Plano São Paulo vira alvo de briga judicial entre prefeitos e Osasco consegue liminar; governo do estado diz que tem dialogado
Ana Beatriz Felicio/Agência Mural
Por: Paulo Talarico | Lucas Veloso
Notícia
Publicado em 11.08.2020 | 18:48 | Alterado em 27.02.2024 | 16:22
A decisão de ampliar as proibições para comércios na região oeste da Grande São Paulo ainda causa dúvidas.
Cada uma das cidades adotou uma postura para a decisão do governo do estado que voltou a restringir a abertura de bares, salões e academias nas cidades de Osasco, Carapicuíba, Barueri, Itapevi, Jandira, Santana de Parnaíba e Pirapora do Bom Jesus.
Prefeitos questionam a decisão de passar a região para a fase laranja do Plano São Paulo (de flexibilização da quarentena), enquanto o estado diz que a medida é necessária pelo aumento de casos de Covid-19. Enquanto a briga nos gabinetes segue, poucas mudanças foram vistas nos comércios da região.
Nesta segunda-feira (10), a prefeitura de Osasco conseguiu uma liminar para manter a cidade na fase amarela. O juiz Olavo Sá Pereira da Silva, da 2ª Vara da Fazenda Pública da cidade, entendeu que o município atende aos critérios do plano. “O relatório municipal aponta que a capacidade de atendimento hospitalar não regrediu e isso significa que não deveria haver regressão”, afirmou.
O prefeito Rogério Lins (Podemos) disse que a cidade está com leitos e respiradores disponíveis e tem seguido os critérios epidemiológicos. “Não é uma notícia para ser comemorada ou dizer que está tudo bem. Precisamos tomar muito cuidado e ter muita responsabilidade com a sua vida e dos seus semelhantes”
Procurado, o governo do estado ainda não havia sido informado da decisão judicial. A gestão afirmou que o secretário de desenvolvimento regional Marco Vinholi (PSDB) tem dialogado com os prefeitos para o cumprimento do Plano SP, “que estabelece uma regra comum para as 645 cidades paulistas sobre a evolução da pandemia e ocupação hospitalar.”
Vinholi é próximo do prefeito de Barueri, Rubens Furlan (PSDB). O pai dele, Geraldo Vinholi, é secretário de suprimentos na gestão barueriense. Mesmo assim, Barueri foi a primeira a anunciar que não acataria a decisão. Na segunda-feira (10) publicou um decreto em que deixa como mantida as medidas anteriores.
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Em Carapicuíba, o prefeito Marcos Neves (PSDB) questionou os dados, mas disse que decretaria a volta para a fase laranja. Porém, afirma que o aumento no número de casos ocorreu porque a cidade está testando mais. A cidade chegou a 5.549 casos nesta terça-feira (11) e tinha 4.555 no dia 28 de julho. “O número de casos registrados aumentou porque estamos testando mais pessoas, diminuindo a subnotificação”.
Segundo o estado, a cidade apresentou um crescimento na evolução da pandemia e também no número de mortes, “o que levou a região para uma fase mais restritiva”.
Outras cidades como Itapevi também afirmaram que irão recorrer à Justiça contra as decisões do estado.
O Plano São Paulo é atualizado quinzenalmente, de acordo com dados colhidos nas semanas anteriores pelo próprio governo. O plano é dividido em cinco fases que vão do nível máximo de restrição de atividades não essenciais (vermelho) a etapas identificadas como controle (laranja), flexibilização (amarelo), abertura parcial (verde) e normal controlado (azul).
Diretor de Treinamento e Dados e cofundador, faz parte da Agência Mural desde 2011. É também formado em História pela USP, tem pós-graduação em jornalismo esportivo e curso técnico em locução para rádio e TV.
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