições de acesso? Como é o espaço físico e material da escola, o número de alunos por sala e a valorização dos professores e profissionais de apoio?”.

“Talvez aqui, o mais importante é pensar qual é o papel que uma avaliação institucional poderia ter para melhoria da qualidade nas redes públicas”, complementa a doutoranda.

SAÚDE E SEGURANÇA

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UBS Recanto dos Humildes, em Perus, na zona norte de São Paulo (Léu Britto/32xSP)

O auxiliar administrativo Carlos Lima, 50, é conselheiro gestor na UBS (Unidade Básica de Saúde) Morro Doce, no distrito de Anhanguera, na zona noroeste de São Paulo. Ele diz que a população da Subprefeitura de Perus/Anhanguera cresceu muito na última década, o que acarretou em uma maior falta de segurança e de atendimento em saúde.

“Na saúde, nós ficamos praticamente 13 anos sem nenhum investimento ou crescimento das UBSs. De 2018 para cá que começaram processos de reformas nas unidades”, diz Lima, destacando que isso ocorreu graças à mobilização popular e participação dos conselhos de saúde.

Mas, apesar da melhoria na atenção básica, os moradores ainda enfrentam dificuldades em outras áreas, como saúde mental, exames de alta complexidade e reabilitação para pessoas com deficiência.

“Nossa questão não está focada apenas nos postos de saúde. Nós não temos um hospital ou leitos hospitalares. Essa é uma necessidade muito grande da região há muito tempo”
Carlos Lima, conselheiro gestor na UBS Morro Doce

O conselheiro diz que uma solução seria ter um hospital geral (semelhante ao Hospital Municipal da Brasilândia, na zona norte, inaugurado neste ano) para que a população local consiga realizar exames e consultas de especialidades – outro problema recorrente.

“Exames de imagem são feitos longe daqui. Muito longe, inclusive. Eu já fui encaminhado para fazer ultrassom em Santo Amaro. Já fui para urologista no Itaim Paulista. Marcavam sempre às 7h da manhã, eu nunca chegava no horário e perdia a consulta”, conta Lima.

CONFIRA TAMBÉM:
– Perus sofre com problemas na saúde e enchentes
– População da Freguesia/Brasilândia pede a construção de mais postos de saúde

Atualmente, a região de Perus/Anhanguera tem 14 equipamentos de saúde, sendo sete UBSs. Leitos de observação estão disponíveis na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Perus, inaugurada pela Prefeitura em dezembro de 2019.

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